quinta-feira, 28 de março de 2024

Juntando os cacos (literalmente)

Deu... deu por..quanto tempo faz mesmo???

Até comemorei meus 60 anos, mas não foi lá essas coisas e entendam, não foi nada fácil esse hiato forçado.

Meus dedos tagarelas resolveram se calar, e com razão. Foi um tempo onde não se tinha nada a dizer, escrever ou comentar, quer dizer até tinha, mas foi tão pesado que o silêncio falou mais que meus pobres dedos.

Desde novembro de 2023, os acontecimentos não agregaram muito na minha história. É claro que isso falando da minha fase digamos, difícil.

Dia desses, numa conversa com meu novo chefe disse que não tinha nada a comemorar, diante de sua primeira pergunta em minha avaliação pessoal: Como foi seu último ano, pessoalmente? Só então me dei conta que já havia passado mais de um ano do início de toda aquela fase complicada. É claro que respondi: Não foi nada fácil. Não foi mesmo.Nem sei se devo registrar aqui. Seria bom para que algum dia, um de meus filhos lessem, mas provavelmente só traria dor, então deixamos para trás e seguimos firmes e fortes.

Cheguei aos 61 anos e isso tem que ser muito comemorado.

Refletindo sobre isso, pensei em retomar vários projetos, eu e meus dedos tagarelas.

O primeiro é publicar meu livro mais recente, Raspagem, a noite que tudo mudou. Consegui completar toda a história, só falta a capa ser ajustada e grana para publicar,,, detalhes.

Como perdi meu notebook e meu HD, mas um de meus tombos, perdi diversos textos inéditos e alguns livros em andamento. Minha memória está desgastada, mas mesmo assim tentarei recuperar o que for possível.

Outro livro que estava praticamente pronto, Deixa que eu conto, esse só de contos, estava também em fase final, tentarei retomá-lo, quem sabe criando alguma coisa nova para adicionar.

Concurso, talvez me inspire ou aceite algum desafio, mas é pouco improvável.

Por fim, quero retomar a saga de minha família. Cheguei a escrever alguns textos, mas se foram com os fragmentos de meu estraçalhado aparelho, que voou mais de cinco metros, desceu uma escada  de cinco degraus e se desalinhou todo no meio de minha sala. Quebrou-se todinho o coitado que tanto me serviu.

Sem choro nem vela, ou notebook, cheguei em 2024 e tenho muito o que contar, pode contar com isso.

Se leu... Abraços.

domingo, 2 de abril de 2023

6.0... Quem diria...

 Se você está surpreso com uma nova postagem minha, imagine eu...

2022 foi um ano complicado. Problemas mil, desesperos casuais, as paixões ficaram mais intensas, saudades pelas enormes distâncias, quase nada escrevi e perdas difíceis de assimilar. Profissionalmente... Nem sei se foi criado novas palavras para definir. Digamos... ficamos no mesmo.

Bem, sobrevivi a tudo isso e tive que soprar duas velinhas azuis cintilantes que faziam questão de me lembrar os 60 anos. Não que isso me incomode, ao contrário, adorei fazer 60, mas vamos as comemorações.

60 anos não é pra qualquer um, com certeza.

Os mais engraçadinhos disseram: "cê sentou hein", " agora já é da terceira idade", " já posso te chamar de velhinho?". E por aí vai. Nem ligo. Afinal chegar aos 60 é para poucos e sei que eles me adoram.

Enfim, teve bolo, piadas, chapeuzinho e adorei tudo.

Confesso que levei dois duros golpes e que ainda não assimilei completamente. Se não fui a knockdow, foi por pouco. Dobrei os joelhos e quase fui ao chão ( desculpe essa expressão do boxe, mas realmente quase me senti desfalecer), mas estou de pé novamente. Não tão firme, não tão forte, mas estou. Se demorei a escrever sobre os 60 anos, deve-se a isso, porém, ainda estou aqui e pronto pra mais um round.

Gosta de ler? Ainda que seja minhas sandices ... Estou de volta.

Obrigado.

Parabéns para mim, nessa data querida... O resto é só deixar passar o tempo. Santo remédio.


domingo, 2 de outubro de 2022

Eleições 2022

 E chegou as eleições 2022.

Eu sinceramente esperava uma eleição mais "sob controle" ,mas não rolou.

Sabia que estava ali, no fio da navalha, no limite do possível ou quem sabe... que tudo daria certo.

Cheguei cedo na minha seção e votei tranquilo. 

Deputado Federal... Confirma.

Deputado Estadual... Confirma.

Uma pausa para verificar se o conferente da seção que me acompanhava com os olhos, garantia que eu não usaria o celular...

Governador... Confirma.

Senador... Confirma.

Presidente... Fé... Confirma.

Acabou? Será?

Partimos dali. O restante do dia passou de boa. Mamãe veio almoçar comigo, saímos e comemos tranquilos. Ou quase...

Costela perfeita, pirão apimentado delicioso, cerveja super gelada e assim foi, das 13 as 21hs.

Então, quando eu já respirava aliviado que o dia terminaria, que tudo parecia ir bem, veio o desande...

- Quero que fulano ganhe, porque sicrano é ladrão.

Bastou essa frase, não minha, sem significado algum para mim e acabou-se o mundo. Fui largado para trás, simplesmente abandonado, esquecido e ignorado..

Só porque um achava que o outro era melhor. E eu que lute.

É claro que não gostei de ser deixado como segundo plano e que não deixarei assim... Mas, como é horrível o sabor de saber que não valo nada.

Não tenho idade para mais essa. Só me resta...

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Eu, o Rei e a sua corte.

 Podem-me chamar de saudosista, de velho, de antigo ou qualquer outra palavra que exponha minha idade. Não ligo.

No final de semana fui ver Elvis e ponto.

Se paixão é coisa boa, sou apaixonado, senão, sou um romântico a moda antiga. Chegamos de mãos dadas no cinema. Eu e a corte do Rei.

Tiramos foto em frente ao cartaz do Rei, bem ao seu lado, ele, que como o Rei dos Reis, também não gostava de ser chamado assim, era outro representado. Teve pipoca, por conta da filha. Isso mesmo, eles também foram, afinal fazem parte da corte.

Para registrar a rebeldia que o Rei simbolizava, fui convidado a me levantar do degrau da escada onde descansava. "- Senhor, não pode sentar-se aí. Levante-se por favor". Muita gentileza, nenhuma empatia e as velhas pernas que lutem, para esperar a demora de entrar.

A abertura do filme, foi digna do Rei. 

Passei a maior parte, do início ao fim, ora acompanhando o ritmo das musicas com o pé, ora achando que cantava realmente em inglês, muito baixinho é claro, e as vezes tirando do canto do olho uma lágrima que entregava o quanto admirava o protagonista da história.

Apesar do dito vilão narrar toda a trajetória de Elvis, cá para nós, nem era tão vilão assim, talvez abusivo e ganancioso, já que o ingênuo Rei permitia, até isso me fez ficar hipnotizado pela saudade que a película trouxe. Desculpem por película, mas não se esqueçam que sou um tanto idoso.

Foi muito bom ver Elvis em destaque e ser lembrado novamente. O filme foi bom? Não sei. A saudade era tão grande que me deixou focado em cada cena que trazia Elvis. O ator foi bom? Acredito que sim, pois fez que meus olhos só enxergassem, a cada cena, apenas o incrível artista de Memphis.

Dor, tristeza e saudades, ficaram ao final?

Nada disso! Ficou mesmo, foi a imensa alegria que sinto quando ouço cada canção de Elvis, a admiração pelo incrível profissional que amava seus fãs e eu sou um deles. Talvez tenha ficado apenas uma vontade de quero mais, mas valeu.

De mãos dadas saímos da sala ainda escura ao som de mais uma canção de Elvis, definitivamente, o Rei do Rock estava mais vivo do que nunca.

Lembre-se do Rei!

quinta-feira, 17 de março de 2022

Relatos dos meus 5.9 (o choro é livre)

 

Já vou logo dizendo, não é para qualquer um.

Uma pessoa que chegou até aqui, tem que comemorar e bebemorar, com tudo que tem direito. Fato

Pensem bem...

Comecei passando pela ditadura, dura feito a vida que levei até aqui, ou seja, nem no parto tive moleza. Nasci e sem ter feito ou falado nada ainda, sentaram uma tapa no meu traseiro, e pior, ficaram felizes com o meu choro. Belo começo de vida.

Bulling não tive na infância, apesar da sequela de pólio ser um prato cheio, tive uma leve caída para a esquerda, mas participava de tudo, do que era permitido. Depois que descobriram essa palavra, sou “bullinado” o tempo todo e não posso nada.

Na adolescência, só sofria de amor. Você, você e você, considerem-se culpadas. Você sabe bem, é você mesmo. Eita dorzinha chata, que se arrasta pela vida toda. E há quem diga que foi bom.

Emprego não tinha. O jeito era se virar por conta mesmo. Haja problemas para conseguir tudo. Por que não inventaram o celular naquela época? Ô gente atrasada.

Sobrevivi ao Collor, mas o malvado levou-me os poucos centavos que tinha na poupança. Ficou sequelas.

Confesso. Chorei por causa de um argentino. Ele marcou no finalzinho e lá se foi a nossa copa.

Tiraram o meu fusca, mas o Itamar trouxe de volta. Tiraram de novo. Aquele ali sim, me levava aonde eu queria e sabia que ia voltar. Todo dolorido, mas voltava.

Cruzeiro, Cruzado, Cruzado novo, cruzado de novo. Parecia um boxeador, levava cruzado da direita, da esquerda e nem via. É como hoje, sou apenas intermediário. O meu que é bom... nada. Coisas da política.

Ah... mas teve coisas boas. 1 filho, quer dizer 2, ou melhor, 3, já que vieram gêmeos e a raspinha do tacho, como dizem os mineiros. 4 filhos. Tudo x4.

A vida ficou mais dura? Pode até ser, mas fiquei mais feliz.

Emprego, desemprego, emprego novo, política, luta disso, (olha o boxeador de volta) luta para ter aquilo, luta para ter direito, para ser perfeito e até luta para ser prefeito. Olha aí aonde cheguei! Ufa... Passei por tudo isso... pois é, passei.

Vem um que promete e se mete em falcatrua. Outro que é diferente e engana a gente. Mais uma que disse ser novidade, mas na brevidade que passou o estrago ficou, ou seja, como sempre, 6 por meia dúzia.

Junta, separa, junta de novo. Muda pra lá, volta pra cá, muda novamente e enfim... finquei a minha âncora. Não que estivesse num mar de rosas, mas foi necessário deixar de navegar. O corpo já dava sinal que estava cansado.

A luta acabou? Que isso? Era 57 e muita disposição. Vem cirurgia, pandemia, alergia, tudo ia, mas voltou.

Isolamento, saudades, perdas e rebeldia.

Sou mais teimoso que a vida.

Cheguei até aqui. Então, viva meus 5.9 !