O lençol I –
Mui amigo
28/02/2013
Um amigo acabara de comprar sua casa nova e andava sem grana
para montá-la. Num bate-papo informal, na hora do café, as meninas do
escritório resolveram fazer uma surpresa. Combinaram de fazer uma visita ao seu
novo lar e levar alguns presentes para ajudá-lo — claro, sem que ele soubesse
das nossas "lembranças".
Foi então que nasceu a ideia do "Amigo Solidário".
Listamos uma série de coisas que ele poderia precisar e cada colega sorteou o
que levaria. Eu tirei um jogo de lençol.
Bem, imaginei que não haveria problemas. No dia seguinte,
depois do expediente, fui às compras.
Cinco minutos. É o que um homem leva para comprar tudo — e
ainda sobra tempo para uma cervejinha. Entrei numa loja, olhei rapidamente os
jogos de cama e li na embalagem, muito bonita por sinal: cor: amarelo com
estampas vermelhas. Ideal para ele. Simples, prático e rápido. Amarelo é
neutro, pensei. Melhor, impossível.
No horário combinado, estávamos todos lá. Realmente foi uma
surpresa e tanto. Encontramos o amigo com o irmão da noiva, arrumando os
móveis. Fomos entrando, chegando, sem cerimônia. Ele, que não esperava ninguém,
ficou sem saber se ria ou chorava. Mas as meninas pensaram em tudo: cada uma
trouxe algo para comer e beber, e logo a festa começou.
Chegou a hora da entrega dos presentes.
Até que chegou a minha vez... Poderia simplesmente ter
entregado o pacote. Mas não. Resolvi fazer um discurso:
— Ao meu amigo, um presente para você descansar o corpo
depois de um longo dia de trabalho.
Pronto. Começaram as risadas e as primeiras piadinhas. Mas,
enfim, ele abriu o presente.
Quando viu a embalagem bonita, o coro começou: "Abre,
abre, abre!" Foi então que a coisa desandou.
O lençol era realmente amarelo... mas cheio de delicadas
rosas vermelhas. As gozações pipocaram:
— Humm... Que estampa sugestiva... Sei não, hein?
Meu colega me lançou um olhar suspeito. Eu sorri, amarelo —
mais amarelo que o lençol. Mas calma, ainda não era tudo.
Quando ele tirou o conjunto da caixa, o forro, aquele com
elástico, imaginem... era rosa!
Só consegui ouvir o clássico
"xiiiiiiiiiiiiiiiiii". Eu, já meio sem graça e tomando minha
cervejinha, engasguei e comecei a tossir...
As gozações recomeçaram, ainda mais altas. E, para coroar, o
irmão da noiva, rindo até quase cair, soltou:
— Ui! Minha irmãzinha dançou!
E eu? Que culpa tenho eu? Na embalagem estava escrito amarelo!
Tudo bem, talvez eu devesse ter lido a embalagem com mais
atenção. Ou consultado uma vendedora. Mas não tem nada de errado, ora, um homem
usar um lençol rosa! Preconceito isso.
O duro agora é aguentar a zoação diária na empresa.
Caracas! Foi mal.
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