sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O mundo dos livros


Por volta do ano de 1978, adquiri um vício que me acompanha até hoje, mas não quero e nem conseguiria parar com ele. Ler livros.
Naquela época passei por quatro anos realizando algumas cirurgias de correções e passei a maior parte da adolescência, engessado ou impossibilitado de me locomover, restava-me ver tv ou ler, optei pelo segundo, pois era mais instigante e menos enjoativo.
Colegas me traziam livros e pilhas se formaram em minha cabeceira, livros de diversos autores e temas, então, comecei a devorá-los.
Li quase completa a saga de Perry Rhodan, herói de ficção espacial dos anos 70, na época com cerca de 150 livros publicados, clássicos como: Olhai os lírios dos campos e o Guarani, biografias e por ai vai.
Dai pra frente não parei mais.
A média de livros lida por ano pelo brasileiro, é muito pequena, alguns índices falam em 1,2 livro/ano outros até menos. Comparados com outros países, num ranking, não chegamos nem entre os 30 primeiros. Preocupante.
Entendo que há alguns fatores que nos empurram pra o sentido contrário a da leitura, como a grande oferta variada na tv, internet e games. Mas acredito que nossa educação também tem parte na conta desse desinteresse ao livro.
Tenho quatro filhos e acompanhando sua educação de perto, nunca os vi lendo livros para avaliações, talvez um, pois com certeza o leria também. Lembro-me quando no antigo ginásio, 5a à 8ª série, cada bimestre líamos um livro para avaliação, como era boa a série Vagalume, com romances, aventuras e mistério.
Foi nessa época que li um livro que carrego comigo até hoje e já recomendei e emprestei diversas vezes, Fernão Capelo Gaivota, muito bom.
Doei umas dezenas de livros à biblioteca do núcleo de educação ambiental da empresa que trabalho, e lá pude ver como estamos abandonando a leitura completamente.
Quando ia retirar mais um livro para me distrair, reparei que no livro de retirada só havia num período de dois meses apenas a minha assinatura e de mais dois colegas, numa biblioteca que tinha uma fartura de temas e variedades entre livros, revistas, gibis e outros.
Fico pensando, como ficarão os jovens quando estiverem na meia idade e perceberem que a visão começa a dificultar a leitura e então descobrirem, O pequeno Príncipe, Dom Quixote, Mobi Dick ou um livro mais atual O Caçador de pipas.
Com certeza já terão assistido em filme, provavelmente até em 3D, mas terão perdidos os detalhes, que os filmes nunca colocam a oportunidade de estar ao lado do personagem ou no local em que se encontram, os filmes são resumidos, consolidados e rápidos, não há tempo para ser absorvido e vivido momento a momento o enredo.
Com certeza esses não leitores apenas terão uma vaga idéia do herói ou da história que deu vida a ele.

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