segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Ano Novo... Ah tá.

E lá vamos nós terminar mais um ano.

Adeus ano velho... Feliz Ano Novo...

Nesse momento, a maioria das pessoas dá uma freada brusca na vida e ficam a pensar: "Mas o que é que eu fiz afinal?

Alguns começam fazendo as mesmas promessas que não cumpriram em 2018:

- "Em 2019 emagreço" mas com certeza tem uma ressalva, "...mas só depois de comer o pernil da tia".
- "Nesse ano para de beber. Só vou tomar um whisky na virada e paro". Esses esquecem que dia 1º já faz parte de 2019.
- "2019 é o meu ano, agora vou juntar dinheiro". Com certeza alguns carnês (que coisa mais antiga) vai lembra-lo que fez dividas demais no final de ano.

Enquanto isso vai se repetindo, outros fazem a sua auto-retrospectiva:

- "Esse ano foi fo.., só me ferrei. O ano que vem vou mudar tudo isso". Mas se não mudar a si mesmo, repetirá a frese em 2020.
- " Comprei uma casa, um carro e viajei. Foi um ano ótimo... Tirando esse monte de parcelas que estão vencendo..."
- "O chefe pegando no pé, o cunhado bêbado, de calcinha, no meu aniversário e minha esposa fez a festa da sogra aqui em casa... acho que o ano foi bom. O problema é que tudo isso vai se repetir em 2019."

Enfim... Acaba-se um e começasse outro.

Ah! ainda tem um novo Presidente. Novo... Me engana que eu gosto.

Feliz (se possível) Ano Novo. (também se possível)
Fui!!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Mais uma...

"Não quero me responsabilizar pela vida, ela que me leve, ela que se responsabilize por mim. Chega!"
Miriam Barbosa

1, 2, 3...Deu, deu por hoje.

Cansei de festas , de encontros, de confraternizações, de vamô que vamô. Deu deu por esse ano.
Acabei de sair de mais uma festa de fim de ano, mas não pelo ano e sim pelo 15º aniversário de minha linda sobrinha.
Foi show, mas deu, deu pelo ano. Já passei por café de confraternização na empresa, complicado...
Por amigo secreto dos amigos dos filhos, muito legal e divertido e agora em pleno dia 16/12 há 9 dia do grande dia de Natal, a última festa.
Adoro tudo isso, mas como todo velho que se preze, cansei.
Feliz Natal e Feliz Ano Novo... Espere... Ainda tem o amigo secreto da família... Meu Deus!!!
Ho,ho,ho... Isso me soa mas como tiração de sarro do que anuncio da chegada do bom Velhinho.
De velhinho basta eu.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Vinho e amigos

"Os amigos são como o vinho, melhoram com o tempo."
Manoel Messias

Ah! Hoje é dia de vinho e amigos.

Uma dupla pra lá de especial, meu amigo Marcão e meu Mano Véio, juntos para uma entornação de canecas.

Ho,ho,ho... Que presente de Natal!


segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Estamos quase lá

"Que além dos aniversários e através do sempre você seja muito feliz. Parabéns."
Desconhecido
Hoje é dia do niver do meu Maninho. O garoto já deixou os quarenta para trás e merece toda a felicidade.Na verdade nem lembro se fiz 41, já faz tanto tempo...O bom de se fazer aniversário é que sabem que ainda estamos por aqui. E a frase desse desconhecido é muito boa mesmo, pois precisamos ir além dos aniversários em busca do sempre que nos limita até um certo dia.Parabéns Maninho, 15 dias para o Natal, 11 para mais uma festa de vida (Clarinha), 10 dias de dezembro, 5 para meu pagamento (enfim) e 0 para o dia do Maninho. Parabéns meu irmão!!!E que venha meu pagamento... Uhuuuuu!

domingo, 9 de dezembro de 2018

Billy - Capítulo 0 - O início


Billy-
Por Ademir de Freitas




Filme: O passado não perdoa – 1960

Burt Lancaster - "É inútil persegui-lo no meio desta               tempestade, a poeira não nos deixa ver as montanhas".

Audie Murphy - "Ele está ferido, ele vai morrer por aí e o vento vai enterrá-lo".

Burt Lancaster - "Os caras como Elsing, não morrem se não forem mortos".






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O início


“Nunca acreditei nas histórias que me contaram ou nas notícias dos folhetins que circulavam na época. Muito sensacionalistas. Viviam publicando manchetes que não existiam, que não era bem verdade ou com muitos exageros. Confesso que, algumas vezes, me fizeram ficar angustiada, mas, com o tempo, aprendi a ignorar ou absorvê-las.
A chegada da Ferrovia Mildred & Co., que tinha o aval do governo para implantar e ampliar as linhas férreas na região e o objetivo de aproximar as grandes cidades e, assim escoar a produção do Condado com maior rapidez, trouxe um aumento considerável de pessoas ao Condado de Lincoln e também para a nossa pequena cidade. Por lá, até a imprensa já se instalara. É claro que, como muitos, também ficamos esperançosos e animados com a novidade.
Dessa vez, os boatos escutados pelos nossos homens, contratados de papai para trabalho na fazenda e nossa proteção, e que foram ao saloon em sua noite de folga, eram mais intensos. Sabíamos que a voz corria mais rápida que os impressos e que os fatos contados no comércio daquela confusa cidade, eram distorcidos demais. As notícias sempre chegavam através de alguém que veio de algum lugar e que ouvira ou vira algo que valia a pena relatar. A cada hora chegava uma versão mais diferente da outra, mas todas sempre com um final infeliz. Os homens evitavam comentar na minha frente, mas seus olhares os entregavam.
Até fiquei sabendo, que na cidade muitos comemoravam com o fato. Só não sei o porquê. Diziam nossos contratados, que as pessoas falavam alto, vibravam e até sorriam levantando brindes quando comentavam o grande acontecimento. Só poderiam ser pessoas ligadas a tal Associação de Lincoln conhecida como “A Casa”, propriedade da horrível Ferrovia Mildred ou até mesmo da Mineradora Santa Barbara que estava começando a chegar por essas bandas. As duas últimas, eram as grandes forças que se encontraram ali, mais próximas de nós, ambas, apoiadas pelos controladores econômicos do Condado e amparadas pela a vontade de expansão da região, pelo governo. Apesar de, algumas vezes se estranharem, quando se tratava de prejudicar os fazendeiros andavam lado a lado. Parece que essa parceria nos traria problemas maiores no futuro, talvez, maiores dos que passamos quase um ano antes.
Depois que o boato correu, mesmo distorcido, dizem que o Condado de Lincoln enlouquecera e nossa cidade também o acompanhou. Era um movimento nunca visto antes. A todo instante chegavam carruagens de tudo quanto é canto do país, espalhando poeira e pessoas pelos dois velhos hotéis locais. Muitos jornais das grandes cidades, enviaram seus representantes para apurar a verdadeira história e saber o que realmente aconteceu. Com eles vieram os fotógrafos e seus equipamentos modernos e enormes, registrando tudo o que podiam e o assunto era sempre o mesmo... Mataram Billy, The Kid.
Acredito que nunca vi antes em nossa região, tanto agito assim, e não entendo porque tanta repercussão. Não era como das outras vezes, aliás, diversas vezes. Mesmo assim, não me abalei. Houve um tempo em que eu o esperava voltar para casa, por vários dias. Ele dizia ser necessário partir para não nos colocar em perigo. Geralmente ia para o Novo México, ao Maxwell Ranch, rancho de um amigo muito considerado, mas os maldosos, diziam que era por causa de outra mulher. Isso não me incomodava, se era verdade ou não, era problema dele. Eu confiava nele, sabia que não faria nada que me magoasse. Num desses afastamentos, fiquei muito adoecida. É claro que todos disseram que era por causa dele, ou por um boato de que o haviam capturado enquanto ele e seus amigos estavam a caminho de casa, diziam que o enforcariam. Inclusive os boatos diziam que na captura dele, houve algumas mortes. Como era considerado um foragido, armaram-lhe uma emboscada a caminho de uma pequena cidade ao sul, sempre atrás da sonhada recompensa para quem o prendesse. Coitados. Sarei antes mesmo dele retornar dizendoque nada vira em seu caminho, a não ser alguns cavalos estranhamente vagando sem seus donos pelas trilhas secas. “Eram apenas uns doze ou quinze. ” - Dissera ele, sempre falando nunca saber contar direito. Mentiroso, fingia errar o número só para se valorizar ou enganar a quem o ouvia, mas mudou de assunto quando perguntado sobre os amigos. Apesar de sua fama e de um monte de pessoas o quererem morto, acusando-o de bandido, ladrão e até pistoleiro, eu e papai sabíamos quem realmente ele era e quanta gente ele ajudara. Soube que uma imensidão de acontecimentos o atingiram, entre eles o assassinato de seu último patrão por quem tinha um profundo respeito, ele e seus amigos então viraram homens da lei. Essa morte e a nomeação, foram o principal motivo para o início dessa vida turbulenta.
 
Eles eram denominados “Os Reguladores de Lincoln”, nomeados por um juiz e encarregados de capturar e levar à justiça alguns assassinos, inclusive os que participaram da morte de seu patrão. O que nos disseram e confirmaram, foi que passaram a ser perseguidos e ditos como assassinos e bandidos, depois que contrariaram as conivências de algumas autoridades e a Associação de fornecedores de carne bovina, um monopólio que crescia rapidamente no Condado e tinha contratos de fornecimento com o governo. Eram homens ricos, indicados e protegidos por representantes legais do país, abusavam de seu poder e tiravam o dinheiro e a vida de muitos criadores de gado da região. Todos comandados por dois fazendeiros, os supostos mandantes da morte de seu patrão. Mas tudo isso acontecera em Lincoln, uma cidade maior, não muito longe daqui, além do funil de pedra, caminho que nos ligava. Disseram ainda, que ele já pedira o perdão para o governador e este prometeu dar, mas esses homens horríveis o queriam morto, então o traíram.

Está certo que não era nenhum santo e que muito errara no caminho, mas agora apesar da pouca idade, era outro homem e esforçava-se para mudar mais. Algumas vezes, nas poucas que estava aqui e enquanto passeávamos a cavalo pelas colinas que cercavam nossa fazenda, confessou-me querer casar comigo, morar num rancho próximo e como papai, criar gado, viver feliz e ser livre. Que papai não o saiba, mas foi num desses passeios que o beijei pela primeira vez e descobri que realmente nos amávamos. Confesso que em alguns momentos enquanto o beijava, tinha medo de abrir os olhos e ver que ele não estava mais ali, que o tinham tirado de mim. Estávamos muito apaixonados. Quem me ouve falando assim dirá que é bobagem, que ele nunca largaria sua vida torta e aventureira. Que gostava de viver dessa forma, roubando e matando. Tudo bem, podem dizer o que quiserem, sei que uma coisa não justifica outra, mas eu o conhecia e o amava. E sei que ele me amava muito também, senão, não arriscaria passar tempos e tempos conosco na fazenda, se expondo à pistoleiros contratados pela Ferrovia ou por caçadores de prêmios vindo de todo país. Vi isso acontecer por duas vezes, mas ele e seus amigos deram conta do recado.
O dia estava muito agradável, apesar de pouquíssimas nuvens no lindo céu azul, o forte sol que nos atingia naquele horário parecia ter dado uma trégua. Eu estava sentada na varanda, na cadeira de balanço de papai, muito tranquila lendo um lindo romance, O Morro dos Ventos Uivantes, de Emile Bronte. O romance era recém-publicado em forma de livro, muito melhor para ler e conservar. Antes era em formato de folhetim. Ele era presente de papai. Comprou para mim quando fora a capital negociar seu gado, logo depois que tentaram lhe tomar a fazenda. Precisava de dinheiro para recuperar os estragos que o confronto deixara. Como estava meio entristecida com a partida de meu amado, mais uma vez fugindo dos capangas do Xerife, comprados pela Associação e a Ferrovia, papai quis me fazer um agrado e dar algo para que me ocupasse o tempo e me fizesse esquecer um pouco de tudo que havíamos passado. Mal sabia ele e principalmente eu, que minha história teria muitos pontos em comum com esse fantástico romance.
Apesar de absorvida pelo livro, as vezes levantava meus olhos para ver se ele, como diversas vezes fizera, viria correndo pela entrada da fazenda. Descia do cavalo próximo ao poço, cambaleando e fingindo-se de ferido, como sempre. Aquele homem lindo fazia meu coração disparar e eu me desesperar aflita ao vê-lo chegar assim. Na primeira vez, saí correndo ao seu encontro para socorrê-lo, deixando claro a todos e a papai, minha preocupação e envolvimento com aquele rapaz. Quando percebi sua brincadeira de mal gosto, deixei-o só lhe virando as costas, enquanto ele chamava-me para socorrê-lo. Isso lá é coisa para se brincar? Depois disso, quando vinha com essa graça, ficava impassível na cadeira de papai e o esperava chegar até a mim.
Apenas ficava parada. Confesso mais uma vez, que intimamente apreensiva, vendo-o aproximar cambaleante. Quando chegava nos primeiros degraus da varanda, fazia-se de cansado demais e se jogava sobre eles. Então escalava um a um praticamente se arrastando, fazendo as tábuas dos degraus rangerem e vinha engatinhando até a mim. Eu o aguardava, apavorada, congelada de medo, mas firme, procurava com os olhos por algum ferimento visível desconfiada de ser mais uma brincadeira boba. Chegando bem próximo, de cabeça baixa, tocava meu colo se amparando em minhas pernas, levantava a aba do seu chapéu com os dois dedos da mão esquerda em forma de arma e olhava-me mostrando seu sorriso torto e moleque.
- Eu consegui. Novamente não me pegaram.
Como ele era lindo sorrindo e levantando o canto da boca, sua característica que eu mais amava. É claro que ficava brava e até lhe dava uns tapas, mas não tinha como resistir aquele homem-moleque e suas brincadeiras. Por isso o chamavam: The Kid. Diziam também que ele matara um homem para cada ano vivido, mas muita gente de Fort Summer e até mesmo de Lincoln o adoravam. Sentia que seus amigos, agora em número menor, também agiam assim e confiavam naquele adorável homem. Acho que foi isso que encantou a mim e a papai.
Escutei o barulho de cavalos e voltei a razão, deixando de lado todas essas lembranças. Desapontei-me. Dessa vez não era ele.
Eram cinco cavaleiros que entravam a galope cadenciado em nossas terras, vindo em direção a casa. Papai apareceu ao meu lado, forçou o olhar naquela direção para identificar os visitantes, depois olhou para mim. Ajeitou, como tantas vezes, seu velho chapéu na cabeça e foi em direção aos cavaleiros.
Quem chegava era o novo delegado, com certeza também escolhido e bancado pela Ferrovia. Esse era o quarto xerife nomeado nos últimos três anos e valia tão pouco como seus antecessores. Outro calhorda, marionete dos homens que valiam menos que ele. Pude reconhecê-lo pelo brilho da estrela em seu peito, devia polir tanto o metal que quando o sol a encontrava, refletia como um raio lançado a cegar alguém. Estava acompanhado de quatro de seus auxiliares ou “parasitas” como dizíamos por aqui, todos também recém-chegados à cidade. Assim que entraram na fazenda, levantando muita poeira, diminuíram a velocidade quando viram nossos homens, com seus rifles a mão, acompanhando-os de longe. Isso também era ideia do meu amado. Convenceu papai a aceitar, dizendo ser para nossa proteção enquanto estivesse fora. Ele mesmo escolhera os homens em outras cidades pelas quais passou. Por ali qualquer um era suspeito de ser espião da Ferrovia Mildred & Co.. Dois desses homens juntaram-se a papai e caminharam ao seu lado com o rifle apoiado no braço e dedos no gatilho. O Xerife e seus homens pararam no meio do caminho, controlando seus cavalos, próximo ao poço principal que abastecia a casa, enquanto papai continuava andando em sua direção. O poço era um muito vistoso e conhecido na região. Possuía uma armação mecânica moderna que permitia extrair sua água sem esforço algum, apenas bastava baixar uma alavanca. Papai tinha muito orgulho dele, trouxera a ideia e o material da capital para construí-lo. Quando papai se aproximou dos homens, virou-se para mim como que para garantir que a distância era suficiente para minha segurança, caso acontecesse algo. Os cavaleiros cumprimentaram-me, ao longe, com um leve toque no chapéu. O Xerife desceu do cavalo, pegou uma caneca de metal que ficava presa perto da alavanca de bombeamento e a encheu de água do balde que ficava sobre o poço, bebeu e começou a dizer algo a papai. Parecia ser algo sério. Olharam em minha direção, gesticularam algumas vezes e então despediram-se. O Xerife juntou seus homens e partiu.
Apesar do cair da tarde e o sol vir de frente a mim, pude ver papai tirar o chapéu para enxugar o suor que escorria pelo seu rosto, afastar a poeira levantada pelo trote dos cavalos, fazer um sinal de tudo bem ao nosso pessoal e dispensar os dois acompanhantes que voltaram a sua posição inicial. Aproveitou para tomar um pouco de água, lavar o rosto e começou a voltar andando lentamente em direção a varanda, sempre com a cabeça baixa. Parecia enrolar a caminhada, para demorar mais a chegar.
Em frente à entrada da casa, tirou o chapéu novamente, bateu contra sua perna direita para tirar o que sobrou da poeira e subiu calmamente pelos velhos degraus ruidosos da varanda, degraus que rangeram agudamente como sempre. Parou ao meu lado e vendo que nem levantei a cabeça para olhá-lo, limpou a garganta fazendo aquele barulho horrível que eu conhecia muito bem e que demonstrava seu nervosismo e disse-me:
- Era o novo Xerife e seus covardes. Filha, dessa vez era mesmo ele. Pat Garrett o pegou em Fort Summer. Sinto muito. – Olhando ao longe evitando meus olhos, completou. – Tenho que consertar esses degraus barulhentos de uma vez ou acabara se soltando e derrubando alguém. Acho que teremos tempos difíceis novamente.
Após olhar para a escada, levantei calmamente minha cabeça e olhei para papai, que evitou o meu olhar, depois para os cavaleiros indo embora, já muito distantes. Na verdade, só conseguia ver suas silhuetas encobertas por uma nuvem de poeira. Sorri timidamente, balançando a cabeça, baixei meus olhos novamente para o livro e continuei a ler. Acho que estava entorpecida.
Sei que papai gostava muito dele também, apesar de sua fama não muito boa. Aprendera a respeitá-lo depois que soube de sua história e principalmente por ter-nos ajudado, junto a seus amigos, contra os bandidos daquela maldita Ferrovia. Enfrentara homens muito ruins, os poderosos donos de gado de Lincoln. Essa gente, havia forçado fazendeiros a vender seus animais somente à eles, ao preço que determinavam, causando muitas falências entre os criadores. Esse pessoal da Ferrovia, não era diferente. Viviam querendo tomar nossas terras, motivo pelo qual papai contratou tantos homens para ajudá-lo. Quando realmente quiseram fazer o que sempre ameaçavam, não apareceu nenhum xerife, Marshals ou outro agente da lei para nos ajudar. Estávamos perdidos, não conseguiríamos sobreviver. Foi ele, com seus amigos, que vieram em nosso socorro e nos ajudaram a superar os verdadeiros bandidos. Foi um confronto muito duro, com muitas perdas, estávamos para sucumbir, porém sem nenhum motivo aparente, ele e os amigos apareceram, colocando todos aqueles pistoleiros contratados pela Ferrovia para correrem daquela região, apesar deles sempre negarem sua participação. Os bandidos que não tiveram a sorte de fugir, ficaram estirados por toda parte em nossas terras. Isso afetou tanto a Ferrovia Mildred, que mudaram o rumo dos trilhos para longe dali. Nessa mesma época chegava outra empresa poderosa na região, a Mineradora Santa Barbara, que logo soube do acontecido, mas não se arriscou a envolver-se com a nossa fazenda.  Se ele era tão ruim quanto diziam, porque faria isso para ajudar papai? Não, não por mim. Nos conhecemos naquele dia horrível que pensei que perderia tudo. Em comemoração a esse grande feito, papai fez uma enorme festa na fazenda, e isso deve ter enfurecido ainda mais a poderosa Ferrovia. Foi uma grande comemoração. Papai mandou matar gado, contratou músicos e até trouxe um fotografo da cidade para registrar aquele momento. Hoje o registro desse encontro é o marcador de página do romance que leio. É uma imagem tirada em frente a nossa varanda, tendo ele a direita, eu a esquerda, e o papai no meio abraçando os dois. Lembrança daquele dia inesquecível em que comecei a conhecê-lo melhor. Houve ainda outros acontecimentos depois dessa ocasião, em que precisamos dele. Papai aprendeu a confiar e até o deixou me visitar para conversarmos.
Pois bem, apesar de tudo aquilo que diziam ou que os canalhas do Xerife informaram ao meu pai e que me fizeram chorar por muito tempo, como se tivessem arrancado meu coração e causado dores por muitos anos, apenas quem conhecia tão profundamente William Henry McCarty como eu, saberia que ele nunca quebraria um juramento feito a mim.... “Sua doce Anne”. Era como ele sempre me chamava.
Se ele jurou voltar para mim, ele voltaria. Ainda que tivesse de viver outra vida, e eu estaria a esperá-lo.
Com o livro fechado entre as mãos, li novamente o título do romance e apenas suspirei.
- Ah! Billy... seu menino mau”.

Billy, meu quarto livro

Olá!

Consegui enfim terminar meu primeiro romance, "Billy", como não tenho recursos para publicá-lo fisicamente e já estou trabalhando no segundo, resolvi publicá-lo aqui e deixar em pdf para download.
Um dia, em 2011, conversando com meu irmão sobre filmes de western, os famosos bang-bang ou faroeste, tive uma ideia para escrever essa história, mas nunca levei adiante. Fiz alguns rascunhos da ideia, mas nada de escrever. Este ano surgiu um concurso para livros prontos, patrocinado pela empresa que trabalho. Com o apoio da minha esposa resolvi me inscrever.
O problema era que teria cerca de apenas um mês para fazê-lo. O desafio estava lançado e coloquei a mão na massa. Lógico que não conseguiria entregá-lo pronto, principalmente para disputar um concurso que premiaria em dinheiro quem ganhasse, então escrevi de forma reduzida a história e consegui inscreve-lo.
Sabia que não seria premiado, apesar que no fundo tinha certa esperança, então resolvi completá-lo e dar a verdadeira cara a história.
Como já disse, não tenho dinheiro para publicá-lo, pelo menos nesse momento, então resolvi publicá-lo aqui, capítulo por capítulo e também disponibilizá-lo em pdf. Caso encontre erros de ortografia ou digitação, me desculpe e se possível me informe
Então vamos lá. Boa leitura.
Com vocês...

Billy

 Baixar livro - Billy


terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Maldita maçã, agora já comi.

Encantos impressionam a vista, mas o mérito ganha o coração.
Alexander Pope
Pope tinha razão, encantos impressionam mesmo.E tem todo tipo de encanto, até o encanto que enfeitiça e acho que fui enfeitiçado aos encantos de graça, beleza, delicadeza e até respeito.Como não existe!Tenho um colega que me tem tanto respeito, que me sinto encantado ao seu lado.Ouve-me como nunca consegui faze-lo. Educadíssimo, bom isso eu não sou mesmo. Respeitador (coisa antiga, mas que ainda funciona), vejo seu comportamento e é exemplar. Enfim um encanto de colega.Já depois da virgula da frase de Pope... Mérito é algo que quero e não sei dar.Essas coisas não são simples, é muito difícil.Voltando ao encanto de feitiço, CARACAS! Só pode ser coisa de bruxa má, ah! se eu fosse algo mais do que um pobre sapo... Ah! se não tivesse comido aquela maçã... Maledito feitiço que não quer me largar.

domingo, 2 de dezembro de 2018

Já é Natal, uhuuu!

"Um depois do outro chegam os cartões de Natal - Saudade dos amigos.
Mary Leiko Fukai Terada
Eu já fui assim também. Caracas, como eu recebia cartões. Era um costume muito legal, primeiro que sabia quem realmente me estimava, quer dizer mais ou menos, também era uma mania. Mas digamos assim, 80% me me entregavam os cartões de Natal, realmente de alguma maneira me estimava. Ainda hoje achei um único sobrevivente dessa época. É um cartão da Edições Paulinas. Um daqueles que vem com uma mensagem, como este post. Era da Comunidade São Francisco de Assis. Podem acreditar, eu era um cara legal e pessoas gostavam de mim.Enfim... Não recebo mais cartões de amigos, eles preferem dar a mão e dizer feliz Natal no último dia de trabalho ou de encontro casual no centro da cidade, junto a um turbilhão de gente fazendo compras.Mas tudo bem, nada de drama, acho que sou igual a eles hoje. Talvez com uma diferença... Eu realmente amo o Natal e tudo que ele representa. Nada de coisas materiais, compras e coisas assim. Gosto de enfeitar a casa, ver os sorrisos nas pessoas e até reconhecer que a boa vontade realmente está no ar.Segundo dia de Natal, pelo meu calendário. Show!

sábado, 1 de dezembro de 2018

Chegou o Natal (quase)

"O Natal não é um momento nem uma estação, senão um estado da mente. Valorize a vida."

Sei lá que foi que disse...


Então é Natal, so this is Christmas...O primeiro dia de dezembro chegou, desencaixotei minhas tralhas natalinas e passei o sábado inteirinho trabalhando. Coloquei pisca-piscas, festões, bolas coloridas, Papai Noel, estrela na ponta da arvore e me acabei todinho. Acho que nem as renas puxando aquele simpático gordinho avermelhado, se cansaram tanto quanto eu hoje.
Tinha uma grande festa prevista para mais a noite, mas dancei. A grana tá tão curta que Papai Noel já me informou que está pensando em mim para 2019, esse ano já era. Pensando bem, até que nem merecia algo mesmo, não fui lá essas coisas nesse ano. Dei umas pisadas feias no ano. Coisas boas... talvez livrar um gambá do meu cachorro Twoo... Não. Isso foi no ano passado.
Pensando bem, não fiz nada mesmo. Sou devedor (literalmente).
Bem, ainda tenho uma esperança de um bom presente, afinal fiz um acordo com São José, aquele de não comer uma fruta sorteada por um ano. Só vence em março, mas meu pedido era para 2018... Vai que.
Ho,ho,ho... São José, tamô junto.



Mea culpa

"Especialista é alguém que lhe diz uma coisa simples, de maneira confusa, de tal forma a fazer você pensar que a confusão é culpa sua."
Albert Einstein
Penso logo sou confuso, apesar de saber exatamente tudo em minha volta, em minha vida.Trabalho muito, mas não agrado chefe. Ele pensa que faz e tá feito. Eu é que errei, que esqueci e que não entendo. Acho um desperdício chefe ter duas orelhas, eles não ouvem nunca mesmo.Em casa, percebo que não é diferente. Por mais que ganhe, continuo devendo. Se era assim, eu que fiz assado. Não ouço, não entendo, não faço, não tenho paciência, esses sim sou eu. Sim coloco no futebol, sim limpo o quarto, sim cuido do carro, esse não, não faço direito.Direito é estar errado e errar é fazer o certo. Não importa, a culpa é minha.