quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O lençol I - Mui Amigo

O lençol I – Mui amigo

28/02/2013

 

Um amigo acabara de comprar sua casa nova e andava sem grana para montá-la. Num bate-papo informal, na hora do café, as meninas do escritório resolveram fazer uma surpresa. Combinaram de fazer uma visita ao seu novo lar e levar alguns presentes para ajudá-lo — claro, sem que ele soubesse das nossas "lembranças".

Foi então que nasceu a ideia do "Amigo Solidário". Listamos uma série de coisas que ele poderia precisar e cada colega sorteou o que levaria. Eu tirei um jogo de lençol.

Bem, imaginei que não haveria problemas. No dia seguinte, depois do expediente, fui às compras.

Cinco minutos. É o que um homem leva para comprar tudo — e ainda sobra tempo para uma cervejinha. Entrei numa loja, olhei rapidamente os jogos de cama e li na embalagem, muito bonita por sinal: cor: amarelo com estampas vermelhas. Ideal para ele. Simples, prático e rápido. Amarelo é neutro, pensei. Melhor, impossível.

No horário combinado, estávamos todos lá. Realmente foi uma surpresa e tanto. Encontramos o amigo com o irmão da noiva, arrumando os móveis. Fomos entrando, chegando, sem cerimônia. Ele, que não esperava ninguém, ficou sem saber se ria ou chorava. Mas as meninas pensaram em tudo: cada uma trouxe algo para comer e beber, e logo a festa começou.

Chegou a hora da entrega dos presentes.

Até que chegou a minha vez... Poderia simplesmente ter entregado o pacote. Mas não. Resolvi fazer um discurso:

— Ao meu amigo, um presente para você descansar o corpo depois de um longo dia de trabalho.

Pronto. Começaram as risadas e as primeiras piadinhas. Mas, enfim, ele abriu o presente.

Quando viu a embalagem bonita, o coro começou: "Abre, abre, abre!" Foi então que a coisa desandou.

O lençol era realmente amarelo... mas cheio de delicadas rosas vermelhas. As gozações pipocaram:

— Humm... Que estampa sugestiva... Sei não, hein?

Meu colega me lançou um olhar suspeito. Eu sorri, amarelo — mais amarelo que o lençol. Mas calma, ainda não era tudo.

Quando ele tirou o conjunto da caixa, o forro, aquele com elástico, imaginem... era rosa!

Só consegui ouvir o clássico "xiiiiiiiiiiiiiiiiii". Eu, já meio sem graça e tomando minha cervejinha, engasguei e comecei a tossir...

As gozações recomeçaram, ainda mais altas. E, para coroar, o irmão da noiva, rindo até quase cair, soltou:

— Ui! Minha irmãzinha dançou!

E eu? Que culpa tenho eu? Na embalagem estava escrito amarelo!

Tudo bem, talvez eu devesse ter lido a embalagem com mais atenção. Ou consultado uma vendedora. Mas não tem nada de errado, ora, um homem usar um lençol rosa! Preconceito isso.

O duro agora é aguentar a zoação diária na empresa.

Caracas! Foi mal.

 

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