sábado, 19 de outubro de 2013

Numa noite escura e fria.

A noite estava bem escura naquele dia, não havia lua. Devia ser por volta da uma da manhã quando eu regressava pra casa. O dia fora muito difícil e terminava por ali, comigo voltando pra casa depois da faculdade.
Tinha um vento forte e gelado soprando quando desci do ônibus. Junto comigo, apenas mais três pessoas havia ali. 
Não era normal o ônibus estar vazio naquele horário, está certo que estávamos pelo menos 45 minutos atrasados, devido a um acidente no centro. Levaram pelo menos trinta minutos para desobstruir a rua e nos dar passagem.
No nosso caminho, até o afastado bairro onde moro, passamos pelo cemitério municipal e percebi um homem de terno e chapéu branco,  encostado no muro. Como eu estou sempre lendo no ônibus, apenas o vi de relance e continuei a leitura.
O caminho que fazemos é parecido com uma serra e tem iluminação parcial em todo percurso, a visibilidade é nula, apenas escuridão, mas enfim chegamos no bairro.
Desci e me pus a caminhar rapidamente. São quatro quadras da praça onde desço até a minha casa. Mal comecei a andar naquela rua deserta, quando senti a presença de alguém no caminho. Parei e virei-me para trás e lá, do outro lado da praça, vi o homem de terno branco. Ele vinha caminhando mais devagar, atravessando a rua e direcionando-se a quadra que eu estava. 
Lembrei-me de tê-lo visto em frente ao cemitério, no centro, seria o mesmo?
Não pensei duas vezes e acelerei os passos rumo a minha casa.
Não tive coragem de olhar para trás novamente. Enquanto andava procurava escutar algo naquela madrugada silenciosa, mas quando cheguei a segunda quadra, mas um fato interessante aconteceu.
Ao passar pela primeira casa, a luz que iluminava aquele trecho, simplesmente apagou-se. Assustei-me, parei e olhei para a luminária pública apagada. Voltei a apertar o passo.
Venci a segunda quadra rapidamente, mas quando cheguei a terceira, aconteceu outra vez. A luminária dessa quadra também apagou-se. 
Parei outra vez. Lentamente virei-me para trás. Não sei o que procurava, mas não havia ninguém por ali.
Veio em minha mente, aqueles filmes onde o cara vira-se novamente para seu caminho e leva aquele susto. Acelerou meu coração e então virei bruscamente, preparado para o susto. Novamente não havia nada no caminho.
Sei que correr, comigo é forçar muito, mas acho que comecei a voar...
Faltando apenas três casas para chegar, procurei minhas chaves em meus bolsos, para adiantar a abertura do cadeado no portão. Achei-as, mas quando fui puxá-las, caíram no chão. Sem iluminação no local levei alguns segundos para recuperá-las. 
Pensando que alguém poderia aproveitar  desse momento e me surpreender, mal peguei as chaves e voltei a caminhar sem olhar para trás, mas com a impressão que os passos que vinham distante, se aproximavam rapidamente de mim.
Cheguei em casa. 
Quando coloquei a chave no cadeado para abri-lo, veio aquela pancada forte no portão. Quase tive um enfarte causado pelo susto, era Twoo que como sempre, veio me recepcionar. Provavelmente minha mãe quando veio alimentá-lo, esqueceu-se de deixar as luzes acessas. Tudo era escuridão.
Abri rapidamente o portão e entrei. Enfim em casa, são e salvo.
Então vocês me perguntam...
O homem de branco?
Bem...
Sei lá... Talvez uma coincidência.
É lógico... Para quem acredita em coincidências.
Eu não.

Um comentário:

  1. Credo!! Acho que essas coincidências acontecem muito com vc.

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