sábado, 1 de março de 2014

Quebra queixo, pururuca e o algodão doce.

Muitas coisas que no meu tempo de criança se perderam, mas a lembrança do Quebra Queixo me dá uma saudade...
Bastava sair à rua, que tudo acontecia. A molecada aproveitando o finalzinho das férias, mesmo com o calor que parecia insuportável e que, comparando com hoje, faz me pensar que era até fraco.
Logo cedo, íamos do campinho de jogar bola, pra frente da fábrica jogar bola de gude ou mesmo soltar pipa no morro da escola. Não havia fim na lista de brincadeira e jogos. As férias eram tudo de bom.
Mas naquela época havia também, sons que nos despertavam e atraiam nossa atenção, muitas vezes nos fazendo largar tudo, qualquer brincadeira e correr em sua direção. Um deles era meu preferido, o famoso Quebra Queixo.
Quando ouvia seu som, largava tudo, corria para casa pedir uns trocados para minha mãe e voltava na mesma velocidade, para comprar um pedaço daquela delícia. Pedaço sim... O homem os vendia em uma forma com o doce inteiriço, e com uma espátula tirava um pequeno pedaço, servido de um pequeno papel para ampará-lo. Então era momento de sentar na guia, ou sarjeta como queiram, e apreciar aquela delícia.
Hum... Ainda sinto o gostinho do cocô com açúcar. 
Essa a base daquele saboroso doce. Doce que levava esse nome de "quebra queixo", por que era um tanto duro, devido à composição do coco e açúcar. Virava um concreto, mas era muito bom. Era mordê-lo e esticar aquele fio de caramelo. Demais...
O homem era um nordestino que usava um pedaço de madeira com um ferro preso a ele em arco. Quando movimentava de um lado a outro, o ferro batia na madeira sem parar. Parecia uma matraca e tinha um efeito imediato.
Já a pururuca, nem faço a ideia do que era feito. Lembrava o couro de porco bem tostado com um sabor e cheiro muito marcante. Esse era comprar e ir comer em casa, senão já era. Era um tal de "Me dá um teco" daqui e dali, que eu ficava sem ele rapidinho. Esse era vendido por uma senhora que andava com um avental amarrado a cintura, com um cesto enorme na cabeça.
Mas acho que o mais disputado era o algodão doce. Esse tinha o poder de acabar com toda e qualquer brincadeira, mesmo. 
Era escutar aquela buzina, o saudoso "fon, fon", e todos ficávamos malucos. Era uma correria só.
O Tiozinho do Algodão, assim era tratado o vendedor, era um velhinho simpático que carregava um isopor, com dezenas de algodão doce dependurado. Lembro-me que era uma placa de isopor branco, já bem amarelado pelo sol, tendo nela espetados os algodões, sempre brancos, dentro de sacos transparente e fixados num espeto. Algumas vezes vinha com uma máscara de papel ou uma bexiga, colados na embalagem.
Se eles tinham controle de produção, selo de algum órgão de saúde, classificação de nutrientes ou de suas composições. É claro que não.
Mas nunca soube de algum caso de um moleque passar mal por comê-los.
Opa! Um som familiar na rua...
Droga... Era apenas o meu cachorro Twoo, arrastando uma lata.

Que saudade me deu agora...






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