Adoro crianças, são autenticas e imprevisíveis...
Manu, do alto de seus três aninhos é uma garotinha muito esperta e rápida. E eu, um cara que não sabe comprar nem coisas pra si mesmo. Entramos numa saia justa tremenda neste Natal.
Em umas das visitas que recebi dos pais de Manu, captei a mensagem de qual seria seu presente predileto para esse Natal. Minha intuição nem precisou atuar. Pela primeira vez comprei um presente pra alguém na maior segurança. Uma boneca Barbie com vestidinho rosa. Quer coisa mais simples, comum e que agrada qualquer menina?
Chegou a noite de Natal e lá fui eu passar com os amigos e com a boneca de Manu, num caixa embrulhada com motivos de Natal bem infantil e feminina, orientação da excelente e atenciosa balconista que sacou, no ato, que era um presente especial.
Muita alegria na chegada, com abraços, beijos e carinhos de todos, principalmente de Manu. Estava com um lindo vestidinho verde água, com detalhes em vermelho. Uma bonequinha... Sorri ao pensar no rostinho dela, radiante, quando abrisse meu presente. Acho que estava mais ansioso que ela.
Brincamos muito, ela estava elétrica e só falava no Papai Noel... Às vezes a pegava no colo e ia até lá fora ver o pisca-pisca na fachada casa. Ela adora as cores se alternando. Então chegou a hora da entrega dos presentes e lá vamos nós, logicamente ela saltou do colo e correu a minha frente.
Começamos por ela, já que logo estaria com sono e apagaria no colo de alguém.
Esperta como ela só, olhou-me, pegou meu presente e foi até mim... - Tchu tchu... Traduzindo... Titio. Confirmei com um balançar da cabeça e ela começou a abrir o presente, falando... - Papato Patati. Papato Patati. Não entendi nada. Quando terminou de abrir o presente, olhou pra bonequinha, olhou pra mim e séria disse:
- Não é Papato Patati. Largou de lado a boneca e foi ao próximo presente.
Onde errei? Papato Patati? Não entendi nada.
Sua mãe, percebendo minha decepção, aproximou-se disfarçadamente e agradeceu pela linda boneca afirmando que Manu era assim mesmo, uma hora quer e outra não liga mais.
Perguntei o que seria o Papato Patati e fiquei sabendo que era uma sandalhinha plástica de uma dupla de palhaços da TV. Palhaços da TV... Como não pensei nisso? As crianças os adoram. Sempre as vejo assistindo e cantando suas canções. Que furo dei com Manu.
Levantei bem cedo, no dia 26 e parti para o centro. Não podia decepcionar Manu. Fui à busca do tal Papato Patati. Depois de horas em busca da sandália, achei-a. Parecia que todo mundo pensara em dar à famosa sandália as crianças, menos eu. Enfim a comprei e sai da loja todo orgulhoso com o Papato Patati na mão, como se fosse um troféu.
Fui direto a casa de Manu, que me recebeu com aquele sorriso de sempre e um abraço apertado. De imediato lhe entreguei o presente. Seus pais e meus amigos me olhavam como se reprovando da correria que fiz só por causa de uma sandalhinha e que não era necessário. Mas eu sabia que era importante pra Manu.
Ela foi logo abrindo o presente e quando chegou à caixa das sandálias, olhou-me e disse:
- Não é muneca. Largou as sandálias no chão e saiu correndo a brincar.
Eu e seus pais nos olhamos ainda em silêncio e não deu outra, caímos na risada... Essa é Manu.
E tem gente que ainda não gosta... Crianças são incríveis
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