sábado, 24 de dezembro de 2016

Olha o Carangueijo!

Meu velho padrasto, como todos na família, era uma figura.
Ele tem muitas histórias, algumas muito difíceis e outras muito divertidas - lidar com um baiano, com sangue de italiano não era fácil.
Naqueles dias estávamos indo direto para a Praia Grande, mais especificamente para a praia de Solemar - o Velho havia pego uma obra enorme para construir lá, uma mansão - e nós íamos para fazer companhia e dar uma mão. Está certo que eu e Mano Velho, estávamos é mais interessados na praia do que carregar telhas ou areia. Era dar uma folguinha e lá estávamos nós, eu com meu fantástico caiaque laranja, inflável e Mano Velho com sua incrível prancha de isopor.
Quando voltávamos para Santo André, o Velho resolveu comprar alguns caranguejos para trazer para casa, aquele de beira de estrada. Quem o conhecia bem, sabe como era exagerado e dessa vez não foi diferente. Nada mais, nada menos que um saco de estopa de aproximadamente 100 litros de caranguejo vivo. Quanto dá isso, sei lá. Só lembro que era caranguejo pra caramba.
Não podia dar outra coisa, já n estrada tivemos problemas. Quem também estava conosco nessa aventura, era minha querida tia Odete. Logo no meio subida, pela antiga serra velha, o saco de caranguejo tombou e os caranguejos escaparam e começara a andar dentro da velha Kombi. Imaginem o Velho tentando controlar o veículo com todos nós atras berrando, tendo caranguejo por todo lado. Sufoco.
Paramos em um dos raros acostamento da velha estrada e conseguimos aprisionar todos aqueles bichos feios. Foi realmente uma aventura. Mal abrimos as portas do carro, a tia saltou pra fora que nem vimos como, com a porta escancarada muitos caranguejos saíram também e começaram a andar  . Que trabalhão deu juntar todos os bichos e colocar no saco novamente. A tia só aceitou entrar novamente na Kombosa, quando garantimos que havíamos pegos todos e amarrado bem o saco. Aliás um aparte... Cansei de ver gente se benzendo quando o velho passava com a Kombi, era ela de um azul muito escuro e as pessoas pensavam que era um carro funerário. Mas enfim, chegamos em Santo André e descarregamos tudo sem tirar os bichos do saco.
A noite teria em casa uma sessão espirita, religião de meus pais, como nos atrasamos muito para chegar, só deu tempo de descarregar tudo e eles já se prepararam para receber o pessoal que participaria.
O pessoal foi chegando e sentando nos velhos bancos que tínhamos no comodo em que acontecia os trabalhos. Depois que começaram os trabalhos, todos estavam concentrado e o  atendimento as pessoas havia começado, adivinha quem escapou novamente e foi aparecendo por debaixo dos bancos passando pelos pés dos participantes. Isso mesmo, os caranguejos.
Foi um tal de gritar e correr de um lado ao outro que pelo amor de Deus, parecia estar acabando o mundo. Era "meu Deus!" daqui e de lá. Ora ouvíamos, "ele me pegou", outra "sai daqui bicho, socorro" e coisas parecidas.
Para dizer a verdade, nem sei como resolveram isso. Eu e Mano Véio estávamos no nosso quarto, rindo demais para fazer algo e para todo efeito, eu nego participação. Já não sei dizer o mesmo dele... Hehehe.

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