quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Halloween, um verdadeiro dia das bruxas.

Esse mês já "Elvis". Foi-se o Dia das Crianças e o da Padroeira, e eu não ganhei minha Caloi. Deve ser porque não achamos mais Caloi nas lojas, ou ainda, porque a padroeira não me achou bem comportado nesse ano.
Não tem problema, vamos tocando a vida como ela é. Que venha o Halloween.
Aliás, que dia mais... Estranho.
Aqui o chamamos de Dia das Bruxas, mas não tem a força como nos EUA ou Europa.
Pois bem, eu vivi assim minha primeira experiência de Halloween...
Lá estava eu de Conde Drácula indo a primeira festa de Halloween.
Como nunca tinha participado de algo parecido, estava um tanto constrangido e inconformado quando me olhava no espelho e via aquelas olheiras feita com tinta preta para pele.
A capa, o colete e o cabelo, até que ficaram legais, mas minha dentadura de vampiro incomodava muito.
Meu amigo estava atrasado, ficara de me dar uma carona as 21h00 e já eram 22h10. Foi só pensar nisso e tocou meu celular. Era o atrasildo me dizendo que era para eu espera-lo no portão, que ele já estava chegando.
Saí meio sem jeito, com aquela capa enorme balançando, e fui para frente de casa... Vai vendo...
Assim que fechei o portão e virei-me, dei de cara com o vizinho chegando com a família. O carro estava lotado. Ele, a mulher, as duas filhas e um sardentinho, que tive a impressão de já conhecer de algum lugar. Olhavam-me assustados, tanto que o vizinho quase bateu seu carro ao entrar na garage.
Achei melhor entrar em casa e esperar lá dentro mesmo, mas cadê as chaves? O meu portão, fecho com um cadeado velho, que sempre trava e eu sempre esqueço de trocá-lo. Como meu colega me daria carona sai sem as chaves e tranquei o cadeado. Pronto arrumei pra cabeça, como entraria novamente? .
Nada do colega, nada de entrar em casa e os vizinhos me olhando estranhamente... Que mico.
Bem, quem está na chuva...
Como não pude entrar novamente em casa, resolvi andar um pouco e esperar o colega mais adiante. Outra ideia infeliz.
Apareceu sei lá de onde, dois cachorros e vieram rosnando pra mim, tentei intimidá-los ameaçando jogar algo neles, mas minha mensagem não foi compreendida. Não é que os dois avançaram contra mim, mordendo e puxando minha capa. Tentei chutar um errei e cai. Os dois começaram a puxar e rasgar minha roupa até que dei um grito tremendo e os safados me largaram e correram embora.
É claro que levantei falando um monte de palavrões e rogando pragas contra aqueles pulguentos. Acho que a cena foi tão bizarra que os moradores preocupados com a barulheira chamaram a polícia. Voltei para frente de casa disposto a entrar e desistir da festa.
Lembrei-me que estava sem as chaves e resolvi pular o portão. Assim que comecei a escalar,  pisei na minha capa, perdi o equilíbrio, escorreguei e cai. 
Mas minha calça salvou-me de um tombo feio. Ela enroscou numa das lanças do portão e deixou-me dependurado de cabeça para baixo, evitando bater minha cabeça no chão. Foi então que percebi a chegada de um carro e uma iluminação vermelha a piscar, pelas minhas costas e escutei o som forte da sirene.
Nem tive tempo de virar a cabeça, pra ver o que era e já ouvi:
- Hei morcegão... Vamos descendo bem devagar daí.
- Esta é minha casa senhor policial.
- Sei morcegão. Com certeza estava subindo ai, para dormir de cabeça pra baixo. Vamos descendo morcegão, você está literalmente enroscado.
Bem... Resumindo...
Passei a noite de Halloween na delegacia e só sai quando os colegas chegaram e explicaram tudo ao delegado.
Dia das Bruxas...
Vai vendo.




quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Um dia com meus filhotes

Funciona mais ou menos assim...
Saio de casa às seis e vinte. Pego o ônibus na porta de casa, enquanto Twoo uiva com as patinhas sobre o portão, inconformado a me ver saindo e iniciando a minha maratona.
Vinte minutos depois já estou chegando na rodoviária de Caçapava, pronto pra pegar o segundo ônibus, agora rumo à São José dos Campos. Antes, compro uma água e minhas saborosas batatinhas salsa e cebola.
- Plu favô, não tem tlocado moço?
Não tive como não sorrir ao atendente de procedência koreana, pelo sotaque engraçado ou pelo atencioso atendimento. Mas infelizmente como não tinha "tlocado", acredito que a palavra em koreano que ele disse, virando as costas pra pegar o "tloco", não tenha uma tradução assim tão cortês.
Mais alguns minutos e lá vou eu rumo a São José dos Campos.
Antes de chegarmos a rodoviária algumas pessoas descem pelo caminho, quando duas senhoras estavam pra descer comentaram com o motorista:
-Seu motorista a empresa não devia permitir que pessoas ficassem assim de agarra-agarra dentro do ônibus, ainda mais mulher com mulher e homem com homem. Isso é falta de respeito com a gente. Deviam colocar uma placa proibindo isso. Se quiserem que vá pra um motel.
Enquanto a mulher indignada descia, fiquei imaginando como seria essa placa...
"Proibido, agarramento entre o mesmo sexo" ou ainda "Não é permitido pessoas do mesmo sexo, trocarem beijos, apertos e outros"... Complicado isso.
Mas como homem também é um bicho curioso, eu observei todos descerem na rodoviária, tentando detectar quem causara a reação da mulher. Só desceram senhores e senhoras da terceira idade... Será?
As coisas andam sem freio mesmo.
Sempre quando chego à rodoviária de São José dos Campos, procuro meu amigo Willian, mas como nunca o acho, sigo em direção a Jacareí, o terceiro ônibus. Mais trinta e cinco minutos rodando pela via Dutra. Ainda bem que sempre trago um livro. As horas? Próximo das nove horas. Já rodando há quase três horas.
Chego a Jacacity e vou direto ver o primeiro filhote, numa loja de ferragens. Incrível como cresceu é por isso ficamos mais velhos, eles tem pressa de crescer e nós é que envelhecemos. Ele pede uma saída e vamos tomar junto o café da manhã. Bolinho de bacalhau e refrigerante, talvez até encontrasse o meu velhinho predileto por ali. Mas dessa vez não deu certo.
- A conta é dele. O pai paga.
É... Algumas coisas não muda mesmo.
Pego mais um ônibus, o quarto do dia, até a casa das filhotas... 
Enfim, depois de quatro ônibus e três horas e trinta minutos, cheguei.
O velhinho sempre está por ali próximo ao portão da casa, por isso quando não nos encontramos no mercadão. Pessoa incrível.
A caçula sempre está acordada.
- Pai põe crédito no meu celular?
Sempre muito acordada. Já a gêmea dormindo feito uma princesa e não é o sapo aqui que vai acordá-la. Aliás, faz um belo casal com seu irmão gêmeo. Dois dorminhocos. Ele também está dormindo.
Qualquer sacrifício vale, para comer a deliciosa macarronada da Tatá, tomar um bom vinho com meu velhinho e curtir meus filhotinhos.
Pena que tenho a maratona da volta e ainda levar na velha mochila as saudades desses filhotes maravilhosos.

Mas logo volto.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Apenas palavras...

Mesmo quando minha voz não sai,
ou quando meu sentimento me trai,
sei que poderia dizer mais.
Quando de repente me vejo só,
articulo pensamentos de dó,
sei que poderia fazer mais.
Se eu tento chamar atenção,
expor o que carrego na mão,
sei que poderia mostrar mais.
Na esperança de um olhar,
na alegria do tocar,
sei que poderia te sentir mais.
Perceber o pulsar do coração,
me guiar na escuridão,
sei que poderia ouvir mais.
Mas quando o silencio diz,
que já não sou mais feliz
sei que poderia amar mais.
Se o sol não reflete o dia,
e a noite não mais me sacia,
Sei que me perderia mais.
Quando o acordar não se repete,
e a vida toda se inverte,
sei que não vivi aqui demais.
Se todo escrito a deixa brava,
então as letras formam apenas palavras,
eu já posso dormir em paz.
Sou Freitas -1979

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

Esse meu cachorro...

Meu cocholo, como diz Jack, se machucou. 
Mas também o Twoo faz coisas que não dá pra acreditar. Se enfia em cada lugar, sem contar os estragos que causa.
Camisas arrastadas pelo quintal, óculos pegos do sofá quando virei as costas por um segundo, a destruição do rodo, da vassoura, da pazinha e cestos de lixo, esponjas e por aí vai.
Algumas coisas até consegui salvar.  Meias e toalhas que estavam no varal e o flagrei no momento em que estava com a boca cheia. O cara de pau soltou devagar, abaixou a cabeça, como que arrastando o focinho próximo ao chão e saiu de fininho.
E o susto ao abrir a torneira do tanque e ver vazar toda a água em meus pés... Ele havia destruído os canos que levavam a água para o esgoto. "Maledito Cocholo"... Bem...
Quando cheguei em casa e mexi no cadeado do portão, nada aconteceu. Estranhei.
Bati o cadeado, fazendo barulho e... Nada. Cadê meu "cocholo"?
Chamei por seu nome e o vi esticando a cabecinha pela mureta da varanda. Realmente algo estava errado.
Fechei o portão e me aproximei de meu amiguinho. Estava com a patinha dianteira, direita, levantada. Pobrezinho...
Guardei tudo e fui ver o que havia acontecido com ele. Não vi ferimento. Com certeza enfiara a pata em algum lugar e machucou-se tentando tirá-la. Cuidei de sua patinha, deixei-o perto da água e ração e fui entender o que poderia ter acontecido. Nenhuma evidência. O quintal estava em ordem, nada destruído ou espalhado. Tudo em seu lugar. Sei lá, só pode ter sido realmente no portão. Sei o que ele e outros bichos são capazes de fazer... Olhe uns exemplos... 
Eu até queria postar sua foto aqui, com a patinha enfaixada, mas não posso. Ele também destruiu o meu cabo de conexão do celular. Urgh! 
Vê se pode!


















sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Amo demais. Felicidade em dose dupla.

Às vezes, quando menos esperamos, recebemos pessoas incríveis em nossa vida.

Ela... Nasceu primeiro e já deve ter nascido muito séria. Acredito que nem deve ter chorado, quando recebeu a palmadinha do médico. Deve apenas, ter virado sua cabecinha e o encarado.
Já mais crescidinha, ganhou o apelido de "Maria Tombo", claro, colocado por um pai "bobão", ou seria "babão"? Era descuidar um segundo e pronto, ela caia de algum lugar. Era do berço, da cama, andando... Impressionante.
Um pouco mais grandinha... Tinha cachinhos lindos, era muito fofinha, sorridente e charmosa... Paparicada por todo mundo, principalmente pelo avô e já não caia tanto, ficara muito espertinha.
Era minha referência e não me deixava ficar pra baixo. Sempre que me abalava ou chegava em casa cabisbaixo, lá vinha ela com seus bracinhos abertos me encher de carinhos.
Virou menina... Os cachinhos começaram a sumir, as perninhas cresceram e ela alcançou a altura de meu peito. Magrinha, delicada, ainda me recebia da mesma forma, quando voltava de um dia difícil, com um sorriso e abraços.
Não demorou muito e se tornou mocinha. 
Ficava cada vez mais lindinha. Infelizmente, não era apenas eu que achava assim. Logo os garotos a estavam assediando e como tinha que ser, meu ciúme apareceu e às vezes eu sei, até exagerei nos cuidados. Era a minha princesa.

Ele... Chegou ao mundo alguns minutos depois, como eu. No mínimo deve ter mostrado um sorriso quando recebeu a palmadinha ou até piscou para a enfermeira. Já mais crescidinho, muito esperto, deixava-nos muito ligados, pois era virar as costas e pronto... Mais uma arte pra sua conta. Era o protegido do padrinho, titio e principalmente da avó.
Um pouco mais grandinho... Usava um baldinho azul na cabeça e tinha uma energia inigualável. Extremamente carinhoso e atencioso com o pai, mas totalmente desligado do mundo.
Foi meu estímulo, sempre com uma coisa nova a me apresentar. Muito criativo, mesmo quando desmontava minhas coisas e largava num canto, sempre voltava e tentava resolver. Animava-me a seguir tentando tudo de novo e de novo.
Virou um moleque... Magrinho e ágil. Era a alegria da casa. Dançava, imitava pessoas, sempre sorrindo e inventando mil travessuras. Deitava em meu colo e deixava-me acariciar aquele cabelinho liso e fino, como o meu. Até minha marca de nascença ele copiou, nos marcando pra sempre.
Ele também cresceu rápido.
Esperto, amigo, se relaciona facilmente com qualquer pessoa. Novamente, o ciúme se apresentou, mas em relação a sua liberdade. Solto, livre, sei que também exagerei com cuidados e vigias.

Enfim... Por que estou tão saudosista?

Faz dezenove anos que me apaixonei por essa dupla. Dezenove anos, que me emocionei com meus filhotes gêmeos chegando a esse mundo e que carrego o orgulho de ser pai. E não apenas uma vez, mas duas, ao mesmo tempo. Um presente de Deus, em dose dupla.
Dezenove anos, que amo incondicionalmente o casal mais lindo do mundo. Dois nenéns que me fizeram chorar quando chegaram e que me fazem chorar nesse momento de lembrança que escrevo. Que me fizeram sorrir, enquanto iam crescendo me dando tantas alegrias e que me ensinaram que amar um filho, é muito mais que ser pai. 
É chorar cada vez que a saudade me invade, é sorrir cada vez que nossos braços se encontram. É viver a cada dia, agradecendo a Deus pelo duplo presente que me deu.

Feliz aniversário, meus filhotinhos amados.

Amo vocês, com toda força de meu coração.


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

sábado, 19 de outubro de 2013

Numa noite escura e fria.

A noite estava bem escura naquele dia, não havia lua. Devia ser por volta da uma da manhã quando eu regressava pra casa. O dia fora muito difícil e terminava por ali, comigo voltando pra casa depois da faculdade.
Tinha um vento forte e gelado soprando quando desci do ônibus. Junto comigo, apenas mais três pessoas havia ali. 
Não era normal o ônibus estar vazio naquele horário, está certo que estávamos pelo menos 45 minutos atrasados, devido a um acidente no centro. Levaram pelo menos trinta minutos para desobstruir a rua e nos dar passagem.
No nosso caminho, até o afastado bairro onde moro, passamos pelo cemitério municipal e percebi um homem de terno e chapéu branco,  encostado no muro. Como eu estou sempre lendo no ônibus, apenas o vi de relance e continuei a leitura.
O caminho que fazemos é parecido com uma serra e tem iluminação parcial em todo percurso, a visibilidade é nula, apenas escuridão, mas enfim chegamos no bairro.
Desci e me pus a caminhar rapidamente. São quatro quadras da praça onde desço até a minha casa. Mal comecei a andar naquela rua deserta, quando senti a presença de alguém no caminho. Parei e virei-me para trás e lá, do outro lado da praça, vi o homem de terno branco. Ele vinha caminhando mais devagar, atravessando a rua e direcionando-se a quadra que eu estava. 
Lembrei-me de tê-lo visto em frente ao cemitério, no centro, seria o mesmo?
Não pensei duas vezes e acelerei os passos rumo a minha casa.
Não tive coragem de olhar para trás novamente. Enquanto andava procurava escutar algo naquela madrugada silenciosa, mas quando cheguei a segunda quadra, mas um fato interessante aconteceu.
Ao passar pela primeira casa, a luz que iluminava aquele trecho, simplesmente apagou-se. Assustei-me, parei e olhei para a luminária pública apagada. Voltei a apertar o passo.
Venci a segunda quadra rapidamente, mas quando cheguei a terceira, aconteceu outra vez. A luminária dessa quadra também apagou-se. 
Parei outra vez. Lentamente virei-me para trás. Não sei o que procurava, mas não havia ninguém por ali.
Veio em minha mente, aqueles filmes onde o cara vira-se novamente para seu caminho e leva aquele susto. Acelerou meu coração e então virei bruscamente, preparado para o susto. Novamente não havia nada no caminho.
Sei que correr, comigo é forçar muito, mas acho que comecei a voar...
Faltando apenas três casas para chegar, procurei minhas chaves em meus bolsos, para adiantar a abertura do cadeado no portão. Achei-as, mas quando fui puxá-las, caíram no chão. Sem iluminação no local levei alguns segundos para recuperá-las. 
Pensando que alguém poderia aproveitar  desse momento e me surpreender, mal peguei as chaves e voltei a caminhar sem olhar para trás, mas com a impressão que os passos que vinham distante, se aproximavam rapidamente de mim.
Cheguei em casa. 
Quando coloquei a chave no cadeado para abri-lo, veio aquela pancada forte no portão. Quase tive um enfarte causado pelo susto, era Twoo que como sempre, veio me recepcionar. Provavelmente minha mãe quando veio alimentá-lo, esqueceu-se de deixar as luzes acessas. Tudo era escuridão.
Abri rapidamente o portão e entrei. Enfim em casa, são e salvo.
Então vocês me perguntam...
O homem de branco?
Bem...
Sei lá... Talvez uma coincidência.
É lógico... Para quem acredita em coincidências.
Eu não.

Até parece... Mas não é.

Imagens legais de situações que parecem ser reais , mas não são. Vai vendo...


Oposição, não se animem. Não aconteceu nada disso.
Dilminha estava apenas passando ao lado de um militar, que em respeito estendeu sua espada.

























sexta-feira, 18 de outubro de 2013

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O tempo não para

Ainda bem que o tempo não para...
Não teria tirado o espanto de papai ao dar os primeiros passos
nem sentido o calor de mamãe, na proteção do primeiro abraço.
Ficaria sem a possibilidade, de correr e brincar na rua,
de deitar na grama depois do futebol, observando a lua.
Ainda bem que o tempo não para...
Como eu faria para te encontrar e ter tantos momentos bons,
sair aos sábados ou deitar em seu ombro ouvindo um som.
Meu filho Biel
gargalhar ao beber com os amigos,
correr riscos, sem temer os perigos.
Ainda bem que o tempo não para...
como veria no hospital, através do vidro
meu filhote no berço, após ter nascido.
brincar com ele, vestido de coelhinho
enquanto crescia e deixava de ser menininho.
Ainda bem que o tempo não para...
Não ficaria nem um pouco enciumado,
ao ver a filha apresentar o namorado.
Também perderia a alegria de pular e cair no chão
de ver em pleno Maracanã, meu time ser campeão.
Ainda bem que o tempo não para...
Não veria os primeiros cabelos brancos surgir
os vários problemas, então insolúveis, sumir.
Uma nova vida se apresentar e
 mais alegrias por chegar.
Ainda bem que o tempo não para...
Adoro viver um dia de cada vez,
olhar o sol em sua altivez,
a chuva trazendo o cheiro da terra
a neblina cobrindo a serra.
Ainda bem que o tempo não para... 
Senão, não veria chegar sua velhice,
Contemplar a pele fina ou a sua meiguice
Não envelheceria também ao teu lado 
sabendo que cheguei aqui sendo muito amado.
Ainda bem que o tempo não para...
Assim posso escrever hoje aqui
que pessoa mais feliz nunca vi,
Que o tempo enquanto me faz envelhecer
traz a certeza de que vou morrer
Ainda bem que o tempo não para...

Obrigado por ter me permitido viver.


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Excel - Girar a posição de um gráfico de pizza

Se você criou um gráfico e achou que sua posição não ficou boa, poderá organizá-lo na posição que quiser, alterandoconforme mais lhe agrada.
Suponhamos que você queira girá-lo no sentido horário, então selecione o gráfico já gerado, clicando sobre a pizza. Perceba que quando seleciona o gráfico, abres no alto da tela a aba Ferramentas de Gráfico.

Em Ferramentas de Gráfico, selecione a guia Formatar, selecione Formatar Seleção. Abrirá a janela abaixo:
Na janela Formatar Séries de dados, digite no campo Ângulo da primeira fatia, o número 180 para alteração da rotação do gráfico.

Perceba que alterou totalmente a organização das informações.



GANHE DINHEIRO NA INTERNET


sábado, 12 de outubro de 2013

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Fugindo de casa

Era perto das 14h00. Eu já não aguentava mais.
Fui até o meu quarto e peguei minha latinha de leite, ali estava tudo o que eu tinha: R$1,50 em moedas e 15 bolinhas de gude. Coloquei tudo em meu bolso, peguei um agasalho e saí de casa. Pra nunca mais voltar.
Não vou falar o porquê disso, acho que não tem mais importância, apenas que eu precisava fazê-lo.
Antes de sair parei perto do portão e acariciei Zero que abanava seu rabinho todo feliz, também não o veria nunca mais.
Eu ganhei Zero, meu cachorrinho vira lata, quando fiz 7 anos. Ele me foi dado pelo meu tio Antônio.
Era todo pretinho com o focinho e as quatro patas brancas. Meu tio disse que quando Zero nasceu olhou pra ele e disse que seria meu. Acho que Zero também sabia disso, pois logo que titio chegou ele saltou de seu colo e correu para mim.
Terminei adotando o nome que meu pai o chamava quando ficava bravo com ele. Ele dizia:
- Esse cachorro não vale nada. É zero de higiene, suja toda a casa, zero em comportamento, come todo chinelo que encontra e ainda não consegue ficar um minuto sem latir. Nem pra cuidar da casa serve. Não vale a ração que come. É Zero.
Assim ficou.
Bem, deixei-o para trás. Fechei o portão e acho que foi pela primeira vez. Minha mãe sempre gritava pra eu fechar o portão quando saia a rua. Mas como sempre era tarde, eu já estava longe demais pra voltar. Para dizer a verdade eu até ouvia, mas nunca voltava pra fechar.
Estava muito bravo e decepcionado com papai e mamãe, exigiam demais de mim e nada do meu irmão mais novo, o Luizinho. Tudo era pra ele, até meus brinquedos prediletos tive que deixar pra ele e olhem só... Ele quebrou tudo.
Sempre fui deixando de lado, mas dessa vez foi demais e não quero falar disso.
Lá estava eu andando pelas ruas do bairro, decidido a sumir pelo mundo. Passei pelo bar do Tomé, o açougue do Lucas e vi os meninos indo para o campinho jogar contra a rua de cima. Corri atrás deles.
Eu podia estar fugindo de casa, mas nunca deixaria uma disputa dessas pra trás. Sabia que o time teria dificuldades sem mim. Deixei minhas bolinhas de gude ao pé da trave aos cuidados do frangão nosso goleiro. Mas não pensem que ele era chamado assim por tomar muitos gols. Ele era muito bom no gol, mas era chamado assim porque era branquelo e tinha um pescoço cumprido, como daqueles frangos dependurados na geladeira do açougue do Lucas.
Eu era o homem do meio campo, desarmava nossos adversários e armava nossas jogadas. Às vezes até fazia um gol. Antigamente eu jogava na zaga, os colegas me chamavam de bodinho. Diziam que é porque eu abaixava a cabeça e partia pra cima do inimigo. Ou era a bola ou ele, um dos dois eu acertava.
Mas depois de fazer alguns pênaltis, fui escalado no meio campo. Nunca mais sai dali, descobri o meu lugar.
O jogo foi duro. Ganhamos apertado, mas foi emocionante. Eles marcavam e nós empatávamos. Quase no final do jogo, viramos o placar e vencemos. Foi uma comemoração muito bonita. Todos se abraçavam alegres e também gozavam dos fracotes da rua de cima.
Já estava saindo do campo indo em direção de casa, quando frangão me chamou pra entregar as minhas bolinhas de gude. Então me lembrei do que eu estava fazendo antes do jogo e mudei de direção.
Já estava a uma boa distância do campo quando Galo Seco me chamou aos berros. Galo Seco era irmão do Frangão e tinha esse apelido por ter sido pego com a boca na botija, atirando pedra de bodoque, no galo do seu Gervásio. Dizem que o velho do Gervásio o agarrou pelo calção e ele saiu correndo fazendo poeira, mas sem sair do lugar. Parecia estar naquela máquina estranha que o povo da cidade compra pra correr em cima. Coisa besta.
Voltei correndo até ele que me chamou pra irmos ganhar umas bolinhas de gude dos bobos da rua de cima.
Como já tínhamos dado uma surra no campinho, podíamos fazer barba e cabelo e ganhar tudo.
Bem como já contei, meu fraco era aquelas bolinhas. Não pensei duas vezes. Poderia fugir depois e com certeza com muito mais bolinhas no bolso. Lá fomos nós ganhar deles de novo.
Da nossa rua era Eu, Galo Seco e Guto. Contra nós, da rua de cima, dois magrelinhos e um dentuço que eles chamavam de “Martelo”.
Nunca tinha visto esse tal de Martelo por aqui, mas jogamos mesmo assim.
Depois de certo tempo, lá foram os chorões embora sem nenhuma bolinha. Nós os limpamos, saíram sem nada. Esses moleques da rua de cima são uns perdedores.
Dividimos as bolinhas e voltamos para o campo. Os outros meninos precisavam saber de nossa conquista.
Quando chegamos lá, ainda tinha muitos moleques soltando pipas e jogando bola. Contamos pra eles nossa vitória e mostramos as bolinhas ganhas e ficamos por ali, vendo as disputas de pipas.
De repente apareceu no céu, uma pipa vermelha e branca muito linda, atrás da pipa de Jacson. Todos correram e ficaram ao seu lado torcendo por ele e prontos para correr atrás daquela que fosse cortada.
Ali todo mundo era entendido em pipas e enchiam Jacson de orientações e palpites.
- Solta linha! Vai pra cima! Agora, agora... Não deixe ele ficar por cima. Pra direita! Pra esquerda! Cuidado com a rabiola dele...
E não é que Jacson conseguiu cortar.
Foi uma correria tremenda. Todos os moleques saíram correndo olhando para o céu, acompanhando a queda da pipa vermelha e branca.
Pela força do vento cairia bem longe dali e como eu era o mais veloz de todos, sai na frente.
Via pipa plainando e percebi que cairia na casa do seu Jeremias. Não tive dúvidas pulei a cerca de seu pomar e com um salto certeiro agarrei a linha da pipa que já estava quase no chão. É minha!
Enrolei a linha rapidamente na mão até que a pipa veio em minha direção e a peguei.
Todo feliz, sai orgulhoso e rapidamente do pomar do seu Jeremias com meu troféu as mãos. Os moleques me cercaram para vê-la. Realmente era uma pipa muito bonita e agora era minha.
Estávamos voltando para o campinho quando a mãe de Galo Seco e Frangão, berrou, chamando-os para entrar, tomar banho e jantar. Realmente já estava terminando a tarde. O dia passara rápido demais.  
Todos os moleques começaram a ir em direção de suas casas e eu também. O dia foi lucrativo demais, ganhamos no futebol e limpamos as bolinhas dos caras da rua de cima e eu ainda peguei aquela bela pipa.
Já estava entrando pelo portão, quando mamãe apareceu e disse pra eu ir me lavar que teríamos costelinha para o jantar. Minha comida favorita, eu adorava.
Entrei correndo e fui para o banheiro. Quando tirava minhas bolinhas dos bolsos caíram minhas moedas e então me lembrei do porque estar com elas. Eu tinha que ir embora dali.
Mas eu estava muito cansado e teria costelinha para o jantar.
Então pensei... Ah! Outro dia eu fujo.
Só para saberem, já tenho 22 anos e nunca largarei de mamãe, papai e nem do Luizinho.

Muito menos, das costelinhas que mamãe faz.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Caminhos do vento

Furações e tufões,
arrasam tudo matando vidas.
Mas você sopra  brando,
sopra a brisa.
Segue-se despercebido
Achado, talvez perdido
mas segue forte robusto
certo ou incerto
para longe ou perto.
Caminhos
do vento, do tempo
destinos... vendo,
 sorrisos,
prantos, meninos.
Ruma firme, forte, esquecido
ma no caminho já traçado.
Sobre terras e mares, já marcados
de amor e carinhos,
de dor e espinhos, de azar ou de sorte
de alegrias ou tristezas,
de vida ou de morte.


Sou Freitas 12/03/1980

domingo, 6 de outubro de 2013

sábado, 5 de outubro de 2013

Mais uma do Twoo - O medo

Isso já acontecia há algum tempo e por mais que eu tentasse entender, não conseguia. Até hoje.
Novamente acordei de madrugada, ouvindo aquele barulho e fiquei em silêncio para tentar identifica-lo. Como sempre, parecia vir da cozinha e o medo que sempre me acompanhava naquelas noites, encheu minha alma.
Imediatamente veio em minha mente, a caixa de jogo de facas para churrasco que estava sobre a mesa, haviam separado para emprestar a alguém. Sua imagem do nada veio a meus olhos, ela estava sobre a mesa de jantar. Era um jogo enorme, com garfo, amolador, pegador e várias facas, tudo dentro da caixa forrada com veludo azul escuro.
Tive a impressão de ouvir o barulho da dobradiça, que sempre rangia quando se abria aquela caixa de facas. Arrependi-me novamente, lamentando por nunca ter lubrificado suas dobradiças. Encolhi-me mais na cama puxando o lençol até o pescoço.
O medo que antes apenas me alertava, me deixando em ponto de atenção extrema, agora me paralisava, tirava minhas reações.
O que era isso agora? Seriam aqueles barulhos passos, que vinham na direção de meu quarto? Agora pareciam estarem mais perto, vindo do corredor e atravessando a sala.
Acompanhava ele, um ruído agudo, como um riscar de giz em quadro negro. Isso imediatamente chamou minha atenção. Seja lá o que vinha em minha direção, o estava raspando algo na parede ou no chão, fazendo um barulho agudo que intercalavam com os sons dos passos. Seria uma daquelas facas do jogo de churrasco?... Meu Deus!
Estremeci. Tentei gritar, mas minha voz não saiu. O medo congelara minha garganta, mal conseguia respirar.
De repente lembrei-me da porta, ela ligava o corredor que passava pela sala e ia em direção aos quartos. Ela estava aberta! 
O ruído agudo agora estava bem mais perto. Eu poderia levantar-me e trava-la com o cabideiro de meu quarto, mas o medo não permitia me mover. Minhas pernas, não mais me obedeciam.
Sentia o medo crescendo, agarrado em meu corpo e apertando minhas entranhas. Não era como das outras vezes, estava mais forte, mais vivo. Comecei a suar, sentindo a aproximação daquele ruído.
Outro dia, às duas da manhã, ouvi barulho na cozinha, mas depois de alguns segundos se fez silêncio. Não me levantei e percebi que ninguém o fez também. Será que todos ouviram ou apenas eu? Não sei, mas ninguém foi verificar e no outro dia ninguém comentou nada.
Agora o barulho nascera novamente na cozinha, o ranger da dobradiça, aqueles passos se movimentando lentamente pelo corredor e ainda aquele ruído agudo pela casa, impossível ninguém escutá-los. Estariam todos com medo e petrificados como eu? 
Eu tinha que fazer algo antes que, seja lá o que for, chegasse à porta do corredor. Como o meu quarto era o primeiro pela ordem, pode ser que ninguém realmente tenha escutado todos aqueles ruídos.
Espera. Os passos pararam.
Já não escutava nenhum barulho, nem naquela rua ruidosa, que sempre tinha carro passando ou mesmo pessoas caminhando, dando risadas e incomodando meu sono. Fiquei em silêncio absoluto.
Acho que como eu, o invasor estava tentando ouvir algo, saber se tinha alguém próximo. E realmente tinha. Eu. A uma porta depois do corredor.
Minhas mãos estavam geladas, minha perna tremula ainda coberta pelo edredom, não se moviam. Tentei soltar um som, ainda que mínimo, mas realmente minha garganta travara. 
Ouvi o som da porta do corredor, ele já alcançara e a abria totalmente. Mais apenas alguns passos e estaria de frente com minha porta. É isso! A minha porta eu tinha que travara com o cabideiro.
Num esforço enorme consegui deslizar meu corpo, ainda rebelde as minhas vontades, e tateando os moveis cheguei à porta. Estava um pouco aberta.
Não tive coragem de olhar pela fresta. Fui empurrando-a lentamente para não fazer barulho. Estava escuro todo o corredor. Se havia alguém ali, não me perceberia fechando-a. Parei. De repente tive a impressão de ouvir uma respiração muito próxima à porta.
Com um esforço sem tamanho retomei o fechar e senti a porta encostar-se ao batente, mas infelizmente, quando a fechadura encontrou o encaixe, fez o barulho do travamento.
Passei rapidamente o trinco e travei a porta. Percebi que quem estava ali fora ouviu o barulho também. Senti que mudou o rumo e veio em direção a minha porta. 
Dei dois passos para trás e esbarei na escrivaninha. Fiquei estático olhando para a porta, até que ouvi um ranger baixo, vindo do lado de fora. Alguém se encostara à porta, provavelmente colando o ouvido e tentando ouvir algo no interior do quarto. Parei até de piscar e acho que nem respirar eu conseguia mais. Estava feito uma estátua de mármore. 
Passou-se uma eternidade até que ouvi o riscar de algo na porta. Imaginei ser o riscar com uma faca, marcando minha porta por fora. Consegui sair da paralisação e cheguei até a cama. Peguei dois braços do cabideiro, braços que eu sempre dizia que iria consertar e fixar de vez, eles sempre se soltavam e caiam no chão. Agora agradecia por nunca ter feito o conserto.
Com os dois pedaços de madeira na mão, eu estava disposto a enfrentar qualquer coisa, independente do medo que me fazia tremer da cabeça aos pés.
O ruído parou e me pareceu estar se afastando pelo corredor, indo em direção ao quarto do lado. 
De repente meu celular foi ativado... Estava tocando. Onde ele estaria? Droga... O havia deixado na sala, carregando. Sempre o esquecia de carregar, mas naquela noite, lembrei-me e o deixei na mesinha da sala, recebendo carga. Com ele em minhas mãos, poderia chamar alguém para nos socorrer. Fiquei aguardando para ver se alguém iria atender, então escutei o barulho, do celular, sendo atirado ao chão.
Não havia duvidas alguém estava ali e agora sabia que eu também estava. Viria me pegar.
O maior medo chegou de vez. A porta do quarto ao lado de minha mãe estava sendo aberto. Reconheceria o ranger daquela velha porta a centenas de metros de distância. Ela estava saindo, precisava avisá-la, protege-la.
Não sei como consegui, mas levantei-me e corri em direção de minha porta, atirando o cabideiro ao chão e destravando o fecho. Então dei de frente com o invasor, era tarde demais.
Alguém acendeu a luz e antes que eu gritasse escutei a voz de minha mãe:
- Filho, deixou a porta aberta de novo! Olha só a bagunça que o Twoo fez. Você não o alimentou, até seu celular ele jogou no chão.
Só então voltei a mim.
O ruído era a bandeja de comida que estava sendo arrastada pela casa, por aquele cachorrinho peralta. Só então vi o arranhado que fez em minha porta, tentando me chamar para alimentá-lo.
Tudo aquilo era apenas mais uma das artes de Twoo, o demais, fora meu medo alimentando minha imaginação.

Coloquei Twoo para fora, dei-lhe o que comer, pedi desculpa pra mãe beijando-a na face e voltei ainda suado e com o coração tomando seu ritmo normal, para minha cama. 
Em paz.