sábado, 20 de março de 2021

Minha primeira vez

Respire fundo e mente aberta. 

Era um dia como outro qualquer, mas nós sabíamos que ele seria especial.

Logo pela manhã, nos cumprimentamos com um beijo caloroso, um verdadeiro “bom dia” que parecia carregar consigo a promessa de algo marcante. Enquanto tomávamos o café, nossas xícaras de líquido quente se moviam de forma sincronizada, assim como os toques sutis de nossos pés sob a mesa. Ela, como sempre, estava radiante, vestindo um delicado vestido verde claro, curto e com um decote discreto. Linda, emanava felicidade, mas havia algo em seus olhos – uma leve inquietação.

Entre risos e gestos quase automáticos ao recolhermos a louça, nossos dedos se tocaram, quase sem querer, e o que parecia ser nervosismo começou a se revelar. Talvez ela se preocupasse com a minha inexperiência, talvez não quisesse que eu me sentisse pressionado. Confesso que eu mesmo estava apreensivo. Era a minha primeira vez, e eu temia não estar à altura, mas sabia que precisava acontecer. Ela, com sua experiência, parecia entender o peso do momento.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, com diálogos curtos, como se evitássemos encarar o que estava por vir. Ela tentava aliviar minha tensão com pequenos gestos e sorrisos, enquanto a água da torneira caía sobre os pratos que ela enxaguava.

Dirigi-me ao local onde tudo aconteceria e esperei por ela. Enquanto meus pensamentos se embaralhavam, ela chegou silenciosamente, abraçou-me por trás e sussurrou:

— Vamos agora?

Estremeci, mas balancei a cabeça afirmativamente. Virei-me para ela, toquei seus lábios com delicadeza e dei um passo para trás, revelando um lençol azul que havia comprado dois dias antes, guardado para esse momento.

Ela se posicionou ao meu lado, estendeu o vestido que carregava e disse calmamente:

— Coloque ali, sem enrolar.

Com a habilidade de quem já sabia o que fazer, foi passando peça por peça de suas roupas. Eu olhava, meio constrangido, e então fiz o mesmo com as minhas. Olhamo-nos mais uma vez e ela sorriu.

— Feche a porta. Agora podemos começar.

Com as mãos um pouco trêmulas, um nervosismo aparente, ergui minha mão e ela me corrigiu.

— Aí, não! Só depois — ela corrigiu, rindo. — Aqui primeiro, mas com cuidado. É muito sensível.

Então, apertei o botão iniciar, e então a lavadora começou a funcionar.

Sim, a minha primeira vez lavando roupas!

Ah, o que você achou que fosse? Oras! Você só pensa... naquilo.
Como é difícil ser um homem.


quarta-feira, 17 de março de 2021

Mais um Niver, 5.8 - Só no álcool (em geo(referenciado))

Como é bom comemorar mais um aniversário, o quinquagésimo oitavo... Caracas, até escrevendo parece velho.

E numa rápida retrospectiva, muitas vitórias, felicidades e um batalhão de amigos conquistados e amados.

O espelho, pobre coitado, ainda tenta me convencer que estou envelhecendo. Ah... se ele pudesse mostrar meu interior.

Tombos, tive mais alguns. Culpa da bengala, da cerveja, da distração, da vida... Sem maiores consequências, além da dor e da vergonha de errar mais uma vez. Mas eles também servem de alerta para as lambanças que apronto.

Perdi amigos, sim... Maledito vírus. Mas um coração nunca perde a lembrança e carinho por eles. Os amo.

Vitórias... Dessas é muito bom falar.

Elas só veem porque creio Nele e me basta. 

Mais um livro publicado (só espero que gostem), mais amigos conquistados (só espero não decepcionar), mais um ano endividado (mas tô pagando...). Crescimento afetivo, crescimento profissional,  de reconhecimento de amigos, de maturidade... Muitos crescimentos... só de estatura que acho diminuí um pouco, dizem que é normal.

Muitos ganhos. Filhos mais perto, esposa mais perto ainda (isso é bom), concursos literários (tenho sorte pra caramba), prestigio, presentes, mais cachorros, enfim... Na minha balança comercial/emocional: Lucro total.

Está bem, chega de blá, blá, blá e vamos as comemorações. Cadê o abridor??

Ah!!! Hoje tem live de lançamento do livro Um Garoto Chamado Foca, no Facebook às 19:30... Já ia esquecendo.
Eita... Estou ficando esquecido, será que estou ficando velho???

...Normal