Não sou muito adepto a fogos de artifícios. Eles são muito bonitos
e fantásticos, mas, sua beleza é proporcional ao perigo que causam.
Esse ano, eu contrariei os demais, quanto
a comemoração do Natal e Ano Novo. Por um pequeno probleminha, mais uma vez no
meu dedão do pé esquerdo, preferi ficar em casa para me poupar de futuras
dores.
O Natal eu passei tranquilo com meu
filhote canino. Em casa apenas eu e ele. Até tentei fotografá-lo com um gorro
de Natal, mas depois de várias tentativas, desisti. É claro, não antes de
correr por 10 minutos pelo quintal, atrás desse cachorro levado para
recuperá-lo.
Se não foi "aquele" Natal,
também não foi de todo ruim.
Já no Ano Novo, estava na duvida de sair
ou não, até que outra topada com o mesmo dedo que há alguns meses atrás
trinquei, fez-me decidir ficar em casa e novamente passar sozinho, quer dizer,
com o Twoo.
Tudo seguia tranquilo, preparei uma torta
de palmito e coloquei a vodca no congelador.
Aproveitei para colocar em dia os
cumprimentos e felicitações de Ano novo na internet. Enquanto isso, Twoo ficava
deitado próximo à porta me observando.
Um aparte... É muito legal ver as
mensagens dos amigos, só coisas positivas, mensagens de paz, amor e
prosperidade. Seria bom ver isso o ano todo, ver as pessoas felizes, animadas e
confiantes.
Voltando...
A torta ficou pronta e lanchamos eu e meu
parceiro filhote. Como a noite estava muito agradável resolvi colocar a cadeira
na área de serviço e ficar observando a noite. Fiquei assim até as 23h00, então
resolvi entrar e assistir TV até que chegasse o Novo Ano, despedi-me de
Twoo e entrei.
Quando chegou à meia noite e os fogos
começaram a estourar, percebi que Twoo estava quieto, contrariando minha
expectativa, não se assustou com os fogos. Abri a porta e saí... Quer dizer
tentei sair, mas fui atropelado pelo meu cachorro. Ele passou literalmente por
cima de mim.
O coitado estava tão apavorado que nem
conseguia latir. Levantei-me e o chamei para ver como estava, mas ele não veio
e não respondeu como normalmente fazia, com aquele latido forte. Entrei para
vê-lo, não estava na cozinha, nem na sala, olhei dentro do banheiro, vazio,
sobrou apenas o quarto. Também não estava lá, estranho. Olhei debaixo da cama e
nada, atrás da árvore de Natal e nada do cachorro.
Eu sabia que ele estava dentro de casa,
afinal me atropelou entrando, mas cadê esse cachorro. Então escutei um barulho
no banheiro. Fui lá e o encontrei atrás da porta, encolhido.
Que dó, que dó, que dó.
Aproximei-me e o chamei, mas assim que o
segurei pela coleira, ele saiu em disparada novamente e lá fui eu para chão
outra vez. Acho que nunca cai tanto na minha, como depois que ele cresceu.
Saiu para o quintal e disparou latir no
portão, acho que dizendo para pararem com aquele barulho.
Bem, como estava de acordo com ele, sentei
na mureta da varanda e fiquei ali solidário.
Apesar da beleza dos fogos no céu.
Feliz Ano Novo, Twoo.
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