sábado, 28 de agosto de 2021

Paralimpíadas. A nossa realidade.

 Como conter as lágrimas? Eu não consegui.

Quando iniciou as Olimpíadas de Tokio, sabia que iria me decepcionar e me orgulhar muito com vários esportes, dentre eles meus preferidos, atletismo, futebol e voleibol. E aconteceu mesmo.

Sinto me muito feliz e emocionado a cada execução do nosso hino, isso significa conquista da medalha de ouro. Outro motivador de felicidade e lágrimas são as demais conquistas, ou não, recheadas de história de muitos sacrifícios. Mas, enfim chegou o que mais esperava... As Paralimpíadas.

Acordar as 4 da manhã para ver as competições, incomoda um pouco, mas é compensador.

Assistir a natação é algo de outro mundo. É para mim o esporte que de longe mais simboliza as Paralimpíadas. Eu, que em se tratando de água tenho medo até do banho, fico maravilhado de ver os atletas da natação paralímpica caírem na água. Fico a cada evento me perguntando como conseguem? Confesso que fico feliz e envergonhado. 

Feliz por cada história narrada dos atletas, suas incríveis superações, suas determinação em ser melhores a cada dia, sua dolorosa separação da família e dedicação ao esporte. E quando falo em dolorosa separação familiar, é porque muitos deles quando estão fora dos ambientes esportivos, são atendidos com a mesma dedicação pelos familiares. 

Agora a vergonha é por conta do descaso que sofrem para chegarem lá e em outras competições.

Vergonha de ver ídolos, principalmente do futebol, não abraçar essa categoria de competição, de governos que só investem porque são cobrados a todo momento para fazer seu papel social. Vergonha de saber que muitos outros poderiam estar lá competindo e não tem a mínimo apoio. Que empresas e outras iniciativas com lucros astronomicos, ignoram essa importante realidade. 

Vale a pena?

Olhem o quadro de medalhas ao final de cada evento e reflita. Pergunte quanto ganha cada atleta para sobreviver e chegar até aquelas medalhas.

Um site "conceituado", a cada medalha ganha pelos atletas olímpicos, estancava em um banner grandioso no cabeçalho da página uma imagem belíssima do grande campeão. Lindo, merecedor e digno de se ver. Quando ganhamos nossa primeira medalha de ouro nas paralimpíadas, imediatamente fui buscar essa imagem no tal site. E cadê?

Claro que ele não colocou, apenas citou em uma notinha pequena, que o Brasil havia ganho uma medalha. Parabéns!!!

Com certeza, nenhum patrocinador quis bancar esse espaço comercial do site, para destacar a conquista e diante dessa falta de investimento, o site também não se interessou em assumir o espaço. Acontece.

Afinal, aqui é Brasil.

Quanto orgulho tenho de ser deficiente físico. Essa característica só me faz ser melhor a cada dia. Melhor do que alguém? Claro que não. Melhor que eu mesmo, de ontem.


Em tempo... parabéns SporTV pela transmissão e o fantástico espaço que abriu para os comentaristas PCDs nessa Paralimpíadas Tókio 2020.

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