sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Quebraram o relógio do universo

"... Trocaram o errado pelo certo, cem anos não me bastam mais. Mesmo assim, não fique ai parado, meu rapaz."

Esse trecho de uma música de uma banda hard, do Vale do Paraíba, pra mim diz tudo.

Assistindo os gols do final de semana, vi um lance ignorado absurdamente, pra não dizer que foi roubado, vamos acreditar que realmente ninguém viu. Quer dizer, ver o mundo inteiro viu, mas como diz a música cem anos não me bastam mais... Diante de um erro grotesco desse, que prejudicou um clube, ninguém voltou atrás. Eu diria... Coisas do futebol.
No futebol você prova, o mundo inteiro vê, mas todo mundo ignora. Foi mantida a derrota de quem poderia sair vencedor. Quantas e quantas vezes aconteceram isso no futebol. Depois entram em campo trazendo faixas de flair play... Brincadeira. Pedem para os jogadores serem corretos, justos, honestos e o restante fica isento.
Alguns políticos nos roubam descaradamente, são pegos, julgados e condenados e ficam passeando por ai, indo a médicos pra provar que estão mal da saúde, cumprindo pena domiciliar e até emprego conseguem. Pobres coitados. Quanto ao que eles levaram. O nosso dindin? Esqueçam, já era. 
Já aquele que surrupiou um pacote de bolacha de um supermercado e foi pego em flagrante, pode levar além de uma boa coça longe das câmeras, com certeza um bocado de anos jogado em uma prisão superlotada.
Parece que realmente quebraram o relógio do universo. Há quanto tempo vemos tudo isso acontecer, não há novidade, apenas o jeito de fazer é que muda e o errado sempre prevalece.
Quando trocarão o errado pelo certo?
Não tenho nem cem, nem mil anos... Ano algum, me basta mais.
Mas não vou ficar parado, isso de jeito algum, mesmo porque, se eu parar alguém me atropela.
Isso tudo, todo mundo já sabe. Mas fazer o que?
Este ano tem eleições... Bem que poderíamos quebrar a cara dessa muita gente, que se acham donos de tudo, até do tempo. Nós os deixaríamos todos perdidos e esquecidos nesse universo.
Sou apenas um, mas vou fazer a minha parte.

Ah, se vou.
Até lá, vou curtindo meu rock regional.
"Meu universo, meu, meu universo... Respira. O tempo nada mais é que uma mentira."







quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A fanha

Era sábado à noite, início de um feriadão, portanto... 

Meu sobrinho chegou na hora certa em casa, apenas peguei uma blusa leve e lá fomos nós para o Vale do Paraíba, no interior de São Paulo. 
Queríamos aproveitar bem o feriado prolongado, seriam três dias de descanso e como era sábado, decidimos ir para Jacareí ver a madrinha.
Meu sobrinho foi a viagem toda falando da simpatia das meninas do lugar e já que estávamos lá, depois de sair da casa da madrinha, resolvemos esticar para um barzinho no centro. Lugar agradável, animado e simples, mas de muito bom gosto.
Naquela época ainda não tínhamos a lei seca e confesso, abusávamos disso, mas nunca tivemos um incidente qualquer. Ainda bem que as coisas mudaram. Agora é muito mais seguro.
Eu nunca imaginei que alguns anos depois, mudaria para aquela pequena cidade, mas naquele momento, não conhecíamos nada do lugar, porém, achar um bom barzinho, era mais fácil do que encontrar o caminho de volta.
Dez minutos depois de deixar a casa da madrinha, lá estávamos nós, sentados numa mesa de bar e pedindo o primeiro chopp. 
A noite prometia, estávamos animados e já alguns minutos depois que chegamos, cantávamos com a dupla que fazia um som muito maneiro, na base de um violão e timba, cantando músicas de Raul.
Por duas vezes informei o sobrinho do horário, que avançava rápido e o lembrava de que não conhecíamos a cidade. 
- Tio, fica de boa. Estamos em Jacareí. Aqui todo mundo é simpático, principalmente as meninas, sempre tem alguém pra ensinar a gente a chegar à rodovia Dutra. Da Dutra pra casa, é um pulinho. Mais um choppinho e vamos embora. 
E assim foi... Concordo que estava realmente um delicia ali e terminei relaxando.
Realmente aconteceu dessa forma e depois daquele chopp, saímos pra ir embora. Perguntamos para um casal como chegar até a Dutra, mas percebemos que estavam mais desorientados e altos que nós dois. Outro ainda, nem GPS levariam eles pra casa. Estavam “perdidinhos”, mas sem perder a simpatia. Em coro responderam rindo:
- Não sei e nem quero saber, estamos em Jacareí. Eeee...
Resolvemos então seguir nosso senso de direção e pegar informação em algum ponto de táxi por ali.
Cadê os táxis? Nada. 
Já era quase meia noite, nós com chopp na cabeça, sem achar ninguém pra nos ajudar. Pegando a avenida a beira do Rio Paraíba, vimos duas moças caminhando vindo à direção oposta. 
- Ôh sobrinho, é melhor não parar pra perguntar. Irão pensar que estamos cantando elas e há essa hora não vão acreditar que estamos perdidos.
- Que isso Tio, estamos em Jacareí...
- Já sei. Tudo mundo aqui é simpático, principalmente as meninas e blá, blá, blá... Tá legal. Pare que eu pergunto.
Como as meninas estavam do meu lado do carro, ele foi parando bem devagar até chagarmos próximo a elas. Então perguntei.
- Boa noite meninas. Podem me informar como chego à rodovia Dutra?
Sorridente, um delas se adiantou e chegou próxima a porta do carro.
- Fia a Duta, ai a alá.
Meu sobrinho de repente, resmungando algo, acelerou o carro e saiu em disparada na direção oposta que a menina mostrou. Assustando a menina e eu, então berrei pra ele:
- Que isso. Pare o carro! - e ele parou já bem distante daquele local.
- Rapaz, você está louco? Acho que bebeu demais.
- Não Tio. Só fiquei bravo. Que menina mais mal educada. Eu te falei tanto da simpatia do povo daqui, principalmente das meninas e essa te chamou daquilo.
- Daquilo o quê?
- Te xingou de Filho da p... Sai pra lá.
- Que isso maluco! Não me xingou não. A menina era fanha e falou que "Via Dutra, vai pra lá".
- Caracas Tio, foi mal. Entendi errado, mas a menina era bem simpática né?
Ôh raiva sô.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Nem todo dia é assim


Acordar, abrir as janelas,
despreguiçando gostoso e livre,
ver todo o tempo que tive,
para agradecer por mais um dia.
Molhar as plantas da varanda,
ver pássaros brincando de ciranda...
Nem todo dia é assim.
Dar bom dia para o vizinho,
caminhar pelas ruas sozinho,
olhando as nuvens do céu
e encontrando amigos no caminho.
Ver crianças indo à escola,
outros, logo cedo já com a bola...
Nem todo dia é assim.
Receber com um sorriso rosto,
para mais um dia de trabalho,
cumprimentando no canto oposto
o chefe sério, mas amigo.
Enfrentar de frente a rotina,
vivendo mais um dia de sua sina...
Nem todo dia é assim.
Voltar pra casa realizado,
ser recebido por meu cão amado,
e as crianças em busca de um abraço.
Sentir todo carinho e calor
apagando do dia o cansaço
e ganhar um beijo do meu amor...
Ah! Todos meus dias serão assim.



Sou Freitas

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Pela cidade

Que cachorro mais bobo é esse. Correndo e latindo do meu lado.
Fica com essa língua pendurada, olhando pra mim querendo me impressionar. Chega a ser engraçado. Eu sabia que não conseguiria, ficou pra trás.
- Seu perdedor!
Nem sempre eu podia sair por ai e ver esses prédios grandes, um coladinho no outro. Parecem estar competindo pra ver quem chega mais perto do céu. Coisa mais sem graça. Ninguém chega lá. Nem mesmo os foguetes da TV. Eles vão, vão, vão e depois caem ou deixam de voltar.
Tem alguns prédios que são tortos, com janelas pretas, outros, muito velhos e sujos. Será que ninguém se preocupa em limpá-los e deixar tudo bonito? Não pode ser. Olha só quanta gente sai e entra neles, mesmo com aquela imundice e ninguém liga.
Ainda bem que ficaram pra trás.
Acho que o mundo é esquisito. Porque a água deste rio parece sempre estar caindo pra algum lugar? E se tá sempre caindo, onde é que ele vai parar?
Daqui da ponte, me parece que ele esta com pressa. Ele passa debaixo de nós muito rápido se mexendo todo. Ele tá sujo também. Será que usaram sua água pra lavar algo? Bem que poderia ser aqueles prédios sujos.
Antes quando passava por essas ruas via muitos passarinhos, hoje já não vejo mais. Meu amigo tem um preso, não sei por quê. O que teria feito de errado pra ficar preso assim. Ele parece estar sempre triste e inquieto, pulando de um pauzinho a outro, tentando achar algum buraquinho pra escapar. Pra estar preso assim, deve ser um passarinho muito mau. Mesmo assim não gosto de ver.
Queria ficar de pé ou mesmo de joelhos, assim poderia ver tudo melhor. Quem sabe ver aonde vai esse rio com tanta pressa ou achar algum passarinho bom, voando no céu. Mas amarrado assim, nem posso me mexer.
Tá certo que sempre foi assim, mas me sinto como o passarinho do colega. Muito preso e triste. Não consigo ver direito tudo, por isso tenho tantas dúvidas. Aquelas árvores mesmo. Não sei se tem passarinhos, flores ou quem sabe uma deliciosa maçã. Eu as adoro.
O que me conforta é ver meu irmão aqui ao lado. Mesmo sabendo que não vê e nem se mexe, sei que está aqui. Ele é menor que eu e as vezes parece esquecer disso, falo e ele nem liga. Tá vendo... Agora ele está aqui e nem se mexe.
Hummm... Que vontade...
- Pai! Pare o carro pra eu fazer xixi?

- Fica quieto. Vai acordar seu irmão!



sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O beijo


Estávamos no meio da tarde, em casa conversando em meu quarto quando tudo aconteceu.
Sempre escondi de todos, apesar de meu melhor amigo saber e acredito muitos desconfiarem, que eu adorava aquela menina. Não era apenas gostar, nem desejar, era amor mesmo. 
Nosso relacionamento sempre foi de ótimo, frequentávamos a casa um do outro, já por vários anos. Seus pais e os meus também tinham uma ótima relação. Mas, para qualquer pessoa, aquele casal de adolescentes, eram apenas dois bons amigos.
Ah! Quanta loucura eu fiz para estar ao seu lado, para sentir seu perfume. Buscá-la na escola, levar um livro, arrumar desculpas, para que ela me ajudasse. Tudo o que podia eu usava para estar ao seu lado. Não sei se nossos pais desconfiavam de alguma coisa, pelo menos, os meu nunca falou nada. Hoje vejo que era impossível ninguém ter percebido que eu era louco de paixão por aquela menina.
Muitas vezes saímos como amigos. Eram parques, cinema, atividades, sempre tinha algo em comum para estarmos juntos e quando não tinha, eu arrumava.
Seu sorriso e olhar eram fantásticos, até sonhava com eles. A cada olhar ou frase direcionada a mim, era um enorme desafio, fazia de tudo para não deixar perceberem o quanto eles me deixam feliz. E foi assim por muito tempo enquanto crescíamos e eu nunca me declarei. Acho que por medo de perdê-la em definitivo com um não ou até de namorarmos e não dar certo. Isso com certeza a tiraria de mim.
Um dia ela arrumou um namorado e isso deixou claro que o sentimento que tínhamos era diferente. Não tinha duvida que ela me amasse, mas provavelmente era um amor diferente.
Foi a pior fase de minha adolescência. Foram anos assim.
Quantas vezes, eu cheguei em sua casa e o dito cujo estava lá. A cada toque de sua mão em qualquer parte do corpo dela, a cada carícia em seus cabelos, me via pulando sobre ele e espancando-o. Não suportava vê-lo beijando ou simplesmente abraçando-a. Acho que  essas cenas me doíam tanto, que me definhei.
Então um dia, acho que ela não namorava ninguém na época, foi nos visitar com sua mãe, pois havíamos mudado do bairro. Enquanto nossos pais conversavam na sala, fomos ao meu quarto, queria mostrar a ela, umas canções que eu escrevera e ficamos conversando sobre tudo. Sempre fizemos isso.
Não sei como ou o porquê aconteceu, mas enquanto conversávamos, começamos a brincar de um empurrar o outro, por um motivo bobo qualquer, de repente estávamos um de frente para o outro, olhando nos olhos e nos abraçando. Então nos beijamos.
Mesmo que tentasse, por anos e anos escrever aquele momento, nunca acharia as palavras certas ou a combinação gramatical que pudesse dizer o que vivi. Foi o beijo mais doce de minha vida. Seus lábios, como eu sempre imaginei, eram macios. Seu gosto ficou gravado em minha boca. Nem em meus mais loucos pensamentos, pude imaginar que seria tão bom.
Não foi um beijo afoito. Foi tranquilo e calmo. Pude sentir seus lábios colando aos meus e sua respiração tensa e ofegante, através de seu corpo colado ao meu. Senti-me como se não estivesse ali, nem me lembrei de nossos pais ali, muito próximos. Então nos separamos.
Esse momento foi magico. Ninguém disse nada, apenas nos afastamos, descolando nossos corpos, a distância dos braços esticados e lentamente senti seus dedos escaparem dos meus, um após o outro, porém seus olhos ficaram presos aos meus.
Ficamos nisso. Nunca ficamos juntos, apesar de alguns selinhos roubados pela oportunidade e momento.
Não a procurei mais, acho porque sabia que seríamos separados definitivamente, se algo acorresse, e eu a queria para vida toda. Para mim ela já não era uma mulher, física, era uma alma doce, que a minha incorporou
Coisas da adolescência...


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A Loira e o Halls

Logo que entrei naquele supermercado, a vi.

Ela estava logo ali a frente, do meu lado esquerdo, olhando o balcão de frios.

Olhei para os lados e percebi que não era apenas eu quem a acompanhava com os olhos. Outros homens e alguns rapazes jovens demais, que estavam por ali comprando algo, também dirigiam seus olhos a ela.

Como eu estava do lado oposto, segui por ali mesmo. Não queria encrenca, estava bem demais. Mas confesso, ao olha-la de longe, era linda demais. Segui meu caminho, tinha muito que comprar.

Tentei esquecer aquela imagem e concentrar-me na minha tarefa. Compra semanal para casa.

Estava percorrendo os corredores de produtos de limpeza, já com algumas compras no carrinho, quando parei em frente a uma prateleira e fiquei observando os produtos.

Essa história de morar sozinho, tem suas complicações. Não sei ao certo o que comprar na semana para alimentar-me e, principalmente quanto aos produtos de limpeza.

Fiquei ali olhando para os amaciantes, sabão em pedra, em pó, desinfetantes, pensando qual seria o ideal. Estiquei a mão várias vezes, como se fosse pegar um produto e recolhi na mesma velocidade. Não tinha a certeza de qual comprar.

Dei uma volta e quando percebi, lá estava eu novamente encarando os mesmos produtos. Que dificuldade.

Enquanto decidia, abri um Halls e joguei na boca e fiquei alisando o queixo pensativo e lendo rótulos.. Estava tão distraído que nem percebi alguém se aproximando e chegando bem perto. 

- É difícil decidir, não é?

Assustei-me com a voz, apesar de suave, e olhei por trás do ombro rapidamente dando de frente a ela. 

Loira, cabelos longos, alta, olhos verdes e muito sorridente. Então, me perguntou:

- Precisa de ajuda com esses produtos?

Como responder... A voz não saia da boca, salvo, uns "Uuuu.." e "Quuu". Travei totalmente.

- Você está bem? Parece meio pálido!

Balancei a cabeça negativamente e apontei para minha garganta. Começava a ficar sufocado.

- Não consegue falar? É mudo? Pobrezinho...

Nada. A voz não saia, não entrava ar nos meus pulmões. Faltava-me o ar desesperadamente. Sentia que ia desfalecer.

- Nossa... Não esperava causar tanta impressão assim.

Meu Deus! Acenando afastei-me bruscamente daquela mulher e bati com as costas nas prateleiras e senti minhas pernas enfraquecerem, cairia a qualquer momento. Apagaria.

- Caramba! – Disse com uma voz sensual - Você está ficando roxo.... Nunca imaginei ter a capacidade de fazer isso com os homens.

Ela afastou-se um pouco, deixando-me ali, deslizando pela prateleira abaixo, enquanto ia derrubando vários produtos no chão.

Algumas pessoas ao ouvir o barulho, correram para saber o que acontecia. O que causava tanto barulho naquele corredor. Enfim cai no chão batendo minhas nádegas com todo meu peso no chão.

Foi nesse momento, que o Halls que estava em minha garganta, saiu voando para bem longe e então todos entenderam. Eu havia engasgado com a bala. A loira toda sem graça, que se achava a última bala do pote, saiu de fininho. Ela, percebeu que não era a causa da minha reação. Na verdade, era a culpada sim. A "maledita" loira deu-me um baita susto, quase me matou engasgado, fez piadinha e ainda se achava demais.

Que coisa! Está certo, ela era bonita? Era. Mas também muito convencida.

Loira por loira, fico com a minha.... É muito melhor.

Vai vendo.... Se acha.

 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Primos e primas

Mais um dia difícil para registro... Falecimento da Tia Nena.
Poderia escrever muitas lembranças boas que essa adorável pessoa me proporcionou, porém, até no seu último dia entre nós, deu-me motivo para lembrá-la para sempre.
Uma lutadora incomum, marca registrada das mulheres dessa família. Uma vencedora. 
Apesar do corpo  frágil,  sempre carregou,  camuflado debaixo da pele fina e fraca, uma força como o aço, para enfrentar as duras quedas que a vida lhe trouxe. Feroz e cuidadosa na defesa e preparo dos filhos para o mundo e principalmente pelo carinho dispensado a todos nós. Entre eles, eu e Mano véio, sobrinhos que adoravam brincar e faze-la sorrir.
Numa família grande como a minha, as oportunidades de encontros e reencontros são apenas em minúsculas dimensões e muito reservadas. O tempo nos pegou como pequenas sementes e espalhou por vários cantos, na grande maioria em São Paulo, e acho que fizemos nossa parte muito bem. Demos ótimos e lindos frutos.
Na despedida de uma pessoa especial, nada melhor que reviver bons momentos. E onde, num velório comum, encontra-se muito choro e pesar, o adeus da Tia Nena foi marcado por muitos sorrisos e gente se abraçando. É claro que a dor de perder-la, foi grande demais, principalmente pela filha e as três irmãs ainda vivas. Mas como já escrevi aqui, esse triste evento nos deu também a oportunidade de reunir muita gente que há anos não se encontrava. Em especial, primos e primas.
O tempo é cruel. Ele vem mesmo e não tem como escapar. No bom sentido das palavras, a vida também é assim.
No adeus a minha doce Tia Nena, eu reencontrei primos que não via, ou vergonhosamente nem me comunicava, apesar de tanta tecnologia disponível para isso, o que me encheu de alegria e saudade.
Jamais cometeria o deslize de citar nomes, pois deixar um sequer de fora, seria imperdoável. 
Voltei aqui para o meu cantinho do mundo, feliz demais. Não apenas por reve-los, mas por ter estreitado laços que sempre soube serem fortes, mas que estavam adormecidos por descuido.
Encontros entre primos e primas. 
Momento único em que nos divertimos relembrando nossas presepadas, em que nos abraçamos recordando tempos saudosos e que, distraidamente deixamos num cantinho qualquer da memória.
Primos esses que convivi muito próximo e outros, que não via há mais de vinte anos. Amigos e parentes distantes que num momento triste como esse, trouxeram cor, alegria e sorrisos.
Obrigado Tia Nena, por mais esse presente. E, aos primos e primas um... Uhuuuuuuuuuu!
Um forte abraço e carinho.



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Conto e Pronto!

Enfim chegou as minhas mãos, o livro que tanto esperei... Conto e Pronto!

Esse livro é uma coletânea de vinte contos selecionados no 1º Festival de Contos do Rio de Janeiro, no qual, eu participei com o conto "O homem da pedrinha azul" e tive a felicidade de estar entre os selecionados.
Foram mais de 600 inscritos para a difícil escolha dos vinte contos que participam deste livro. Imagino a complicada missão e a dificuldade dos jurados, para selecionarem quais participariam dessa coletânea.
Vou contar-lhes como se deu minha participação, muito inesperada.
Num sábado de manhã, como a maioria deles, fui ao centro da cidade fazer minha fézinha na Mega Sena. Depois da minha via-crucis: banco, lotérica, mercadão e pastel no Japa, fui para o ponto de parada do ônibus, para retornar pra casa. Quando cheguei ao ponto, tinha um senhor, já com certa idade, fazendo seu testemunho de vida com a bíblia aberta na mão. As pessoas que aguardavam a condução sentada ali, pouco ou nada prestavam atenção as suas palavras, e eu, com fones no ouvido menos ainda.
Percebi que aquele senhor não me era estranho, acho que já o havia visto pelo meu bairro, então retirei os fones e comecei a escutá-lo. Ele falava da crucificação de Cristo e veio andando em minha direção, parou e me cumprimentou. Falava do local da morte de Jesus quando um garoto jogou algo no chão que mais parecia uma pedrinha, que não era azul. Estava ai o início do meu conto.
Quando me inscrevi no concurso, jamais pensei que conseguiria ser um dos selecionados, mas mesmo assim, firmei comigo mesmo homenagear aquele perseverante senhor, que realmente morava em algum lugar do meu bairro, entregando-lhe um dos livros, que receberia como prêmio por ter sido selecionado, e assim o farei.
Mas até que o encontre, apresento a vocês o meu prêmio. Olha eu ali, o penúltimo nas fotos da contra capa.



domingo, 2 de fevereiro de 2014

# 215 - Elvis Presley

Pensamento Vivo - 215

'Nunca esperei ser alguém importante. Talvez não o seja, mas o que quer que eu seja, o que quer que eu faça, será o que Deus escolheu pra mim. Sinto que Ele observa cada passo meu.'' 

Elvis Presley