"-
Senhor prefeito, seu desempenho está muito abaixo do nível exigido pela nossa cidade. Por causa disso, estou-lhe comunicando que está despedido!"
Já me
envolvi muito e diretamente com a política e adoraria muito ter ouvido a
frase acima várias vezes nesse período.
Fiz
passeata, carreata, protesto, discurso inflamado de patriotismo e nacionalismo.
Participei de paralisação de avenidas, fábricas e escolas. Fui líder de
comunidade jovem da igreja católica, presidente e tesoureiro de APM em escolas,
Presidente de Conselho Municipal, Presidente de associação de moradores e
Diretor de instituição filantrópica. Fui fundador, presidente e candidato de
partido político.
Enfim...
Vivi intensamente o "direito" de brigar pelos meus direitos.
Nesse
período cansei de ouvir pessoas dizendo que não gostavam de política ou ainda,
que a política era suja e só dá ladrão. Não é bem assim.
Vivemos
em pró do bem comum, especialmente da coisa pública. A política faz parte disso
também, afinal é a arte de governar. Todas as questões das cidades ou do país
fazem parte dessa governança e tem muita importância para todos.
Quando
dizemos que não gostamos de política e a evitamos, estamos deixando parte de
nossas vidas e necessidades, inclusive de nossos dependentes, nas mãos de
pessoas que adoram isso e que nem sempre estão preparados para buscar o que
realmente necessitamos.
A cada
vez que votamos em qualquer um ou que deixamos de votar, estamos dando
condições para que essas pessoas mal preparadas ou até desclassificadas, de
decidir por nós.
Um
exemplo interessante é as obras de construção ou reconstrução das arenas para
as copas das Confederações e do Mundo. Se nós, entendíamos e já sabíamos que a
corrupção estaria presente, porque não paralisar tudo antes do inicio das
obras. Quem sabe uma corrente humana em volta dos estádios impedindo a entrada
das empreiteiras na obra e só liberar quando os orçamentos estivessem mais
próximos de uma realidade de custos e execução.
Infelizmente
não aconteceu assim.
Cansei
de ver colegas justificando essas reformas com a importância de termos melhores
estádios. Concordo. Mas com orçamentos reais e comprometimento de execução nos
prazos.
Seria
interessante ver governadores e prefeitos, com planos de metas a serem
executados ditados pelo povo ou ainda serem despedidos quando não as
cumprissem. Numa empresa privada é assim, não atingiu as metas adeus. Com
certeza nas próximas pesquisas apareceria o grande índice de desemprego desses
administradores.
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