segunda-feira, 29 de julho de 2013

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Crônicas Florestais 3

          Crônicas Florestais 3

Uma grata surpresa este novo livro de Claudio Silva. Novamente ele reúne vários causos, muito bem definidas em crônicas. Material ele sempre tem em mãos, afinal o pessoal consegue mante-lo na ativa com suas atrapalhadas. Isso, somado ao talento deste bom amigo, faz com que essas peripécias fiquem divertidas e causam boas gargalhadas.
Complicado conseguir um... Nem tanto. 





segunda-feira, 15 de julho de 2013

De repente nas profundezas do bosque

De repente nas profundezas do bosque

Numa pacata aldeia nde não existe bicho algum, seja ele, quadrúpede, peixe, réptil, pássaros ou inseto, as crianças são proibidas de entrar no bosque vizinho, onde, segundo os adultos, reina Nehi, o demônio das montanhas. Quem se embrenhou por lá não voltou ou então voltou avariado.
Habituado a discutir com originalidade e lucidez, tanto em seus livros como em sua militância pessoal, os grandes dilemas políticos e sociais de nossa época, Amós Oz, mergulha aqui no registro da fantasia para tratar de temas como a discriminação, a convivência com o outro e a integração do homem com a natureza.

domingo, 14 de julho de 2013

# 169 - Frank Zappa

Pensamento Vivo - 169


"Alguns cientistas acreditam que hidrogênio, por ser tão abundante, é o elemento básico do universo. Eu questiono este pensamento. Existe mais estupidez do que hidrogênio. Estupidez é o elemento básico do universo."


Frank Zappa

sábado, 13 de julho de 2013

A noivinha


Desta vez fui para um bairro, vila ou distrito, não me lembro bem. Ele ficava em Andradas, nas terras mineiras.

Além de mim, também participaram desta viagem, um primo meu, um amigo de meu pai, e no volante da velha Kombi branca com detalhes em azul na frente, meu pai.

O caminho de ida já foi incrível, uma paisagem sem igual. Rodávamos cercados por pastagens, morros e montanhas verdes, numa estrada sinuosa, estreita, mas perfeita. Definitivamente tudo muito bonito para se ver e curtir.

Fomos até lá para levar o amigo de meu pai, que iria entregar seu convite de casamento aos parentes distantes. Ele era um bom amigo, e meu pai não teve dúvidas em se oferecer para levá-lo. Apesar da distância, não foi cansativo e chegamos ainda na parte da manhã.

Chegando ao isolado local, percebemos, eu e meu primo, que nossa aventura não seria assim tão animada. O bairro era típico naquela época: pequeno, bem afastado de tudo e que tinha como em toda cidadezinha do interior, uma igreja no centro, contornada por uma praça com suas árvores e bancos.

A pequena igreja, por sua vez, era cercada por alguns comércios, algumas casas bem discretas e muitos sítios e fazendinhas espalhadas ao redor desse centro. Percebemos logo que não teríamos muito com que se divertir por ali.

Conhecemos e cumprimentamos os familiares do noivo, todos muito receptivos e amáveis, mas não perdemos tempo e saímos para conhecer o bairro.

Logo de cara fomos surpreendidos. Após andar uma quadra vimos um homem picando um boi com um enorme facão. Ele estava em uma caminhonete estacionada em frente ao bar, que nos direcionávamos. É isso aí, em pleno céu aberto o cara estava com um facão esquartejando o animal. Atravessamos a rua ainda olhando para trás e resolvemos entrar num bar para tomar algo.

Já encostado no balcão do bar, víamos o cara dar com o facão no pobre bicho. Horrível, mas surpreendente, como o povo faz essas coisas assim, na maior normalidade.

Enquanto tomávamos uma cervejinha e conversávamos sobre o tal cara, entrou no bar uma moça linda e entrou sem tirar os olhos de nós. Sorriu, perguntou algo ao dono do bar, que confesso não ouvi nada, ainda hipnotizado pela beleza moça e saiu novamente indo em direção de onde viemos.

De imediato comentei com o primo:

— Você viu que menina mais linda. Acho que esses dias por aqui serão maravilhosos. Que sorriso, cara.

O dono do bar olhando sério para mim, aproximou-se e enxugando a mão num velho pano de prato, comentou:

— São de fora né. Então é bom saber para contar na sua terra, como a gente lida com boi.

Disse isso apontando para o rapaz no outro lado da rua.

— Aquele é meu sobrinho, um rapaz muito bom e valente, noivo dessa menina. Lida muito bem com o facão. Não acham? Querem mais alguma coisa?

Vocês acham que alguém poderia discordar do amigo ou ainda querer algo mais?

Nem terminamos a cerveja, pagamos e saímos voltando para casa dos familiares do João. Voltamos comentando o ocorrido, ainda rindo da situação. Mal chegamos e tivemos um cartão de visita maravilhoso ou quase.

Adivinhem quem estava lá e nos recebeu com um lindo sorriso? Fácil né... A noivinha.

Eu e meu primo, nos olhamos e entendemos tudo, estávamos encrencados. Ela se apresentou como prima do amigo de meu pai, cidade pequena já viu, todo mundo é parente ou conhecido. Convidou-nos para ir à praça mais a noite, para conhecer seu pessoal, seja lá o que significava isso.

Passamos aquele dia na roça. Conheci a plantação de batatas e outras muito interessantes. A vida daquele povo não era fácil. Acordam muito cedo, enfrentam um dia bastante duro e só voltam no finalzinho da tarde.

Depois de um bom banho e um jantar farto e delicioso, fomos eu e o primo, ver o movimento da tal praça da igreja.

Funcionava assim... Além dos bancos da praça ao redor da igreja e a própria igreja, naquela hora já fechada, o que tinha de diferente do que vimos durante o dia, era apenas um pipoqueiro.

As pessoas ficavam sentadas nos bancos de cimento da praça ou em cadeiras na calçada das casas que davam de frente para igreja. Ficavam conversando, enquanto outras, sua maioria jovem, ficavam dando voltas ao redor da igreja.

Sentamos eu e o primo, saboreando uma pipoca quentinha até por volta das 20:00 e voltamos para casa dos parentes do amigo. Afinal não era de bom tom abusar da hospedagem e chegar muito tarde. Também porque no dia seguinte seguiríamos para outra cidade conhecer outros parentes de João.

Logo cedinho no dia seguinte quando já nos despedíamos e agradecíamos a hospedagem, chegou a tal noivinha do matador de boi. Não cumprimentou ninguém e foi direto até nós, querendo saber por que saímos cedo da praça ontem e por que já íamos embora. Meio sem graça dissemos que seguiríamos para cidade vizinha e de lá retornaríamos pra SP.

Qual não foi a surpresa quando ela falou olhando diretamente para mim que gostaria de ir junto e morar em SP. Todos ao redor me olharam e eu, naquela altura vermelho demais, sorri brincando e sai de fininho.

Mal eu e primo entramos na kombi e lá estava ela, atrás da gente se declarando toda apaixonada. Pode isso?

Chegou a dizer que até viria para SP conosco... Loucura.

“Sartei de banda” e saímos de lá. Nunca havia visto nada igual.

Acabou por aí? É claro que não.

Retornamos para casa e quase dois meses depois, num sábado chuvoso, lá estava eu em casa, com as pernas esticadas na baqueta da sala, curtindo Elvis, quando escutei chamar por minha mãe no portão. Como estava sozinho em casa, sai para ver quem era. Nem precisa dizer, não é... A noivinha.

Caracas!... Na hora nem soube o que dizer, apenas gaguejei informando que ela não estava e que só voltaria mais tarde. Saída errada. Dei a dica.

Ela ia abrindo o portão para entrar e fugir da chuva, quando saí em sua direção e travei o portão. A garota assustada pelo meu gesto me cumprimentou sorrindo e falou que queria entrar, por causa da chuva.

O que eu poderia fazer?

Ah! Se alguém pensou algo, provavelmente errou.

Disse que estava com minha noiva em casa e que não a poderia deixar entrar. Ela olhou-me seriamente, um tanto pasma e com certa tristeza foi-se embora.

Nunca mais a vi. Só tive uma notícia, encaminhada pelo amigo João, que sua prima se casara com o tal matador de boi e teve um filho.

Adivinhem o nome do menino?

Para todos os efeitos eu nego e não sei de nada.

Eu heim...


sábado, 6 de julho de 2013

Vaga para administrador


"- Senhor prefeito, seu desempenho está muito abaixo do nível exigido pela nossa cidade. Por causa disso, estou-lhe comunicando que está despedido!"

Já me envolvi muito e diretamente com a política e adoraria muito ter ouvido a frase acima várias vezes nesse período.
Fiz passeata, carreata, protesto, discurso inflamado de patriotismo e nacionalismo. Participei de paralisação de avenidas, fábricas e escolas.   Fui líder de comunidade jovem da igreja católica, presidente e tesoureiro de APM em escolas, Presidente de Conselho Municipal, Presidente de associação de moradores e Diretor de instituição filantrópica. Fui fundador, presidente e candidato de partido político.
Enfim... Vivi intensamente o "direito" de brigar pelos meus direitos.
Nesse período cansei de ouvir pessoas dizendo que não gostavam de política ou ainda, que a política era suja e só dá ladrão. Não é bem assim.
Vivemos em pró do bem comum, especialmente da coisa pública. A política faz parte disso também, afinal é a arte de governar. Todas as questões das cidades ou do país fazem parte dessa governança e tem muita importância para todos.
Quando dizemos que não gostamos de política e a evitamos, estamos deixando parte de nossas vidas e necessidades, inclusive de nossos dependentes, nas mãos de pessoas que adoram isso e que nem sempre estão preparados para buscar o que realmente necessitamos.
A cada vez que votamos em qualquer um ou que deixamos de votar, estamos dando condições para que essas pessoas mal preparadas ou até desclassificadas, de decidir por nós.
Um exemplo interessante é as obras de construção ou reconstrução das arenas para as copas das Confederações e do Mundo. Se nós, entendíamos e já sabíamos que a corrupção estaria presente, porque não paralisar tudo antes do inicio das obras. Quem sabe uma corrente humana em volta dos estádios impedindo a entrada das empreiteiras na obra e só liberar quando os orçamentos estivessem mais próximos de uma realidade de custos e execução.
Infelizmente não aconteceu assim. 
Cansei de ver colegas justificando essas reformas com a importância de termos melhores estádios. Concordo. Mas com orçamentos reais e comprometimento de execução nos prazos.
Seria interessante ver governadores e prefeitos, com planos de metas a serem executados ditados pelo povo ou ainda serem despedidos quando não as cumprissem. Numa empresa privada é assim, não atingiu as metas adeus. Com certeza nas próximas pesquisas apareceria o grande índice de desemprego desses administradores.