Outro dia, conheci um pastor incrível.
Rir sempre foi meu remédio. Para dores da alma, da mente, do
coração. Para mim, funciona.
Estava atravessando uma fase difícil — daquelas que dilaceram devagar, dia após
dia, sugando nossas forças. Mas resisti. Sou mais teimoso que a vida.
Aprendi que nem sempre é preciso bater de frente com o que
nos fere.
Mas também não adianta fingir que não dói. O descaso só alimenta o que
queríamos ignorar.
Não, não me converti. Não comecei a frequentar igreja. Mas renasci.
Redobrei minha fé. Fortaleci meu espírito.
Este não é um texto religioso, nem um testemunho ensaiado
para convencer alguém. É só verdade.
Somos como livros. Alguns longos, cheios de páginas, com histórias que se
estendem por uma vida.
Outros são como esse texto: curtos, mas ainda assim cheios de sentido.
Depois da tempestade, a página virou. E o que encontrei ali
poderia fazer qualquer um feliz.
Mas como tudo na vida, também essa página passou.
Virei por vontade própria. O que estava escrito nela já não sustentava a minha
felicidade por completo.
Vieram alguns dissabores, sim, mas eram suportáveis.
Cansado, quase cedi à negatividade.
Então, decidi assistir a um culto online. Talvez só para tentar ver alguém que
amo e que poderia aparecer na transmissão. E ele apareceu.
Mas, curiosamente, não foi ele que mais me tocou.
O pastor que abriu o culto me chamou atenção de imediato.
Tinha algo familiar. Seu jeito de falar, os trejeitos — lembrou-me Fabiano
Cambota, aquele comediante de quem gosto tanto.
E então ele começou a saudar os visitantes, tanto os que estavam no templo
quanto os que assistiam de casa.
Foi aí que tudo mudou.
Ele puxou uma canção animada e convidou todos a cantar
junto.
A plateia respondeu com alegria.
E eu, do outro lado da tela, fui contagiado.
Não foi só a música, nem a simpatia do pastor — foi a
energia boa, sincera, quase palpável, que ele transmitia.
Me fez sorrir de verdade. Me fez lembrar que, sim, é possível recomeçar com
leveza.
Esse pastor é único. Natural. Verdadeiro.
E espero, de coração, que ele siga firme no caminho que escolheu trilhar.
Admirável.
Minha religião?
Deus.
Simples assim.
“Caminhando eu vou, pra Canaã... Caminhando eu vou, pra
Canaã...”