segunda-feira, 27 de maio de 2019

Mas Delinha...

Já era hora de passar para o quintal do vizinho, mas deixa eu explicar...

Domingo dia de descansar, tomar uma cervejinha e almoçar no vizinho.
O vizinho, só para entendimento, que é conhecido por mim e minha digníssima como Mano Véio, é meu irmão mais velho. Minha casa faz fundos com a dele, então é só pular o muro... literalmente, e estamos na casa dele e vice-versa. Na verdade, se fossemos totalmente civilizados e não tão preguiçosos, era só sair de casa dar uma volta no quarteirão e estaríamos lá.
Arrumei a escada na posição certa e eu e Jackie começamos a subir, ela a frente e eu a seguindo. Logo de cara, Twoo meu cachorro de outras histórias, tentava nos impedir puxando-nos pela perna da calça, mas tranquilo... Bastou uma boa bronca e ele soltou e ficou jundo com Delinha, a nervosinha, a cachorra menor, ambos latindo como que se não autorizasse nossa ida. Umas palavras de consolo de Jackie a eles e atravessamos a fronteira das casa.
Sumimos de seu olhar, mas não pararam um segundo de latir.
O dia como esperado foi maravilhoso, muita conversa, umas cervejinhas, muito divertimento e ficou assim. O dia passou rápido.
Já no final da tarde, lá fomos nós pular o muro novamente. Nos despedimos de todos e acertamos a escada pelo lado contrário e lá fomos nós de novo.
- Meu Deus!! - Essa era Jackie no alto do muro com uma cara de espantada.
- Amor, você não imagina o que eles fizeram... - Voltando -se para os cachorros - Mas Delinha...
É lógico que não esperei mais e subi imediatamente atrás dela. Quando olhei para nosso quintal fiquei estático como Jackie.
Onde eu havia criado uma pequena horta com alfaces, coentros, cebolinhas, berinjela, pimentões e outros, meu orgulho de realização, parecia que tinha sumido. No lugar da minha hortinha, também vista como oficina de terapia e relaxamento,  restara um monte de restos da hortaliças, buracos e terras espalhadas por todo lado. Não era nem possível identificar sequer uma alface.
Depois de alguns segundos de paralisia total, olhei na direção dos cachorros que estavam parados, lado a lado, sentadinhos com uma carinha que dizia: "Olha que lindo que eu fiz", enquanto balançava freneticamente os rabinhos.
Delinha, agora apelidada de Taz (referencia ao personagem demônio da Tasmânia da Disney, que destruía tudo por onde passava), ainda trazia no focinho e corpo, terra e pedaço de folhagem.
Parecia que um tornado gigantesco passara por ali, não sobrou nada.
O que fazer?
Descemos do muro, pegamos vassoura e pá e fomos limpar aquela bagunça toda, enquanto meu irmão olhava de seu lado o temendo estrago, enquanto Jackie só repetia: Mas Delinha...
É claro que Twoo o Taz 2, aproveitou a farra da cadelinha e fez sua parte, mas sabemos de onde surgiu a ideia desse estrago. Delinha, a cadela tatu que nos adotou.


Ressumindo, parei com isso. Agora só horta em vaso e sobre cavaletes.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar. Seu comentário e opiniões são muito importante para melhorar o blog.Se não quiser deixar... Fazer o que...