quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Onde está o menino Jesus?

Eram muito marcantes os Natais naqueles dias...
Começava dezembro e lá íamos nós, preparar a montagem do presépio da capela. 
Capela São Francisco de Assis, na Vila Guarani, minha segunda casa na época.
Como as celebrações sempre aconteciam aos domingos, tínhamos que montar o presépio no sábado para que todos o vissem na manhã seguinte. Essa tarefa era responsabilidade do grupo jovem da capela, a CJSFA-Comunidade Jovem São Francisco de Assis.
Como todos os anos, a expectativa era sempre grande. Todos queriam ver o que aprontaríamos, o quanto a montagem do presépio seria diferente do ano anterior, então eu e mais alguns amigos nos trancávamos na capela e começava o trabalho.
Já há alguns anos atrás, comecei uma novidade, esconder o menino Jesus no presépio. Eu entendia que, como Ele só nasceria na meia noite do dia 24, não poderia ficar exposto no presépio, então o escondia. Achava um cantinho, ali mesmo no presépio, entre alguns detalhes da montagem, sempre em lugar que um bom observador o encontraria, e o deixava aguardando sua hora. Depois da celebração de Natal, geralmente acontecia depois das 20:00, todos se cumprimentavam e iam para casa. No meio daqueles abraços, cumprimentos e movimentações, saia sorrateiramente até o presépio e colocava o menino Jesus na manjedoura.
Depois de alguns anos, começou a busca ao menino Jesus oculto. Sempre quando terminávamos a montagem do presépio, só escondia o menino Jesus depois que todos saíssem da daquele espaço. Cinco minutos depois, estavam todos em volta do presépio procurando onde eu o havia escondido. Mas naquele que seria o último ano...
Passamos a tarde e o começo da noite daquele sábado concentrados na montagem. Como sempre fazíamos algo diferente, naquele ano alguém sugeriu fazer um céu suspenso sobre o presépio. Com muita criatividade conseguimos realizar tal façanha. Ficou muito bonito com nuvens de algodão e muitas estrelas tendo ao fundo um céu azul marinho.
Ao terminar a montagem, com todos bastante cansados, afastei uns dez passos para apreciar o todo. Na verdade buscava um local para repousar o menino Jesus. Percebi que todos me observavam, já esperando o sinal para saírem, mas os surpreendi.
- Muito lindo. Vamos embora descansar, amanhã o dia promete.
- Mas e o menino Jesus?
- Já o coloquei. - Disse sentindo-o com as pontas dos dedos em meu bolso.
Todos se voltaram para o presépio e começaram a busca. É claro, neste ano ninguém o achou. Fomos embora.
Na manhã seguinte enquanto preparávamos a capela para a celebração da noite de Natal e ensaiávamos as canções, sempre um dos amigos aproximava-se e perguntava: 
- Cadê Ele? - A resposta sempre era a mesma...
- Ainda não nasceu.
Meu saudoso e querido amigo Julião, um senhor guardião da capela, dos jovens e de tudo que cercava aquele templo, era o mais curioso e constantemente me cercava com a mesma pergunta e ouvia a mesma resposta.
- Não sei, afinal, Ele ainda não nasceu. - Dizia pensando naquela pequena imagem de um menino Jesus criança, muito bem guardado na minha caixa de segredos, no fundo da minha gaveta de roupas.
Chegou a noite e nos encontramos na capela.
Já no meio da celebração, sabia que fora uma das mais lindas que participei. As pessoas, as canções, tudo estava perfeito. Sem duvida foi uma linda celebração de Natal. Podia-se sentir a alegria, felicidade, o Natal, a presença do menino Jesus... Meu Deus o menino Jesus!
Havia esquecido de traze-lo. O menino Jesus não estaria presente quando tudo terminasse.
Minha casa era muito longe, não dava para buscá-lo. Comecei a suar. Já não conseguia me concentrar nas canções ou na própria celebração. Sabia que quando terminasse, muitos iriam ver o menino Jesus na manjedoura e não o encontrariam, automaticamente me procurariam. O que eu iria dizer? Esqueci-me de Jesus?
Julião passava por mim e silenciosamente perguntava: - Onde você o colocou? - nervosamente só contorcia o rosto.
A cada canção que terminava colocava o violão ao lado, olhava para o presépio, depois para o Julião, ele sempre sorrindo, sabia que Ele não estaria lá quando tudo terminasse. Então a celebração terminou.
Depois de cumprimentos e abraços lá foram todos ver o menino Jesus. Todos, menos eu.
Lá do presépio alguns me olhavam e sorriam. Alguns vieram em minha direção e sorrindo perguntaram:
- Quando você o colocou lá? Estávamos de olho em você.
- Coloquei? - Surpreso larguei do violão e fui ver o presépio. 
Lá estava Ele. Entre Maria e José, cercado pelas ovelhas, pastores e Reis Magos. O menino Jesus. Não era o mesmo, mas era Ele.
Como foi parar ali? Quem o colocou?
Olhei em volta e vi o Juliano, meu amigo Julião, ainda sorrindo. Como ele sabia? Como era possível?
Saudades meu amigo. 
Obrigado e Feliz Natal.


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Twoo e o Sapão

Olha a fera ai... Coitadinho. Culpa do Sapão da Vila.
Amo futebol e o meu EC Santo André, porém, confesso que esse amor demasiado a um clube, é sempre complicado. Digo isso pela rivalidade absurda que alguns criam e vivem em torno do futebol e clubes. Sou desafeto de quem torce pelo São Caetano, São José ou Argentina, mas tudo termina quando o jogo acaba. Agora...
Bem, mudei de casa no inicio do ano passado e vim parar próximo ao campo do time do bairro, o Vila Garcia, conhecido como o Sapão. 
Como gosto de futebol, beleza, até fui assistir o time do bairro jogar em duas oportunidades e como sou pé quente, eu ganhou as partidas. O problema é que da mesma forma que o Sapão ganhou mais um torcedor, também ganhou 3 desafetos.
Nunca entendi o porque, do Twoo agitar-se tanto no portão nos domingos de manhã. Ele fica inquieto e late pra todos que passam na rua, assustando realmente até quem está do outro lado da rua. Por seu porte grande, é comum vermos pessoas desviarem de nossa calçada para evitá-lo.
Ele é valente e muito corajoso, até que começa os fogos.
O Sapão da Vila da inveja a muitos times por ai. A cada domingo que joga em casa, é acompanhado de uma torcida apaixonada e muito barulhenta. Os batuques, as canções de exaltação ao Sapo, tudo é muito bonito de se ver. A animação dos torcedores locais é incrível, coisa que não se vê em outros bairros. 
É claro que torço pelo Sapão também. Dá-lhe Sapão. Mas aqui em casa...
Assim que começa  a movimentação para o  jogo,  Twoo fica agitado. Parece reconhecer cada jogador do time, pois, de longe vê um passando na rua e corre em direção ao portão para assustar o distraído.
Os preparativos vão iniciando no campo. Primeiro vem a cantoria e os batuques, gente chegando de toda parte do bairro e ai então começa os fogos. 
Muito barulho mesmo, ai a torcida contraria também começa a parecer, Jackie, Guila e Two, todos torcendo para o Vila Garcia não marcar gols ou então perder o jogo, assim não tem mais fogos de comemorações.
Nesse último jogo as coisas ficaram complicadas.
Estava eu tranquilamente sentado em minha cama, Jackie perfumando a casa com o cheiro da delicia que seria servido no almoço e Guila no video game. Começava a escrever mais uma das minhas sandices quando começaram os fogos. Em minutos, começaria mais um jogo do Sapão da Vila.
Antes que pudesse fazer algo, Twoo entrou correndo no quarto e enfiou-se debaixo da cama. Não me importo, pois sei o quanto seus ouvidos são sensíveis, mas tudo tem limite.
Na final do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, sofremos até de madrugada com os fogos e a farra dos torcedores mais apaixonados.
Nesse domingo o time da Vila estava inspirado, logo de cara marcou. Twoo já deitado embaixo da cama, se mexeu e balançou tudo. Que susto! O danado é enorme e mal cabe ali.
Mais um tempo e outro gol. Outro sacolejo e agora com um xororô do Twoo. Coitado.
Quando saiu o terceiro gol, já estava todo torto com o notebook caindo ao lado e as almofadas no chão. Parecia um terremoto. A cada gol ele mudava de posição e balançava a cama.
Confesso que torci para acabar o jogo, mas o Vila fez mais dois gols. Um caos no quarto. A essa altura eu também estava todo torto. Minha cama parecia ter vida própria e estava desesperada para me jogar longe. Na hora veio aquela imagem de o exorcista, a cama pulando e levitando. Tô fora.
O jeito foi descer da cama e acalmar o filhote.
Não vou afirmar que também torço contra o time da Vila, mas se ele ganhar de 1x0 ou empatar de 0x0, pra nós daqui de casa já é goleada. Está bom.
E viva o Sapão da Vila Garcia.
Pobre Twoo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Tudo muito bem planejado.

Primeiramente, mil desculpas. 
Sei que me perdi e larguei de lado minhas crônicas, em pró de uma situação inusitada. Passou. 
Quero relatar as artimanhas e engenhosidade de Alguém muito superior e que teima em me surpreender. Não sei se para me mostrar que Ele tudo pode, quem sabe assim eu para de reclamar ou, para que eu veja que, quando coloquei minha vida em suas mãos e esqueci do mundo, fiz a coisa certa. 
Um certo dia, há muitos anos atrás,fui para São Paulo comprar material para a loja que eu trabalhava. Era pra ser uma coisa rápida e voltar logo para Jacareí. Não aconteceu bem assim. Depois de uma dezenas de lojas visitadas, me atrasei e terminei fazendo tudo num horário muito mais tardio que esperava. Peguei o metrô na Estação República em direção ao terminal rodoviário do Tietê, forma que nunca o fiz e até sábado passado não entendia o porque aconteceu assim. 
Entrei rapidamente e sentei, sem olhar para os lados. Como havia comprado o jornal para leitura durante o retorno a Jacareí, resolvi passar os olhos nele. Abri e comecei a revirar suas páginas. 
Na estação seguinte, pessoas entraram e saíram e eu nem desviei os olhos da leitura, até que uma pessoa incomoda começou a amassar meu jornal com seu corpo. No inicio apenas ajeitei as página em minhas mãos sem levantar os olhos, mas a tal pessoa foi insistente. Fechei e baixei calmamente o jornal e só então fui olhar para o dono daquele incomodo corpo. Congelei. Era a minha mada amiga Mirian que há anos não via. Ele estava num canto do vagão lendo um livro e mais perspicaz que eu, levantou os olhos da leitura olhando o movimento do entrar e sair de pessoas, então me identificou. Após um longo, apertado e saudoso abraço, descemos na estação seguinte. Ela me confessou que pegara o metrô no sentido errado e não sabia o porque, já que fazia essa rotina diariamente. Agora pegando no sentido correto fomos até sua casa para conversarmos e matar a saudade. Percebi então que meu atraso e o erro do sentido no metrô que ela pegara, estava aliado ao mais uma "coincidência". Ela estava ali naquele horário, porque saíra de férias e estava preparando uma viagem para fora do país. Quer dizer que se não estivesse de férias, naquele horário estaria no escritório trabalhando. 
Na época, burrinho que sou, achei tudo uma tremenda coincidência e ponto. de lá pra cá, nos vimos várias vezes e não deixamos mais a distância nos separar. Acabou essa história. Agora vamos a outra que aconteceu nesse fim de semana. Assim meio que do nada, Jackie sentiu tantas saudades da minha Tia Odete, que propôs irmos ve-la em Santo André. Adorei a ideia e chamei mamãe para ir conosco ver sua irmã. Tudo planejado, organizado, revisamos o carro para irmos mais tranquilos e aguardamos a chegada do sábado. Na noite da quinta-feira que antecedia nossa viagem, Mano Véio me ligou para informar que no sábado aconteceria uma missa com o grupo jovem CJU, agora Grupo de velhinhos, que participamos há mais de 30 anos atrás. Confesso que não me interessei. Primeiro porque tinha combinado um churrasco na casa de minha doce prima Sueli, também no sábado, então não daria tempo. Depois, também porque a "minha turma" daquela época, nunca participava. Os demais colega eu ainda mantinha algum contato, apesar de adorar abraçá-los não me animei. Ai Ele mexe os pauzinhos... Mano Véio voltou a me ligar no dia seguinte, na sexta-feita, quando eu já me preparava para dormir, afinal teria que acordar cedo pra viagem, e me passou o horário da missa. Como disse, já tinha combinado outro compromisso naquele horário e não queria faltar, então simplesmente disse: "Se der passo lá". No sábado acordei com uma estranha vontade de ir naquela missa e ver o pessoal. Isso ficou martelando em minha cabeça, então combinei de deixar mamãe na casa da Tia, dar uma passada rápida na missa, cumprimentar o pessoal, voltar rapinho para pegar as velhinhas e ir para o churrasco da prima. Como sou bobinho, Ele já tinha tudo preparado. 
Pra começar fiquei espantado de como chegamos rápido em Santo André, depois chegando na casa da Tia, ela me incentivou por demais a ir na missa, então fomos. Ai, tudo se deu. Quando entrei na igreja, vi os amigos que esperava ver e nos abraçamos muito matando as saudades, mas nada de tão excepcional. Então apareceu um que não tinha noticias há mais de 30 anos, foi difícil conter o aceleramento do coração. 
Recuperando desse baque, veio outro e outro, minha amada amiga Mirian, mais um amigo outro... A essa altura as lágrimas já não fugia pelos olhos, saltavam numa sequência sem fim. Então veio o desfecho dessa armadilha preparada em detalhes. Uma amada amiga, Ângela, que jamais pensei em ver novamente depois desses 30 anos de distância e silêncio, estava ali me olhando e sorrindo. Não posso dizer que corri, mas acho que até tentei, indo ao seu encontro. Quantas saudades. Ao seu lado outra e outra. Naquela altura meu problema não eram mais minhas fracas pernas e sim meu velho coração. Fatima, Cida, todas ali... Depois de abraça-las muito e matar saudades, achei que havia sobrevivido a tudo e voltava ao meu lugar. 
Já estava atrasando o inicio da missa. Tome mais emoções, Tia Vilma, agora Irmã Vilma, outra grande e amada amiga, que imaginava nunca mais ter a oportunidade de ver, já que era missionária na Africa, surgiu na minha frente. Bambiei mais uma vez, firmei e soltei-me de seus braços e dei de cara com outra, Zilda. Tive que pedir um basta. Estava em frangalhos. Voltei para o lado de Jackie todo decomposto e frágil. 
Assim que enxuguei as lágrimas e me recompus, respirei fundo e levantei meus olhos... Dei de cara com Ele sorrindo pra mim. Acreditem, Jesus me sorria. 
Toma Freitas! Homem de pouca fé.

GANHE DINHEIRO EXTRA!

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Ganhar dinheiro na internet - 2

As vezes as coisas apertam e precisamos de uma renda extra, então continuo testando sites para ganhar uma grana extra e saber quais são os melhores, quais são realmente confiáveis e que pagam direito.

Vou apresentar para vocês mais dois, como no post anterior.


1 - Toluna

O primeiro é o site de pesquisas Toluna.
Esse site apresenta pesquisas constantemente, mas é necessário no mínimo 24000 pontos para realizar seu saque. As pesquisas variam muito a pontuação, em média 1500 a 2000 pontos. Ainda é possível participar de votos rápidos para ganhar mais alguns pontinhos. Atingindo o total poderá resgatar pelo Paypal, esse processo pode levar quatro semanas. O site paga direitinho e raramente da algum problema.



2 - Clixsense

Este segundo site é muito interessante.
Ele apresenta várias formas de ganhar dinheiro. Pode-se ganhar apenas visitando paginas por alguns segundos, respondendo pesquisas, executando tarefas, participando de ofertas e até ouvindo músicas. Paga a partir de que você tenha $ 8 dólares a receber. Com muita aplicação pode ganhar diariamente de 5 a 7 dólares/dia.
O Clixsense também é o site que paga mais rápido. A partir de seu pedido de resgate, receberá via Paypal, em até 48hs.

Clique na imagem para cadastrar.-se.

Aprovado! Esse paga mesmo.


Esses são mais dois sites que já trabalho há algum tempo e que valem a pena. Se quiser saber de dicas e como ganhar mais com eles, post comentário ou me envie um e-mail. ademirdefreitas@hotmail.com.


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Meu Ipê florido

Hoje, indo para o trabalho, percebi no caminho um lindo Ipê Roxo, e lembrei-me de Marcela.


É claro que Marcela é um nome é fictício, jamais revelaria o nome da minha paixão na adolescência, quer dizer, já revelei em outra crônica, mas com certeza ninguém lembrará.
Também fictícia, é essa história de Ipê roxo, na verdade as flores são num tom mais escuro da cor rosa, mas deixemos isso pra lá e vamos aos fatos.
Quando adolescente, numa época das fortes paixões, eu tinha a Marcela, a minha namoradinha. A gente namorava meio que escondido, pois havia um impedimento para o romance seguir normal, tipo... Eu.
Naquela época tinha numa rua no caminho da escola, o início de uma trilha levava até um pé de Ipê Roxo. Na verdade, naquele tempo não me importava muito se era Ipê Roxo ou sei lá que outro tipo que havia. Para mim só existia uma flor.... A Marcela.
Foi ali debaixo daquele Ipê que me declarei a ela.
Íamos para escola pela já citada rua. Eu ia só, de um lado da rua, na calçada esquerda de quem subia e Marcela na direita, com uma "amiga". Trocávamos olhares já há algum tempo e chegamos a conversar rapidamente, mas sempre havia uma "vela" presente. "Vela", era aquela pessoa que não se tocava que queríamos ficar a sós e insistia em acompanhar, mas especificamente a Marcela, por onde quer que ela fosse. Então Marcela falou algo para a amiga, que me olhou com uma cara de desdenha e então atravessou a rua, sozinha, vindo em minha direção. Parei e esperei.
 - Oi. - disse ela com uma voz muito suave.
- Oi Marcela.
- Podemos terminar a conversa que começamos dias atrás? Você disse que queria me falar algo.
- Pode ser lá no Ipê?
Acenando com a cabeça, ela aceitou e seguimos lado a lado. Sentamos na grama ao pé da árvore e me declarei. Ela também me queria e ali trocamos nosso primeiro beijo.
Passados duas semanas desse acontecimento, ela marcou novamente comigo ao pé do Ipê para namorarmos e eu então, pensei em fazer uma surpresa para ela.
Chegando antes do horário combinado ao pé do Ipê, que não era tão grande, parecia uma jovem planta, pequei meu canivete, presente de Vovô e desenhei no ainda frágil tronco, um coração. Quando ela chegou, mostrei e juntos gravamos nossos nomes.
- Um dia, no futuro, viremos aqui e essa árvore estará enorme. Procuraremos por nosso coração e veremos que ele cresceu com o tronco e estará tão grande como o nosso amor.
- Que lindo. - Ganhei outro beijo.
É claro que aquele namoro não durou tanto tempo assim. Dois meses depois, já com o romance em encontros semanais, quando nos encontramos novamente ali, ao pé do Ipê, e contei que estaria mudando para outra cidade, choramos juntos. Prometi que sempre que possível, viria vê-la e pedi para que cuidasse de nosso coração. E ela jurou jamais deixar que algo acontecesse com ele e com o nosso Ipê. A mudança foi pra muito mais longe do que previ e nunca mais a vi.
Após muitos anos, depois de formado e estar bem profissionalmente, fui fazer uma visita comercial naquela cidade. Havia feito um ótimo negócio e sai descontraído rodando pelas ruas da cidade, quando passei e vi um Ipê Roxo, muito florido. Freei instantaneamente, sem sequer olhar pelo retrovisor. Só depois percebi que poderia ter causado um acidente com meu ato. Fiquei por alguns segundos com o olhar fixo naquela linda árvore, que mais parecia uma pintura num quadro, tentando descobrir que lembrança ela me trazia, então veio a imagem de Marcela.
Ela havia cumprido sua promessa, ela cuidou do nosso Ipê e depois de tantos anos lá estava ele, lindo.
Manobrei o carro, encostei e desci.
Naquele local, ontem outrora era o trilho de passagem que ligava a um enorme pasto, hoje era uma bonita avenida. Procurei mais alguns pontos de referência e confirmei, era a nossa árvore.
Ele, o nosso Ipê, estava florido. Ele era agora, uma árvore grande. No chão, espalhado, parecendo um lindo tapete visto ao longe, uma camada de um rosa forte. Era as nossas flores. Sem saber ao certo o porquê, meu coração acelerou.
 Lembrei-me do nosso coração, nele havíamos gravado nossos nomes. Será que ainda estaria ali?
Aproximei-me e procurei ao redor do tronco, mas não achei. Que tolo sou eu, éramos menores e o Ipê também. Nosso coração devia estar mais ao alto, então comecei a procurar numa altura maior e achei.
Lá estava ele, há uns cinquenta centímetros além da minha altura, mas não era possível ver nossos nomes. Subi rapidamente na grade que vazia-se de muro na casa onde o nosso Ipê estava em frente e pude ler.
Marcela e Josito.
- Josito!  - olhei novamente para confirmar. - Josito!
Não era meu nome que estava no coração, outro tinha tomado meu coração, minha árvore e minha Marcela.
- Josito?
Desci já não achando nada mais lindo. Aquelas flores escorregadias no chão quase me fez cair. Limpei minhas mãos de pó daquelas grades sujas e fui em direção ao meu carro.
- Josito?...Josito...  - Parei de repente e exclamei - Que droga Marcela! Josito era meu irmão!
Na verdade, seu nome era João, mas naquela época o chamávamos de Josito.
Entrei no carro e bati a porta.
Olhei novamente para o Ipê e disse pra mim mesmo...

Não gosto mesmo de Ipê Roxo, principalmente os que dão flores rosa.
Prefiro o amarelo. Fui embora sem olhar para trás.
Vai vendo...


sexta-feira, 26 de junho de 2015

O meu Long Play do ZZ Top

Na minha época, dizer que estava morcegando, era estar com o radar ligado, só observando o que acontecia ao redor, apreciando o movimento. Hoje o significado mudou.
Desde sei lá de quando, três anos mais ou menos, descobri uma radio online muito show, uma comunicação incrível. Era o dia todo com o melhor do rock, quando a internet permitia. Foi assim...
Estava eu morcegando pela internet, buscando algo sobre rock, quando dei de cara com a MorcegãoFM. 
No início, confesso que achei que era apenas mais uma radio rock, engano meu. Era é a radio rock.
Desde meus tempos da 97FM, com Ciro Bottini, magrelão com cabelos longos e um óculos tipo garrafão ou mesmo com a RBR-Berin, uma loucura que até hoje não entendo como fiz aquilo, eu não ouvia uma radio rock que me prendesse a atenção. Então pensei porque não contar pros "véios" de plantão.
Bastou mostrar pra um ou outro amigo que a coisa se alastrou.
Hoje todo mundo por aqui, é só Morcego
E por falar na antiga 97FM, rock do bom, os caras que trabalhavam nela, naquela época, já não batiam bem dos pinos e comecei a imaginar como estariam eles agora.
Certa vez, estava eu por lá, na rádio,  consertando o KS dos caras, um aparte, KS era um tipo pabx, uma central telefônica, véio pacas, voltando... Estava eu lá, labutando, quando o Ciro disse que ia rolar naquele momento, o sorteio para quem havia ligado durante seu horário. O prêmio seria de um LP do ZZ Top, um clássico. Eu precisava entrar no estúdio, para consertar seu ramal e ele não saia do ar. E então ele começou...
- Vamos lá, vamos ver quem é o sortudo que vai levar essa sonzeira do ZZ Top.
Arrisquei e acenei de fora da sala de som, sinalizando que precisava consertar seu ramal e ele mostrou-me o dedo do meio e fez sinal pra que entrasse e ficasse em silêncio. Então, de repente olhou-me ali, ao seu lado, me encarando. Eu ali parado, com uma chave de fenda na mão e a mala de ferramentas na outra. Empurrou a cadeira para tras e perguntou baixinho pelo meu nome,
- É Freitas.
- Então vamos lá gente... Vamos ao sorteio, que eu quero ir embora... Atenção, sorteando... E o ganhador é... é... O Freitas, daqui mesmo, de Santo André. Meu chapa você tem até o final do expediente comercial pra retirar sua preciosidade. Valeu gente, fique com o som do Marillion que eu já fui.
Ainda parado ali, sem saber o que acontecia, vi ele jogando o LP na minha direção, larguei tudo na hora fazendo o maior barulho e agarrei o disco voador. Ele soltou o som do Marillian e chamou-me:
- Vamos tomar um café, depois você conserta essa merd...
O pessoal já estava todo na porta do estúdio para ver o que tinha acontecido, de onde veio aquele barulho todo
Tempos bons eram aqueles. Ouvia o Ciro todos os dias, aquela era a radio, a minha preferida.
Num dia desses rodando canais, vi o cara novamente, o Ciro, totalmente desfigurado daquele maluco da 97FM. Já não tinha cabelos longos e muito menos os óculos garrafão, mas a voz era a mesma. É lógico... São outros tempos, mas na boa...
Ainda prefiro o apresentador maluco dos anos 80.

Também fui!

Pra quem quer ouvir rock do bom...


domingo, 21 de junho de 2015

Ganhar dinheiro na internet - I

Aprovado! Esse paga mesmo.
Existem dezenas de sites de pesquisas na internet para você ganhar algum dinheiro e por experiência própria, sei que realmente é possível.
Responder essas pesquisas, além do premio ou pagamento, nos dá a oportunidade de  conhecer muitas coisas que o mercado deverá lançar breve.
Essas pesquisas são uma forma de empresas e outros segmentos,conseguirem nossas opiniões sobre as necessidades do mercado e sobre  produtos ou serviços. Assim conseguem melhorá-los ou como melhor apresentá-los.
Você não ficará milionário respondendo pesquisas, mas se for aplicado, conseguirá ganhar uma grana significativa que poderá ajudar seu orçamento.
Normalmente, basta se inscrever e começar a receber as pesquisas por e-mail. Quando respondidas o até o final do questionário, você ganha pontos e esses podem ser convertidos em dinheiro ou prêmios.
A seguir 2 sites que participo e que realmente já recebi um bom dinheiro.

1. GlobalTestMarket

O melhor na minha opinião, Você acumula 1150 pontos e troca por U$ 50. Poderá receber um cheque em sua casa, o que levará 6 semanas depois que solicitar o pagamento ou receber até em 10 dias pela Paypal. Quando não conseguir completar as pesquisas, ganhará cupons para concorrer ao sorteiro de vários prêmios, por trimestre. Você também pode ganhar pontos indicando outros participantes.
A Global paga no prazo, direitinho e você pode receber via Paypal.




2. The Panel Station

Este paga U$ 6,50 por cada 3200 pontos, que você poderá conseguir respondendo apenas duas pesquisas. Mas não pensem que é fácil assim, você tem que completar o questionário inteiro, o que não é sempre possível. Seu pagamento é pela Paypal.




Se quiser saber de dicas ou mais informações entrem em contato, por comentário ou e-mail. Em breve divulgarei outros.
Boa sorte

ademirdefreitas@hotmail.com

segunda-feira, 1 de junho de 2015

De Nagoya à Recife... Parando em Tuvalu.

Quando apareceu aquele concurso nos jornais, destinados apenas `à brasileiros, japoneses e descendentes, muitos pensavam que poucos se inscreveriam, mas Recife pegou fogo. Foram 30,os concorrentes inscritos na cidade. Uma grande disputa sobre qual país seria campeão foi crescendo.Apareceram representantes dos dois paises,com direito até a comitivas vindas direto de Tóquio, Japão.
Depois de algumas seletivas, chegou o dia da final. Havia festa em todo canto do Recife, com bandeirolas e cantoria de cada país. Chegou ao ponto das torcidas desfilarem e cantarem vitória pelas ruas. Via-se o Maracatu, Samurais, Gueixas, tudo que relacionasse aos dois países na cidade. Uma febre tomou conta de Recife.
- Boa tarde! Sou o apresentador da incrível final dessa disputa culinária entre Brasil e Japão.
- Passamos da segunda fase e entramos na penúltima. Nesta fase, a melhor comida levará seu autor a disputa do prêmio principal. - Anunciou o anfitrião a todos os dez participantes classificados  e a toda imprensa brasileira e nipônica presente.
Tinham classificados vários cozinheiros brasileiros, japoneses e descendentes, todos especialistas na gastronomia de seu país de origem. A competição consistia em fazer o prato mais saboroso entre as culturas ou uma inovação que tivesse como base, a cultura dos países participantes: Brasil e Japão. Por isso o título do concurso era: "Do Brasil ao Japão em colheradas".
- Os competidores não podem repetir os pratos feitos até essa fase e deverão entregar seus novos pratos para avaliação, em trinta minutos. O júri apreciará cada um deles e sinalizará os três melhores. Depois passaremos direto para a final, onde os jurados apresentarão o vencedor. E... Vamos á cozinha!
Todos correram para as suas devidas cozinhas, instaladas na praia de Boa Viagem, com tudo que os mestres cucas precisavam. Como todo espaço era aberto e exposto ao público e aos jurados, ficava mais difícil para os competidores, porém muitos já tinham partes de seu prato semi pronto, mas tudo preparado ali mesmo, de frente para o mar.
Lá foram os competidores ao fogão e aos poucos foram sendo depositados os pratos diante dos jurados. Esses foram experimentando, classificando e eliminando um a um.
- Este fora, né. - Dizia um jurado representante do Japão.
- Vixe! Mas que coisa de doido. Este tá dentro. - Dizia um representante brasileiro.
- Hummmm... Muito bom, "Dentlo!"
- Mas que coisa mais saborosa, sô. Pode botá esse como bom.
Assim foi, prato a prato. Os jurados selecionaram cinco  e decidiram reunirem-se para discutir, saborear novamente os prato e então decidir quais seriam os três finalistas.
- Atenção! Atenção, senhores e senhoras. Os jurados chegaram a decisão e aqui na minha mão estão os três classificados... Vamos a eles...
- O primeiro, é um representante do... Japão! - E ouviram-se vários aplausos e gritos, todos em concordância pela perfeita escolha. - Aproxime-se meu amigo, venha até aqui para que todos o vejam.
O representante japonês era um homem bastante maduro e conhecido internacionalmente como um grande cozinheiro, ganhador de vários prêmios.
- Muito bem, muito bem...  O segundo é o representante do... Brasil! - O mundo veio abaixo, um brasileiro estaria na final. Um feito muito comemorado entre gritos, aplausos e até fogos. Não paravam de gritar Brasil, Brasil.
O brasileiro também era um homem mais vivido, já com certa idade, mas também um renomado cozinheiro, conhecido em todo país e mundo afora.
- Calma meus amigos, ainda temos o terceiro classificado. Ele é o representante do... Do... Esperem um minuto, por favor.
Diante o espanto de todos os presentes, o anfitrião foi até os jurados, mostrou a ficha de classificação, discutiu e voltou ao microfone para anunciar.
- Então, o terceiro é o representante do... Tuvalu!
Este era um jovem, muito pequeno, mas tão minúsculo, que mal perceberam sua presença entre os competidores.
Todos que se preparavam para aplaudir ficaram parados e começaram a perguntarem um para o outro se aquilo estava certo. Tuvalu? Existia um país chamado Tuvalu?
- Tuvalu?
Mesmo sem entender bem ao certo o que acontecia todos vibraram e lá foram os três para saber qual o prato que seria escolhido e quem seria o vencedor.
Os três classificados aproximaram da mesa de jurados, que tinham três placas com os números da classificação que deveriam levantar e mostrar para cada participante. Todos ficaram em silêncio para ver qual a placa que levantariam e para quem seria destinada.
Os jurados estavam muito confusos, ameaçavam levantar uma placa e baixava imediatamente. Sinalizavam para os concorrentes, mostrando aos demais e voltavam a discussão. Foi assim durante quase vinte minutos, quando a plateia começou a ficar impaciente e a fazer bastante ruídos, pedindo a decisão. Ouviam-se ao fundo gritos de Brasil e Japão. Então um jurado italiano mais exaltado,  levantou-se, pegou uma placa que estava virada para a mesa, para que ninguém a visse e olhou novamente para os demais jurados dizendo:
- Já que ninguém decide e que ninguém consegue afirmar qual o prato ganhador... Digo eu. Como eu, todos os meus companheiros estão em dúvida e acham que houve um empate. Eles têm razão. Ficou muito difícil decidir diante dos três pratos tão saborosos, então eu dou o meu voto de desempate. E ele vai para o representante do... Tuvalu!
Não houve aplausos, não houve reações. Todos estavam parados e só pronunciavam... Tuvalu? Todos esperavam como ganhador o Brasil ou o Japão, ninguém sequer sabiam onde ficava Tuvalu.
Diante de tanto silêncio o apresentador pegou o microfone e aproximou do jovem que parecia um tanto assustado.
- Tudo bem, senhoras e senhores, eis aqui o ganhador. Qual é o seu nome?
- É...
- Calma rapaz, sei que está emocionado, mas diga para nós sabermos qual é o nome do campeão.
Ainda assustado, mais pelo silêncio do que pela vitória, com um sotaque meio confuso disse:
- Sebastião Matsuyama da Silva.
- Sebastião Matsuyama? Você é mesmo de Tuvalu, certo? Você é descendente de qual país?
- Sim, nasci em Tuvalu. Meu pai é Alcides da Silva, daqui de Recife, Brasil... - Houve então uma explosão de gritos e aplausos interrompendo o vencedor. - Brasil, Brasil. - Os fogos foram de novo lançados ao céu, explodindo multicores. via-se por todos lado brasileiros abraçando-se e japoneses, sem reação, sem entender nada.
- Ok, ok... Por favor, silêncio... E sua mãe? - Perguntou o apresentador pedindo calma insistentemente a plateia.
- A minha mãe? É Kaye Matsuyama, de Nagoya, Japão. - Nova explosão de gritos e aplausos se deu. E os gritos de Nippon e Japão, chegaram a todos os ouvidos presentes. Agora era a vez dos japoneses pularem e gritarem.
- Filho de brasileiro com Japonesa, que nasceu em... Tuvalu? Quem diria... O prêmio principal vai para os dois países! Quero dizer três! Como foi isso?
- Meus pais estavam viajando em férias, quando minha estava já de quase nove meses. Mamãe queria que eu nascesse no Japão e papai insistiu que fosse no Brasil, como não chegaram em acordo resolveram passar o restante das férias em uma ilha. e escolheram Tuvalu.
Todos então comemoraram juntos, brasileiros e japoneses. Todos abraçados e sorridentes.
- Que história... Quem diria. E qual foi o seu prato, campeão?
- Sashimi de bode.
- Sashimi de que?
- De bode.
- Isso existe? Não pode ser... Isso não existe senhores jurados... - Questionou o apresentador surpreso.
- Eu fiz, senhor. Usei tempero brasileiro com japonês e a carne ficou macia demais.
O apresentador sem palavras olhou para os jurados, que se levantaram em uma perfeita “Ola mexicana” e mostraram o sinal de positivo.
Diante de uma plateia eufórica de ambos os países, que já comemoravam e gritando Brasil e Japão, o apresentador levantou o braço do ganhador, gritando emocionado.
- Viva o Japão! Viva o Brasil! Viva o...

- Da onde você é mesmo?

sábado, 17 de janeiro de 2015

Que chuva heim...

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Essa é a Jackie... Hehehe
Chegaram as minhas férias! Uhuuuuu! Mas tá um calor... Meu Deus!
E foi isso que resolvi me refrescar, mas como? 
Por aqui já temos racionamento de água. O culpado? Nem vou falar nada de governos, porque eles nunca fizeram nada mesmo. Caracas! Falei. Agora já foi.
Bem, tinha que dar um jeito. Ir para o litoral, sem chances, todo mundo foi pra lá. Um caos. 
Nada de piscina no fundo do quintal. Também, era bem provável que o Twoo meu cachorrinho, mas parecido com um pequeno cavalo, entrasse primeiro e ai não ia ter jeito. 
Comprei mais dois ventiladores. Jogadores de ar quente, isso sim. Aliviou, mas não resolveu. 
O chuveiro virou meu melhor amigo. A cada período era necessário uma refrescada. Até que começou a faltar água.
Na TV dizia a todo o momento que ia chover, Fechava o tempo fazia um enorme barulho, parecia que ia acabar o mundo e nada. O noticiário só falava de quebra de recordes de seca. "Nunca na história ficamos assim, com as represas secas.". Que calor.
No sábado fechou o tempo novamente, agora cai. Caiu.
Primeiro veio uma ventania sem fim. Eu fiquei apavorado, achei que o vento levaria o telhado inteiro do calabouço, é como Jackie chama nosso refúgio nesse final de ano. Ano passado levou seis telhas e tive que correr pra salvar as coisas lá dentro. Mas não levou nada dessa vez. Então chegou a chuva.
Puxei uma cadeira e sentei ao lado de Jackie vendo essa maravilha cair. E caiu, caiu, caiu... Caracas, não tinha mais fim.
A água era tanta que começou a invadir o calabouço. Saímos correndo pegar rodos, baldes e vassouras. Mas não vencíamos chuva Jackie e seu filhote, ficaram tentando impedir a invasão enquanto eu corri abri uma valeta alternativa para desviar a chuva. 
Lá estava eu, no meio da chuva, com uma enxada cega, cavando um caminho para desviar a água do calabouço e sogrinha com uma vassoura empurrando a água valeta abaixo. Nunca abri uma valeta tão grande e tão rápido em minha vida. E isso encharcado até os ossos. E a chuva? Aumentava...
Foi uma luta enorme, mas conseguimos a água parou de invadir nosso calabouço e começou a escorrer pela valeta.
Eu estava todo encharcado e sujo de barro, pelos tombos que levei. Mas consegui. E foi nesse momento que a chuva parou. Parece que esperou eu terminar para acabar. Mas tudo bem, se vier outra vez, não terei problema.
Lá foi eu e Jackie tomar um banho e ..Surpresa! Tinha água, Depois fui ver TV.
Os noticiários só falavam das chuvas por todo estado. Ruas inundadas, pessoas isoladas escondendo da chuva, corredeiras que pareciam rios. Tudo certo, pelo menos não irá faltar mais água. Deve ter enchido com sobra as represas - Pensava assim quando ouvi...
"Apesar de toda essa chuva torrencial que caiu em São Paulo, foi fora da região das represas e elas continuam sem água."
Como pode alguém mandar tanta água, quase nos inundar, arrastar carros pelas ruas e errar o alvo assim? Acho que alguém lá de cima, do departamento de chuvas, terá que dar boas justificativas para o Chefe Maior. 
Que vacilo.

Coitado de São Pedro.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Niver do Rei

A gente sempre se espelha em alguém quando criança, por desconhecer o mundo e buscar segurança. Depois, já na adolescência, quando achamos que o mundo é nosso, buscamos referência em ícones, como cantores ou outros. Após essas fases, vem a fase de reforma deste mundo, que queremos firmar ser nosso. Achamos que podemos mudar isso ou aquilo, às vezes aquela referencia da adolescência continua ou trocamos por outro de maior "pegada".
Eu me encaixo em partes nisso tudo, na infância o pai geralmente é nossa referência, mas pulo essa parte. Na adolescência minha referência de vida era um homem que diziam ser gordo, desfocado e já estava ultrapassado, mas mesmo assim, o tomei por ídolo. Acho que tinha 12 anos.
O que realmente as pessoas não viam era que meu ídolo não era como os demais de seu ramo. De imediato me identifiquei com seu trabalho, interpretar músicas. Cheguei a tentar imitar seu corte de cabelo ou estilo de vestir, mas não deu certo, porém, o meu único disco, um compacto, com quatro músicas, era presença certa quase todos os dias na antiga vitrola de mamãe.
Além de seu estilo e suas interpretações, outro detalhe que me chamou minha atenção foi sua religiosidade e formação. Isso, tivemos em comum.
Esse homem que diziam ser velho, na época com 40 anos, passou dois anos me encantando. Eu recolhia tudo que podia sobre ele, como a grana naquela época era muito pequena, incentivava alguns amigos a comprar seus discos e pedia emprestado. Certa vez a mãe de um deles, foi até em casa buscar pessoalmente um LP que o colega me emprestara, pois estava difícil de devolver.
Depois desses dois anos de sintonia fina com meu ídolo, ele me decepcionou. Deixou-me só, aos 42 anos.
Foram dias ruins e fiquei sem direção, então busquei tudo que podia sobre ele, era como se eu quisesse guardar um pedacinho dele pra mim.
Os anos foram passando e nunca o esqueci. Com o avançar da tecnologia fui conseguindo todas as suas canções, muitas imagens, mas o que mais me aproximou dele foram sua história e dedicação a Deus.
Soube que ele relutou várias vezes com a mídia e os interesses comerciais, para gravar discos com musicas gospel. Os donos do dinheiro que só queriam faturar com suas canções de rock, dobraram-se a sua vontade e ele mostrou que sabia o que fazia. O sucesso repetia a cada vez mais.
Desde então... Trago sempre aos meus ouvidos, aquelas mesmas canções de mais de 35 anos atrás e não me enjoo. Algumas até repito constantemente. Tenho discos, vídeos, musicas digitais, posters, camiseta, sempre comigo e nunca deixo de lembrá-lo.
Não sei a quem você direciona suas referências, gostos ou simpatia. Não sei se tudo isso, você renova a cada novo lançamento ou surgimento de novos ícones. Eu não. Trago minha simpatia a este homem que já me deu muitas alegrias através de suas canções por muito tempo e repasso a todos que me cercam.
Parabéns Elvis.
Lembrem-se do Rei.
 
 
 
 
 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

# 236 - Bruno Repezza

Pensamento Vivo - 236
 
"Não adianta desejar feliz ano novo se cometermos os mesmos erros do ano velho, que sejamos mais sábios, mais autocríticos e fazer as coisas por merecer, pelo menos é o que eu desejo pra mim"
 
Bruno Repezza