quinta-feira, 17 de março de 2022

Relatos dos meus 5.9 (o choro é livre)

 

Já vou logo dizendo, não é para qualquer um.

Uma pessoa que chegou até aqui, tem que comemorar e bebemorar, com tudo que tem direito. Fato

Pensem bem...

Comecei passando pela ditadura, dura feito a vida que levei até aqui, ou seja, nem no parto tive moleza. Nasci e sem ter feito ou falado nada ainda, sentaram uma tapa no meu traseiro, e pior, ficaram felizes com o meu choro. Belo começo de vida.

Bulling não tive na infância, apesar da sequela de pólio ser um prato cheio, tive uma leve caída para a esquerda, mas participava de tudo, do que era permitido. Depois que descobriram essa palavra, sou “bullinado” o tempo todo e não posso nada.

Na adolescência, só sofria de amor. Você, você e você, considerem-se culpadas. Você sabe bem, é você mesmo. Eita dorzinha chata, que se arrasta pela vida toda. E há quem diga que foi bom.

Emprego não tinha. O jeito era se virar por conta mesmo. Haja problemas para conseguir tudo. Por que não inventaram o celular naquela época? Ô gente atrasada.

Sobrevivi ao Collor, mas o malvado levou-me os poucos centavos que tinha na poupança. Ficou sequelas.

Confesso. Chorei por causa de um argentino. Ele marcou no finalzinho e lá se foi a nossa copa.

Tiraram o meu fusca, mas o Itamar trouxe de volta. Tiraram de novo. Aquele ali sim, me levava aonde eu queria e sabia que ia voltar. Todo dolorido, mas voltava.

Cruzeiro, Cruzado, Cruzado novo, cruzado de novo. Parecia um boxeador, levava cruzado da direita, da esquerda e nem via. É como hoje, sou apenas intermediário. O meu que é bom... nada. Coisas da política.

Ah... mas teve coisas boas. 1 filho, quer dizer 2, ou melhor, 3, já que vieram gêmeos e a raspinha do tacho, como dizem os mineiros. 4 filhos. Tudo x4.

A vida ficou mais dura? Pode até ser, mas fiquei mais feliz.

Emprego, desemprego, emprego novo, política, luta disso, (olha o boxeador de volta) luta para ter aquilo, luta para ter direito, para ser perfeito e até luta para ser prefeito. Olha aí aonde cheguei! Ufa... Passei por tudo isso... pois é, passei.

Vem um que promete e se mete em falcatrua. Outro que é diferente e engana a gente. Mais uma que disse ser novidade, mas na brevidade que passou o estrago ficou, ou seja, como sempre, 6 por meia dúzia.

Junta, separa, junta de novo. Muda pra lá, volta pra cá, muda novamente e enfim... finquei a minha âncora. Não que estivesse num mar de rosas, mas foi necessário deixar de navegar. O corpo já dava sinal que estava cansado.

A luta acabou? Que isso? Era 57 e muita disposição. Vem cirurgia, pandemia, alergia, tudo ia, mas voltou.

Isolamento, saudades, perdas e rebeldia.

Sou mais teimoso que a vida.

Cheguei até aqui. Então, viva meus 5.9 !


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