sexta-feira, 31 de maio de 2013

A árvore solitária

Quando meus olhos a encontraram,
tive certeza da distância que estava.
Longe, no alto, isolada e sozinha.
Não era minha,
e com certeza de mais ninguém.
Também...
Quem a deixaria só, desamparada,
abandonada e deixada de lado 
em cima de um morro.
Parecia pedir-me socorro, companhia.
Acredito que quando me viu
tenha se contorcido,
provocou assovio, talvez...
até seu corpo esticou.
Mas eu estava distante.
Apenas a acompanhei com os olhos,
virando-me para não perdê-la.
Nunca poderia tê-la,
eu sabia, pertencia a alguém.
Não estou certo,
mas como não tinha nada por perto,
acho que ela foi condenada.
Talvez uma punição
de alguém sem coração,
com inveja de sua beleza.
Com certeza, percebeu meu olhar
apreciando e admirando-a
de um carro que passava ao longe, 
Sou Freitas
pela estrada.
Em velocidade controlada,
distanciei-me muito e a perdi.
Escapou-me dos olhos, 
minha amiga imaginária.
Mas restou-me gravado na retina,
Seu porte de menina,imponente e bela,
como sob o foque de uma luminária,
Em destaque no alto daquele morro
minha árvore solitária.

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quinta-feira, 30 de maio de 2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Elvis... Dançando frevo?

Elvis foi e é sem duvida, o artista mais imitado e copiado até hoje. E também não é desconhecido pra ninguém, o quanto admiro e gosto dele.
Em um texto mais antigo, falo sobre uma pesquisa no assunto. Mas em Porto de Galinhas, me surpreendi mais uma vez com a atenção e carinho que ele ainda recebe.
Na verdade, se encontrasse uma galinha transvestida de Elvis, até acharia normal, já que lá em Porto, tem todo tipo de galinha. A cada loja ou esquina, encontrei essa ave representando algum lugar, atividade ou alguém. Luiz Gonzaga, Galinha japonesa, mergulhadora e cangaceira. Então, achar uma transvestida de Elvis, não me surpreenderia.
O que me surpreendeu mesmo, foi achar um Elvis dançando frevo.
Perambulando pelas ruas de Porto de Galinhas, atrás de lembranças, deparei-me com uma vitrine, que tinha uma camiseta  inusitada. Infelizmente era uma loja feminina e estava fechada. Mas ali, num manequim, estampado no peito da camiseta, estava Elvis. Não era uma imagem que eu esperava ver.
O encontrei numa das travessas da rua principal, que leva ao mar e ao embarque das jangadas, bem na frente da loja, em destaque.
Na verdade, era a famosa e infinitamente copiada imagem de Elvis dançando em "Jailhouse Rock", com a também famosa sombrinha de frevo na mão.
Tá. Sou roqueiro, gosto de barulho, curto um som mais radical, mas que ficou legal, ficou. Muito 10. 
Ainda bem que a loja estava fechada, se não, com certeza, ganharia uma camiseta dessas.
Não por nada, mas, acredito que deveria ter apenas baby look. Mas ainda assim, poderia ter ganhado... rsrsrs
Já vi e tive a imagem de Elvis até em cuecas, mas cá pra nós, ganhar uma camiseta assim... Baby look... Pra mim... Pode parar! Assim também não.
Enfim...
Toda essa história foi apenas pra evidenciar, mais uma vez, que o Rei do Rock além de continuar em alta, confirmando as pesquisas do citado texto acima, ainda é o cara.
Quem sabe você, ao ler mais essa sandice, para um pouco e ouça, pesquise, conheça e se encante com o homem, cantor, interprete e mito, Elvis Presley.
Ao invés de curtir futilidades passageiras, aprecie aquele que realmente marcou época e sempre marcará.

Elvis Aaron Presley, o "Rei do Rock".



Aprenda Sem Sair de Casa

terça-feira, 28 de maio de 2013

Alô, mãe!... Estou em Porto de Galinhas

Alô, mãe!
Primeira tentativa:

- Alô?
- Mãe?
- Sou eu, o Berin.
- Mãe? (tu,tu,tu,tu...)

Segunda tentativa:

- Alô mãe, sou eu, o Berin! Estou em Porto... (tu,tu,tu,tu...)

Terceira tentativa:

- Alô mãe, não ninguém foi morto... Estou em Porto de Galinhas... (tu,tu,tu,tu...)
- Caiu de novo, maledita operadora!

Quarta tentativa:

- Mãe! Aqui é tudo bonito... Isso... Porto é muito bonito... (tu,tu,tu,tu...)

Quinta tentativa:

- Alô? Não mãe, não é Porto de Cabritos é de Galinhas
- Isso, Galinhas... A ligação tá ruim.(tu,tu,tu,tu...)

Sexta tentativa:

- Alô mãe!
- Estou na praia (tu,tu,tu,tu...)

Sétima tentativa:

- Mãe! Não tô de saia mãe! ... É praia. Praia mãe!

"Seus créditos estão no fim, favor providenciar uma recarga. Para recarga via cartão digite 1, recarga emergencial, digite 2. Se não tiver dinheiro, melhor não digitar nada."
(tu,tu,tu,tu...)

Oitava tentativa:

- Mãe... Tá acabando o crédito do meu celular...(tu,tu,tu,tu...)

Nona tentativa:

- Alô... Não mãe... Pelo amor de Deus. Não tá babando o Dito do seu Deomar. Quem é seu Deomar mãe?(tu,tu,tu,tu...)

Décima tentativa:

- Alô... Mãe... Vou por crédito, não tem jeito tá muito ruim a ligação.
- Não mãe... Não tô no médico com dor no peito, nem no rim... Nem no coração.
- Meu Deus... Mãe... (tu,tu,tu,tu...) 
- Caiu de novo e ela não me entende.

Decima primeira tentativa:

- Vou ligar de um telefone público... De Porto
- Assim não dá... Não tem nenhum porco mãe... É Galinha
- Tchau mãe... não me culpe... Te amo.
- Não mãe, não é engano... Eu disse que te amo!
- Mãe, não me xingue, não é engano. Sou eu, o Berin.
- Que fim?...  Mãe?... Alô... Alô!
(tu,tu,tu,tu...)...(tu,tu,tu,tu...)...(tu,tu,tu,tu...)...


Moral da história: 

"Eu sou um filho da mãe, mas essas operadoras...  Hum..."



MONEY QUE É GOOD, NÓS NÃO HAVE

segunda-feira, 27 de maio de 2013

domingo, 26 de maio de 2013

O celular da Tia

Já cansei de dar sustos no pessoal do trabalho com meus toques de chamada no celular... Digamos que é meio diferente tipo... Slipknot, Nirvana ou System of Down, mas o toque da Tia do Janga... Hum... É de causar infartos.
Fui apresentado a ela em Pernambuco, durante minhas férias. Uma pessoa pra lá de especial, muito incrível, com disposição pra tudo. Mas iniciamos nossa amizade, de forma alarmante. 
O primeiro susto foi em sua casa, na praia do Janga, em Paulista.  
Ela me pediu para que verificasse o seu celular, pois o chip não funcionava e travava o aparelho. Como um bom cara metido a técnico, abri o aparelho retirei a bateria e tirei o tal chip problemático. Calmamente recoloquei a bateria e liguei o aparelho... CARACAS!
Quase tive um piripaque, o toque era alto demais e com uma música nada discreta, e por mais que tentasse abafá-lo foi inevitável não chamar a atenção. E é claro... Só sobraram risadas. Não sei não, mas acredito que ela já sabia o que iria acontecer.
Tudo bem, estávamos em sua garagem e só acordamos o condomínio todo.
Como sou meio desligado, lá vou eu mexer de novo e religá-lo... Outro susto. Coisa de louco mesmo. 
E novamente como não podia deixar de ser... Mais gargalhadas. Não sei se pelo toque ou pela minha cara de assustado.
Pense em uma música bem chamativa, ainda bem que era só instrumental, tecno, alta pacas e com seus "puns e tuns" agudos demais. Bem, mas fazer funcionar o celular mesmo... Nada.
Corremos atrás de algumas lojas para resolver o problema e nada conseguimos. Parecia que ninguém mais trabalhava com a operadora do chip defeituoso. Enfim, depois de algumas tentativas, conseguimos.
Apesar de chateado por demorar a solucionar o problema da Tia, acho que o silêncio do aparelho ajudou muito.
Agora imaginem... Andávamos por ruas silenciosas de Porto de Galinhas, todos ainda estavam acordando e o movimento era lento e calmo. A maioria das lojas estava fechada e poucos guias ou vendedores de passeios circulavam pelas ruas. O movimento maior era do pessoal local que se dirigia ao trabalho e um ou outro turista que acordou mais cedo para passear de jangada. Olhávamos distraídos pelas vitrines das lojas ainda fechadas ou vazias, passeando tranquilos, fotografando as Galinhas de Porto ou algum ponto turístico, quando de repente...
Aquela música alta começou a disparar novamente.
A coitada da Tia, demorou a achar o aparelho em sua bolsa e todos já nos olhavam, procurando identificar a origem da canção a alto volume. Até os guias, que circulavam em busca de turistas, começou a caçoar da situação, quando até que enfim, ela atendeu a chamada.
É claro que eu, solidário como sempre, fiquei no meu lugar sem conseguir auxiliar, morrendo de dar risadas. Fazer o que?
Pronto, agora foi ela quem levou o susto.
Foi assim a semana toda em Porto de Galinhas.
Mas tentador mesmo foi depois que, ao retornarmos de Porto para Recife e a deixarmos no ponto, a espera do ônibus que a levaria pra sua casa. Nós comentávamos sobre seu celular, quando vimos seu ônibus passar por nós indo em direção ao ponto onde a deixamos.
Bastou um olhar cúmplice, ou tríplice, já que estávamos em três no carro. Esperamos alguns minutos, tempo suficiente para ela tomar o ônibus e ligamos. 
As risadas dispararam dentro do carro, ao começarmos imaginar, a Tia, no Ônibus, desesperada tentando achar o telefone em sua bolsa e com os passageiros, assustados, procurando de onde viria aquele som alto e nada discreto...
Desculpa Tia, mas foi irresistível. Depois pode puxar nossas orelhas.
Mas não desligue o celular.

Foi mal, mas divertido.


Comece Agora!

domingo, 19 de maio de 2013

Eu posso voar


Era muito bom ver tudo do alto. Tudo ficava muito pequenininho, pareciam formiguinhas andando para lá e para cá.

Adorava passar pela ponte espraiada e contornar suas sustentações, era divertido. Mesmo isso acontecendo às duas horas da madrugada de São Paulo. Somente nesse horário eu poderia fazê-lo para ser discreto e não chamar atenção de quem quer que fosse.

Às vezes percebia alguém procurando algo no céu em minha direção e então sumia discretamente. Imaginem só, se as pessoas soubessem que posso fazer isso.

*

Minha vida no pequeno bairro, até que era divertida, mas sempre senti que faltava algo.  Sentia um vazio.

No início pensei que seria pela perda de meu pai logo aos seis anos, depois pela dificuldade de ter um lar, já que vivíamos mudando, procurando aluguéis mais baratos, mas estava longe de acertar. Andava sempre querendo achar algo que não sabia o que era. Minha pobre mãe sentia isso em mim, sabia que eu buscava algo e por mais que se esforçasse, não conseguia fazer o pequeno filho feliz.

Um dia deitado em minha cama descobri algo estranho e muito legal ao mesmo tempo. Tentando dormir me revirava de um lado a outro, então levantei meu braço esquerdo e estiquei-o para que ficasse reto. Fiquei assim alguns minutos observando minha mão e de repente, como se estivesse equilibrando, percebi que mesmo se eu parasse de fazer o esforço para mantê-lo reto e esticado, meu braço continuava assim, não caia. Achei estranho, mas muito engraçado.

Num outro dia quando estava sozinho, no fundo do quintal da casa de minha Vó, fiquei observando as frutas do pé de ameixas. Por que as maiores, as mais bonitas, só davam no alto do pé? Onde ninguém as conseguia pegar. De repente minha Vó encostou-se a mim e colocando suas mãos em meu ombro disse:

 

— É querido, as mais saborosas estão lá, bem no alto, veja como são grandes e bonitas. Como adoraria prová-las, mas não temos como pegá-las, principalmente sem machucá-las, o que tiraria o seu melhor sabor. Acho que elas, são destinadas aos passarinhos.

 

Era verdade, não tinha como eu ou meu irmão mais velho subir até lá, era alto demais e muito arriscado, ninguém deixaria. Para dizer a verdade, ninguém arriscaria subir tão alto, era muito perigoso. Mas mesmo assim... No outro dia, logo cedinho, antes da Vovó levantar-se para fazer o café, as maravilhosas ameixas estavam na mesa, a sua espera.

Vovó enquanto pegava o coador e o bule, não tirava os olhos delas, sem entender como foram apareceram ali.

*

A única coisa que me lembro, foi de fechar os olhos, abrir os braços e me imaginar saindo do chão. De repente senti meus pés no vazio, fora do chão e assustado abri os olhos novamente. Fiquei calmo, estava no chão, com os pés juntos e fixos, e então percebi algo em minhas mãos. Lá estavam... Os galhos com as ameixas, na minha mão.

Depois disso, sempre fechava os olhos e sentia meus pés levitarem. Até hoje sinto um frio na barriga quando começo a perceber os dedos dos pés irem perdendo o contato com o chão.

Tinha um moleque muito chato na minha rua, que vivia me atormentando, por eu não poder brincar com os demais em algumas brincadeiras. Não conseguia correr e tinha pouco equilíbrio, sempre me faltava ar, então ficava de fora de muitas delas. Mas esse moleque era meu infortúnio. Só porque era o dono da única bola de couro da rua, costurado a mão, então fazia questão de me deixar de fora do jogo, dizendo que eu só atrapalhava.

Um dia lhe falei que ele iria perder aquela bola. Ele gargalhou e desfez de mim diante dos outros moleques que riam me apontando.

— Vai sonhando, vai para sua casa. Você não joga no time.

Essa foi a última vez que falou isso.

Foi muito engraçado ver todos parados de boca aberta, olhando para a torre de energia, gigantesca, que ficava dentro da empresa de freios, sem entender como aquela bola fora parar lá no alto, com se dizendo: “Vem buscar-me!”

Qual bola? Adivinhem...

Só sei que não teve futebol na rua, até que uma companhia da capital veio tirá-la de lá, três meses depois. Já estragada de tanto sol e chuva

Todos os moleques começaram a me olhar estranhamente, acho que é porque eu sorria quando olhava para bola, lá em cima.

Foi assim que tudo começou.

Já passei por muita coisa e até vi muita gente importante, sempre assim, fechava os olhos e imaginava onde queria estar... E pronto.

Por várias vezes quase fui pego em flagrante e dei desculpas absurdas por minha presença em lugares que não tinha como estar. Como ninguém achava um argumento que justificasse, e viam que eu era apenas um moleque franzino, tiravam me dali e ficava por isso mesmo.

Por duas vezes me compliquei demais... Uma com a visita de Elton John, eu adorava suas canções tinha que vê-lo de perto e tentar contato, mesmo sem saber nada de inglês, consegui, mas levei uma esfolada dos seguranças.

A outra?

Bem, foi quase igual o caso da bola. Um amigo da escola, todo espertinho, me desafiava e provocava por causa de uma menina que gostava, então prometi a ele que colocaria seu boné, de marca, caro, na antena da casa do mais bravo do bairro. E fiz... Perdi o colega, mas nunca mais ninguém da turma me encheu a paciência. A partir desse momento, virei o monstrinho do bairro.

Mas o melhor que fiz com o meu dom, foi ficar muitas noites na janela da vovó em seu quarto do hospital. Ficava olhando através do vidro nas madrugadas, apreciando sua meiguice e beleza, enquanto dormia. Deixava-lhe todos os dias uma lembrança na janela, geralmente flores, e a acompanhava todas as noites enquanto ela tentava vencer algo ruim que a deixava muito fraca. Até suas apreciadas ameixas deixei na janela. Mas não foi o suficiente, não consegui ajudá-la. Até hoje, depois de tantos anos, sempre venho aqui colocar uma flor, como aquelas, no local onde ela descansa.

Sinto saudades de vovó e mesmo com esse dom maluco, nada pude fazes para salvá-la.

Cresci e vou vivendo assim, sem revelar a ninguém o que consigo fazer... Não quero que me vejam como uma pessoa esquisita e anormal, só porque não entedem como as coisas funcionam.

Onde estou agora?

Sentado na mão do Cristo Redentor...

Como consigo? Não sei exatamente, e confesso, nunca tentei entender, mas eu adoro poder voar.

Se você também pode...?

Não sei...  Veremos.

Feche seus os olhos e me dê sua mão.

O céu nos espera e que você espere o céu também, pois chegará lá.

Vamos voar?


https://www.facebook.com/LivrosAdemirdeFreitas

sábado, 18 de maio de 2013

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Vá Tomar Banho!


E aê!!!
Uma pausa das notícias de Salvador, afinal...

O sabadão está chegando e temos serviços a prestar.
Você com certeza vai descansar bastante, levantar mais tarde, mas sábado também é um dia para realizar algumas atividades caseiras.
Temos que aproveitar o dia pra tudo, primeiro o descanso depois de esticarmos bem o corpo e tomar um café gostoso e depois arrumar umas coisinhas de casa.
Como o frio já está dando as caras por São Paulo, (hehehe... e eu estou em Salvador, num calor danado) vamos com algumas dicas práticas para você não ser pego de surpresa na hora de tomar banho. O chuveiro pode falhar.

Vamos a elas:

  • Se ao ligar o registro o aquecedor automático não funcionar, verifique:
  1. Antes de mais nada veja se a chave liga-desliga está na posição correta.
  2. Se o disjuntor não está desligado, então ligue-o ou se o fusível não está queimado, nesse caso desligue a chave geral e troque-o. Se queimar novamente, chame um profissional.
  3. Veja se o volume de saída de água está normal. Se estiver fraca, pode estar acabando a água de sua caixa.
  4. Vale também dar uma olhada no registro de saída d'água.
  • Caso ainda não funcione, dependendo do modelo de seu chuveiro, pode ser a resistência, ai teremos dois pontos.
  1. Se sabe trocá-la, desligue primeiro a chave geral de energia para fazê-lo.
  2. Se não sabe, não banque o entendido. Chame um profissional é mais seguro.
Agora se nada disso for possível, recomendo tomar seu banho na casa de alguém, um amigo ou parente. Mas se não quiser pedir esse favor, vamos  a moda antiga esquente e água e parta pra um Tcheco.
Sabe como é, não é?
Nada de ficar porquinho. Coragem!
Na pior das hipóteses... hehehe...
Venha a Salvador!
Uhuuuu!!!


Monte Seu Próprio Negócio

quinta-feira, 16 de maio de 2013

No elevador Lacerda


Andar no elevador Lacerda, em Salvador, é uma aventura a parte.
Só pra vocês imaginarem a viagem, saímos da pousada na Praia do Flamengo, de ônibus coletivo, às 09h30 e chegamos à Praça da Sé às 11h15, mais de uma hora e meia de percurso.
Está certo que o trajeto foi próximo a orla, com paisagens lindíssimas, mas quando desci do ônibus, minha poupança tinha o formato do banco e estava dormente. Ufa!
Logo quando nos aproximamos do elevador, pela cidade alta, começou a muvuca. Era gente de tudo quanto é lado, oferecendo isso ou aquilo, mal conseguíamos andar. 
Acho que perceberam que éramos turistas, não sei se pela minha camisa laranja berrante, tipo uniforme da Holanda, boné fechado e óculos escuros, traje típico de turistas, quem sabe talvez pela branqueza de neve de minha filhota lindinha ou mesmo pela maneira determinada, de mamãe, em proteger sua pequena bolsa. Aliás  estava tão colada ao corpo que se alguém tentasse tomá-la, com certeza levaria a roupa dela também. Mas entendo, Salvador é como São Paulo ou outra grande cidade, movimentada demais. 
Mas enfim... Depois de conseguir se desvencilhar de todo esses trabalhadores que ofereciam desde as famosas fitinhas, até o trabalho de guia, conseguimos entrar. Quer dizer, entrar... Entramos, mas a fila era tão grande para pegar o elevador que ficamos pra fora mesmo.
Ah! Mas estamos na Bahia, é só aguardar um pouquinho... E lá estamos nós, noutra fila pra entrar no elevador. Não deu tempo nem pra refrescar um pouco, logo as portas se abriram e lá fomos nós para o interior daquela caixa metálica  É bem verdade, que não tivemos nenhuma opção, tá certo que estávamos ali para isso, mas fomos gentilmente empurrados pra entrar de uma vez. Ainda assim, é muito melhor que o metrô de São Paulo. Aqui deu pra colocar os dois pés no chão.
Começamos a descida e, foi uma maravilha, mesmo o friozinho na barriga. 
Fui observando pelas frestas da porta a distância ser diminuída rapidamente, até chegarmos ao destino, muito legal. 
Ainda bem que foi muito rápido, o calor dentro do elevador estava insuportável, muita gente pra pouco espaço... Abriam-se as portas. Lá vamos nós de novo, no caminhar em massa rumo à saída.
Adorei. 
Na saída, tome mais fitinhas, guias turísticos, vendedores ambulantes e especialistas em como andar pela Bahia. Ganhei tanta fitinha, que nem precisava ter comprado pra levar de lembrança aos amigos.
Chegamos ao destino, o Mercado Modelo. Simplesmente incrível. Tudo ao seu redor é bonito e interessante.
Mas antes de rumar para o Mercado, virei-me e olhei novamente para o elevador, desde o alto até o chão.
É, quando os governos querem fazer algo que funcione, eles conseguem. É muito dez.
Tirando o boné pra coçar a cabeça, comecei a pensar que teria que fazer o caminho inverso novamente. Meu Deus, que calor!
Lá vamos nós. Fazer o que?
Foi só virar-me na direção do Mercado Modelo e...

- Não... Não... Mais fitinhas não,
- Obrigado, obrigado, não quero obrigado... Não amarre no meu pulso, por favor...

Ah! Salvador... Como é bom estar aqui.



Comece Agora!



quarta-feira, 15 de maio de 2013

3 gerações e 7 dias de viagem.

Viajar com a representação de três gerações, muito distintas por sinal, não é nada fácil. Mas é muito divertido.
A geração 1, é a da mamãe. Sair com ela é diversão garantida. É preparar-se pra dar muitas risadas e relaxar. Acho que meus manos puxaram a ela, uns palhaços. Eu sou sério pacas, e segundo alguns filhotes, cri-cri. Puxei a papai. Mas voltando a mamãe... Ela é muito maluquinha, engraçada, divertida e ao contrario que todos possam pensar de uma velhinha de 71 anos, tem pressa pra tudo. Mas ela é assim. Mesmo quando muito séria, solta umas tiradas, imperdíveis
A geração 2, é claro, é a minha. Viciado em trabalho, internet, escritos e coisas afins. Sinto-me equilibrado... Bem, digamos quase. Tirando, como sempre, as traquinagens da vida comigo, sou até normal. (sem risos por favor)
E por fim... A geração 3. A da filhota Clarinha. Dinâmica, imediatista, sem paciência e muito veloz.
Junte essas três gerações e a solte em Salvador. Como diria o Hulk... o Luciano, engraçadinhos. Loucura, loucura, loucura...
Já na saída de Caçapava, tive que controlar o impulso de uma, com a velocidade de outra.
Uma queria ir muito cedo, a outra, mais tarde. Então pra não iniciarmos a viagem com discussão, democraticamente ditei...
- Vamos quando o táxi chegar. - Simples não?
Uma queria isso e a outra aquilo, as vezes quando eu decidia, as duas se uniam e eu era o errado.
Coisa de doido!
O engraçado foi no avião, nenhuma delas já tinha voado antes e pra minha surpresa as passagens foram distribuídas da seguinte forma:
Duas pessoas iriam juntas, lado a lado e a outra sozinha do outro lado do corredor.
Achei que devia deixar as duas juntas, pra não deixar nenhuma sozinha, como a foto. Errei...
As duas reclamaram minha mão antes da decolagem e aí? O que fazer?
Idosos tem prioridade... Fiquei com mamãe.
Mas confesso que fiquei com o coração na mão quando decolamos e olhei minha filhota sozinha. Bem... Sou um só.
Mamãe disse não estar nervosa, mas nem sabia onde colocar o fone de ouvido.
A filhota, como não se mexia, das duas uma: Estava petrificada ou já havia dormido.
Mas quando chegamos, tudo ficou de boa... Quase.
Na pousada havia uma cama de casal e uma de solteiro... Quem ficaria sozinho? Mais troca de olhares e.. 

- Eu fico!... 
- Não, deixa eu... 

E lá vou eu de novo intervir.
Novamente a filhota dançou... A velhinha ficou com a cama sozinha.
Bem... Esta foi a última concessão que a filhota fez, a partir daí, levou a melhor.
Senti-me como um pai viajando com duas meninas, uma caçulinha e a outra, um pouco mais velha. 
Se fazia assim pra uma, tinha que fazer pra outra. Pai é pai.
Começamos assim a nossa viagem à Salvador e já comecei a imaginar como seria passar os próximos sete dias com essas duas maluquinhas.
Mas vamos devagar... Uma estória de cada vez.



Monte Seu Próprio Negócio

terça-feira, 14 de maio de 2013

Eu, tocando no Olodum



Eu estava na segunda fila, é claro. Não era assim experiente pra puxar a turma toda.

Mas quando eu bati no meu tambor... Aquele “tum” incendiou todos e o ritmo ficou alucinante. Foi INCRÍVEL. Um após o outro, os bumbos produziram outros “tuns” e tambores repicavam “tum, tum, tum”. O som parecia invadir meu sangue, correndo desesperadamente rumo ao coração. Sentia seu desespero ao acelerar em minhas veias, derrapando e  espirrando nas curvas, contornando órgãos e disparando rumo ao meu coração.
E então, de repente... Um “TUM” maior se fez e meu coração explodiu de alegria...
Eu estava tocando com o Olodum... Era demais!
Éramos cerca de quarenta pessoas, todas com camisas brancas, com o símbolo do Olodum estampado no peito. Era um frenesi incomum, todos sorrindo e batendo forte nos instrumentos, acompanhando num ritmo perfeito. Impossível ficar parado seja com o corpo ou com as batidas do coração.
Lembrei-me imediatamente do clipe do Michael Jackson. Conseguia vê-lo subindo a ladeira do Olodum, se dirigindo para a praça cercado pela multidão. Então me senti mais forte e feliz. Era incrível, eu estava vivendo uma magia.
As pessoas nos cercaram e acompanharam com o balançar do corpo, com palmas e gritos enlouquecidos. Gritos como o do Michael... “Oh!”
Os colegas, como numa coreografia ensaiada, começaram a levantar os tambores acima da cabeça, num efeito dominó, até que chegou a minha vez e pensei: - “Como vou consegui-lo, vou cair”.
Na verdade, não sei como, mas quando percebi, estava com o braço esticado ao máximo e com meu tambor no alto, seguro e firme, enquanto a outra mão o batia com força, repetindo mais “tuns”. Olhei assustado para o alto e para baixo. Como consegui? E cadê a minha ben...
Foi então que escutei uma voz familiar.

- Filho, segura o pandeiro direito, mas para o alto... Não vá deixar cair!

Pandeiro? Que pandeiro?

Olhei para minhas mãos e só então voltei à realidade. 
Realmente eu estava em Salvador, no Pelourinho, próximo ao quarteirão do Olodum, mas, não havia Michael Jackson e nem multidões. A não ser... As pessoas da longa fila de espera, reclamando minha demora. Também queriam tirar uma foto como esta minha.
Suspirei fundo... E dei a vez para o próximo da fila. 
Eu quase consegui...
Olodum... 
Vai vendo...

domingo, 12 de maio de 2013