domingo, 7 de abril de 2013

Do Outro Lado do Muro

Não sabia seu nome
ou como seria.
Loira, ruiva, morena...
Se grande ou pequena.
É uma pena... não te conhecer.
Todos os dias quando me levanto,
e tomo o café no quintal
Meus olhos buscam o muro branco
que como um encanto,
como uma barreira de metal
cresceu nos separando.
Não faz mal...
Eu posso ouvi-la.
Acredito que muitos a escutam,
mas sei, que só eu a ouço.
Entendo cada palavra sua.
Sei quando está contente,
ou se a tristeza te alcançou e...
até seu o silêncio posso ouvir.
Percebo seu partir, seu voltar,
e mal posso esperar te conhecer.
Ao muro que nos isola, peço,
suplico como esmola
a chance de te ver.
Irredutível, a cada dia um tijolo sobe
Sou Freitas
e te encobre, fazendo-a desaparecer.
Mas esse muro vedante,
ainda relutante, teima em não permitir eu saber,
se hoje está formosa,
com fita no cabelo, de vestido rosa.
De modo algum, ele me permite ver.
Ah! Mas eu sou teimoso...
E eu te juro.
Qualquer dia desses, minha amiguinha,
darei o maior salto do mundo
e estarei num segundo... 
do outro lado do muro.
Pra te conhecer.



Um comentário:

  1. Compartilho com vc, essa curiosidade.Senti-la , ouvi-la, saber que ela está lá. Mas, será se , mesmo que pulemos o muro para conhece-la, em seu mundinho, ela nos conhecerá?

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