domingo, 19 de janeiro de 2014

Vai que chove!

Todo mundo tem amigos esquisitos, não sou diferente.
Já contei algumas presepadas que aconteceram comigo e também com meus amigos, mesmo que anônimos e nisso incluí meus brothers.
Bem, mas tenho alguns amigos que são "hors concours", únicos.
De dezembro para frente, é época de muito calor e numa proporção menor, chuvas. Menor, mas com uma força descomunal, que todo ano deixa um rastro de tragédias.
Jairo, ou Pedro, ou Zé, não importa o nome, ele é meu amigo e estava preocupado com as chuvas fortes que estavam caindo, mas principalmente com os raios e relâmpagos que as antecediam. Tinha pavor de tudo isso, então, fazia o possível para não sair em dias assim, ou, como tudo acontecia geralmente do meio para o final da tarde, evitava sair nesses horários.
Havíamos combinado de sair no sábado, antes do final do ano, para comemorarmos mas esse ano que deixaríamos para trás, nos encontraríamos no centro da cidade, para tomar chopp, relaxar e conversar. Além de Jairo, mais alguns amigos participariam, Toshibinha (colega de trabalho), Laranjinha (colega do bairro), mano véio, meu filhote e um sobrinho. Aos poucos foram chegando um a um, eram apresentados aos que não conheciam, enquanto a torre de chopp era colocada na mesa.
A conversa ia solta quando Jairo chegou e todos o olharam estranhamente. O cara trazia um boné enorme na cabeça, um guarda-chuva, daqueles que mais parecem guarda-sol de praia ou uma tenda de circo, blusa e uma mochila. Ninguém entendeu nada.
Foi só Jairo sentar e cumprimentar o pessoal começou a gozação.
- Jairinho, fala sério! Com um sol maravilhoso desse e você todo equipado assim...
- Tá maluco cara, que guarda-chuva é esse? É familiar, para carregar toda sua família de uma só vez?
A gozação comia solta, mas ele nem ligava. Jairo era a bola vez nas gozações.
Depois da terceira ou quarta troca de nossa torre de chopp, algumas porções e muitas conversas, aproximei-me de Jairo e perguntei:
- Jairinho, pode contar pra mim, porque vei assim véio, a metereologia disse que chuva agora só depois do Ano Novo. Faz pelo menos uma semana que não chove, e olhe só que sol lindo lá fora. Sei que você tem lá seus medos, mas acho que tá exagerando. Isso parece uma arma de tão grande.
- Sei não Berin, vai que chove?
- Vai Berin, deixe Jairinho de lado com o circo dele. Vamos comemorar mais um ano bom pra todos nós e que a chuva do Jairinho seja menor do que a quantidade de chopp na mesa. Saúde!
É claro que todos deram risadas de Jairo e acompanharam o brinde. Não choveria.
Quando deu a hora de irmos embora, quem não bebeu chopp, levaria cada um pra sua casa, o amigo solidário da vez foi Mano véio. Digamos que estávamos quase todos bem, mas Mano véio estava melhor.
Quando pegamos a avenida principal, com todos cantando Barão vermelho acompanhando o som do carro, começou a cair alguns pingos de chuva no para-brisa e de repente desabou uma forte chuva. Todo mundo parou de cantar e nos olhamos.
Não é que choveu! 
Mesmo com um sol maravilhoso de fim de tarde e com uma chuva dessa o único a chegar em casa seco foi Jairo. Está certo que tudo era farra naquela altura e ninguém se incomodou de molhar, mas esse Jairinho...Vai vendo.

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