Sem ter muito o que fazer e olhando a chuva cair...
Querer é necessidade de estar e ser
Há em mim um querer que não grita, apenas pulsa.
Não nasce do desejo, mas da ausência — da falta de ser inteiro no instante que passa.
É como se cada respiração lembrasse que estou,
mas ainda não sou tudo o que poderia ser.
O estar me ancora: é o chão, o agora, o corpo.
O ser me chama: é o horizonte, o invisível, o porvir.
E entre ambos, o querer é ponte —
tênue, silenciosa, mas firme o bastante
para atravessar o abismo entre o que existe
e o que busca existir.
Não quero mais do que isso:
sentir a vida me pressionar
e, ainda assim, escolher brilhar.
Sou carvão em processo,
mas não desisto do fogo.
Porque querer, para mim,
é necessidade de estar e ser.
(Ademir de Freitas)
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