quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Niver do Rei

A gente sempre se espelha em alguém quando criança, por desconhecer o mundo e buscar segurança. Depois, já na adolescência, quando achamos que o mundo é nosso, buscamos referência em ícones, como cantores ou outros. Após essas fases, vem a fase de reforma deste mundo, que queremos firmar ser nosso. Achamos que podemos mudar isso ou aquilo, às vezes aquela referencia da adolescência continua ou trocamos por outro de maior "pegada".
Eu me encaixo em partes nisso tudo, na infância o pai geralmente é nossa referência, mas pulo essa parte. Na adolescência minha referência de vida era um homem que diziam ser gordo, desfocado e já estava ultrapassado, mas mesmo assim, o tomei por ídolo. Acho que tinha 12 anos.
O que realmente as pessoas não viam era que meu ídolo não era como os demais de seu ramo. De imediato me identifiquei com seu trabalho, interpretar músicas. Cheguei a tentar imitar seu corte de cabelo ou estilo de vestir, mas não deu certo, porém, o meu único disco, um compacto, com quatro músicas, era presença certa quase todos os dias na antiga vitrola de mamãe.
Além de seu estilo e suas interpretações, outro detalhe que me chamou minha atenção foi sua religiosidade e formação. Isso, tivemos em comum.
Esse homem que diziam ser velho, na época com 40 anos, passou dois anos me encantando. Eu recolhia tudo que podia sobre ele, como a grana naquela época era muito pequena, incentivava alguns amigos a comprar seus discos e pedia emprestado. Certa vez a mãe de um deles, foi até em casa buscar pessoalmente um LP que o colega me emprestara, pois estava difícil de devolver.
Depois desses dois anos de sintonia fina com meu ídolo, ele me decepcionou. Deixou-me só, aos 42 anos.
Foram dias ruins e fiquei sem direção, então busquei tudo que podia sobre ele, era como se eu quisesse guardar um pedacinho dele pra mim.
Os anos foram passando e nunca o esqueci. Com o avançar da tecnologia fui conseguindo todas as suas canções, muitas imagens, mas o que mais me aproximou dele foram sua história e dedicação a Deus.
Soube que ele relutou várias vezes com a mídia e os interesses comerciais, para gravar discos com musicas gospel. Os donos do dinheiro que só queriam faturar com suas canções de rock, dobraram-se a sua vontade e ele mostrou que sabia o que fazia. O sucesso repetia a cada vez mais.
Desde então... Trago sempre aos meus ouvidos, aquelas mesmas canções de mais de 35 anos atrás e não me enjoo. Algumas até repito constantemente. Tenho discos, vídeos, musicas digitais, posters, camiseta, sempre comigo e nunca deixo de lembrá-lo.
Não sei a quem você direciona suas referências, gostos ou simpatia. Não sei se tudo isso, você renova a cada novo lançamento ou surgimento de novos ícones. Eu não. Trago minha simpatia a este homem que já me deu muitas alegrias através de suas canções por muito tempo e repasso a todos que me cercam.
Parabéns Elvis.
Lembrem-se do Rei.
 
 
 
 
 

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