Pelo título, não espere mais um conto de animais ou bichos, este é
sobre mais uma partida do Sapão da Vila.
Aliás, tenho que começar da forma certa.
Às 8:30 de uma linda manhã de domingo,
enquanto ainda espantava a preguiça, fui surpreendido por uma invasão a Vila
São João (chamada também de Vila Garcia). Era uma bagunça e barulho, como ainda
não tinha visto ainda aqui na Vila. Imaginei, hoje tem jogo do Sapão. Acertei
em partes, realmente teríamos jogo aqui no Beira Brejo. Para quem não entendeu,
é como chamo o campo do todo poderoso Sapão.
Eram muitos carros e acredito que até
ônibus, o barulho foi absurdo. Buzinaço, gritaria, fogos, batuques, chavões e
cantigas gritados a todo pulmão. Era o Leão do Parque Meia Lua, invadindo a
Vila. Era dia de final.
Sempre fiquei impressionado com a animação
do Sapão, nunca tinha visto nada igual nos bairros que morei, nem mesmo no
saudoso time do Humaitá, da minha terra natal. O que o Leão estava fazendo na
Vila, superou tudo o que eu já tinha visto com o Sapão e que me deixara com uma
simpatia enorme pelo time do Sapão da Vila. Era uma manifestação incrível.
Eles pareciam que eram a torcida local,
tanto pela presença numerosa, como pela animação fantástica. Tive que sair para
ver isso de perto.
Como não podia ser diferente, meu corajoso
amigo canino, o Twoo, a essa altura já estava escondido debaixo da minha cama,
com medo dos fogos.
Das 8:30 até as 10 horas, este último o
horário do início da partida, foi uma festança enorme e então começou o jogo. A
barulhenta e festiva torcida do Sapão, parecia ter ficado em casa. Não se ouvia
uma manifestação a favor do time da Vila. Já sabedor da rivalidade entres as
equipes e da fragilidade da segurança nos jogos dessas equipes, e como moro
praticamente colado ao Beira Brejo, achei melhor ficar em casa e apreciar o
jogo mais tranquilo, apenas escutando seu andamento.
O Leão veio para arrebentar mesmo, só dou
eles no primeiro tempo. O placar nem deu para imaginar, eles não paravam um
minuto de vibrar, mas pela alegria e a cantoria saíram na frente. Quase no
mesmo momento se encontraram em frente ao meu portão dois rapazes e um
perguntou ao outro,
"Quanto está o jogo?". A
resposta veio me confirmar, 1 x 0 pro Leão.
O segundo tempo começou com a cantoria
"Ole, ole, ole, olá viemos aqui para golear", parecia que o calado
Sapão, não teria a vida fácil nesse domingo e a essa altura, eu já pensava em
ir para debaixo da cama com o Twoo. Estava angustiado de ouvir a torcida do
Leão, calando a do time da Vila. Que nervoso.
Acho que o técnico do Sapão deve ter dado
um esfrega no time, pois logo escutei o que seria o gol de empate. Com uma
comemoração um tanto tímida e poucos fogos, o Sapão entrou na disputa novamente
e o que parecia uma pressão sem fim do Leão, de repente mudou e pela primeira vez
ouvi, ainda que fraco, a torcida gritar chegou o "Todo poderoso
Sapão".
Desse momento em diante só deu Sapão,
viraram o jogo e fizeram mais um. Toda aquela tremenda e diria até,
insuportável alegria do Leão, deu lugar a um silêncio maior ainda.
Acabou o jogo e novamente deu Sapão.
Muito bonito de se ver (melhor seria dizer
ouvir, afinal a essa altura eu já estava de boa relaxado na cadeira no meu
quintal) a comemoração e a entrega do caneco ao Sapão da Vila.
Quanto ao Leão... Miau pra
eles...
"Ô, ô, ô, ô, TODO PODEROSO SAPO, Ô,
ô, ô, ô, TODO PODEROSO SAPO... "
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