sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Susto no laboratório

Maninho é um cara de quase dois metros de altura e forte feito um touro, mas no quesito coragem... Bem, o que importa é que o "cara" é valente demais.
Vendi um ótimo equipamento telefônico a uma empresa em Mauá/SP e tinha que instalá-lo o mais rápido possível. Mesmo contando com uma boa equipe de trabalho na época precisei de reforços, então chamei dois caras bons demais, Maninho e Mano véio.
Depois que minha equipe foi embora, após um dia difícil e desgastante de trabalho , chegou a dupla suplente, pronta pra me auxiliar. Já passava das 18:00 e todos os funcionários saiam da empresa para o merecido descanso, quando Maninho apareceu na recepção com uma mala de ferramentas, enquanto Mano véio estacionava o carro. Mais trinta minutos e estávamos sós, naquela enormidade de indústria, conosco apenas os seguranças da empresa. Começamos o trabalho.
Enquanto eu ficava na recepção próximo ao laboratório, Maninho e Mano véio iam de ramal a ramal para testarmos a chamada e recepção de ligações e foi assim a noite toda.
Depois de algumas horas fazendo os testes em toda parte da produção, iniciamos o pavimento superior, onde ficavam os ramais do administrativo e assim faltaria apenas a parte inferior onde eu estava. Nesta área havia algumas salas e o laboratório, ali os testes seriam rápidos e poderíamos ir embora para o nosso também merecido descanso.
Terminado a parte superior, os Manos desceram e os encaminhei ao próximo setor. Mano véio ficou com as salas laterais e Maninho com o laboratório.
Combinamos iniciar os testes com os ramais das salas laterais, seria mais lógico pela disposição do local e assim, livraria Mano véio primeiro, que então começaria a recolher e guardar nossas ferramentas. Enquanto isso iniciaria os testes com os ramais do laboratório com Maninho.
O teste era bem simples. Da recepção simulava uma chamada recebida para o ramal onde meus auxiliares estavam e transferia, eles atendiam e transferiam pra outro ramal, este por sua vez não atendia a chamada e então a ligação retornava a eles, que também me devolviam. Depois, eles simulavam fazer uma chamada do ramal e transferiam para mim.
Mano véio foi ágil e terminamos rápido as salas laterais, estávamos todos esgotados e já se passavam das 24:00, estávamos loucos pra ir pra casa. Faltava apenas o laboratório.
Como não conseguimos acender as luzes do laboratório deixei a porta de acesso aberta, assim entraria a claridade da recepção no ambiente e lá foi Maninho pra última etapa do serviço.
Provavelmente já devem ter visto um laboratório em filmes, cheio de tubos de ensaio e espirais de vidros, com líquidos coloridos, todos dispostos em várias bancadas paralelas e bem longas. Ali devia trabalhar uma equipe bem grande. Na lateral direita da sala paralelo com as bancadas ficava a sala do coordenador do laboratório. Era uma sala retangular, feita com paredes de divisória até a altura de um metro e completada até o teto com vidro, própria para de dentro dela o chefe ver o pessoal trabalhando. Os colegas a chamava de aquário.
Pois bem, assim que Mano véio terminou de guardar tudo, se aproximou e perguntou do Maninho, disse-lhe que faltava apenas passar o ramal do aquário e íamos embora. Mano véio sorrindo disse que ia até lá.
Eu estava falando com Maninho, fazendo os últimos testes quando ouvi um grito pelo telefone...
- Ai meu Deus! Sai em nome de Jesus!
Imediatamente compreendi, Mano véio dera um baita susto em Maninho.
Ele chegou agachado no laboratório escuro e junto à divisória do aquário levantou-se com os braços estendidos, sem fazer qualquer barulho, apenas levantou-se e deu o maior susto em Maninho, que já fora pra lá com certo receio devido à escuridão. Maninho deu aquele grito enorme, esquecendo-se que eu estava do outro lado da ligação ouvindo tudo.
Quando chegaram os dois manos na recepção, Maninho bravo demais e Mano véio rindo sem parar. Eles me encontraram sentado no chão, quase me molhando todo de tanto rir. Vermelho e sem folego, com as lágrimas rolando soltas pelo rosto.
Ria tanto que chorava, enquanto pressionava a barriga com as mãos para não soltar mais nada de líquido de tanto rir.
Quando me viram assim não resistiram e caíram na gargalhada também. Maninho até desfez a cara brava com Mano véio.
Este sem dúvida foi o dia que mais ri em minha vida.
Coisa de Manos...
Buuuuuu!



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