segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Nildinha

 Mais um dia de luta, mais um dia de dor.

Perdi uma prima muito querida e sua perda me faz refletir algumas coisas.

Sua história tinha muito em haver com a da minha mãe, ambas ficaram viúvas muito jovens e começaram a travar uma luta desigual com a vida.

Já ouvi muitas explicações sobre o que nosso "destino" nos reservou, Teorias religiosas, suposições do que virá depois, achismo disso ou daquilo, mas nenhuma conseguiu acalmar minha mente confusa com o tema.

Perdi meu pai muito jovem, amigos queridos na adolescência, referencias que moldaram meu trajeto e minha história, minha mãe de uma forma difícil de crer ou aceitar e, como todos que também perderam alguém estimado, cai, rastejei-me, dei meu mundo como findo e incrivelmente, novamente, me pus de pé.

E eis que me vejo novamente no chão...

Ficam-se, lembranças, saudades, a certeza que nos veríamos muito em breve e a realidade que você não está mais aqui.

"Mas essa vida é passageira, chorar eu sei que é besteira, mas prima amada, não dá pra segurar"

Fique em paz.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

O Natal

 Afinal o que é o Natal?

Para alguns uma data religiosa, ou mesmo uma data santa.

Uns acham que é apenas uma data comercial. Pensam em ser um dia de confraternizar, de se aproximar, de não mentir. Outros que é um dia mágico.

Acho que já vivi todos esses sentimentos e pensamentos, um em cada época de minha vida, mas hoje, ele é só Natal. Sem significado algum, apenas Natal.

Quando criança, ficava maravilhado com as cores e luzes espalhadas pelas casas. Meus pais e parentes ficavam mais radiantes e alegres. Faziam planos de grandes encontros e comemorações. A referência  era a vovó. Todos vinham ao seu encontro e a festa acontecia na sua casa.

Como eu era pequeno, não prestava atenção em nada que me cercava. Correrias, agitações, adultos e crianças. Todos estavam ali, mas não os enxergava, apenas via o Natal. Tios discutindo onde, quando e porque. Pais contando dinheiro para as compras, primos em busca de quem ganharia o melhor presente e eu ali perdido na magia do Natal.

Não tinha renas dançantes, boneco de Noel subindo chaminés, não caia neve e muito menos aparecia grupos cantando lindas canções natalinas.

O meu Natal fechava em árvore enfeitada, pacotes coloridos e alegres sob ela e, aquele clima que nunca soube como definir. Era alegria, magia, sorrisos, cores e luzes. Esse era o meu Natal.

Não me lembro de ficar decepcionado com o que ganhei em algum ano, não me incomodei se quem comprou foi  papai, mamãe, madrinha ou Noel. Apenas queria rasgar aquele lindo papel que cobria o maior dos mistérios do mundo: meu presente.

Assim foi por não sei quanto tempo. Até que um dia percebi que era adolescente e tudo mudou.

Virei adulto e até tentei dar ao meu filho aquele Natal da minha infância, mas tudo mudou e muito.

Hoje meu filho tem filho e o Natal é apenas um feriado para se ter uma ceia juntos. Que pena.


quinta-feira, 28 de março de 2024

Juntando os cacos (literalmente)

Deu... deu por..quanto tempo faz mesmo???

Até comemorei meus 60 anos, mas não foi lá essas coisas e entendam, não foi nada fácil esse hiato forçado.

Meus dedos tagarelas resolveram se calar, e com razão. Foi um tempo onde não se tinha nada a dizer, escrever ou comentar, quer dizer até tinha, mas foi tão pesado que o silêncio falou mais que meus pobres dedos.

Desde novembro de 2023, os acontecimentos não agregaram muito na minha história. É claro que isso falando da minha fase digamos, difícil.

Dia desses, numa conversa com meu novo chefe disse que não tinha nada a comemorar, diante de sua primeira pergunta em minha avaliação pessoal: Como foi seu último ano, pessoalmente? Só então me dei conta que já havia passado mais de um ano do início de toda aquela fase complicada. É claro que respondi: Não foi nada fácil. Não foi mesmo.Nem sei se devo registrar aqui. Seria bom para que algum dia, um de meus filhos lessem, mas provavelmente só traria dor, então deixamos para trás e seguimos firmes e fortes.

Cheguei aos 61 anos e isso tem que ser muito comemorado.

Refletindo sobre isso, pensei em retomar vários projetos, eu e meus dedos tagarelas.

O primeiro é publicar meu livro mais recente, Raspagem, a noite que tudo mudou. Consegui completar toda a história, só falta a capa ser ajustada e grana para publicar,,, detalhes.

Como perdi meu notebook e meu HD, mas um de meus tombos, perdi diversos textos inéditos e alguns livros em andamento. Minha memória está desgastada, mas mesmo assim tentarei recuperar o que for possível.

Outro livro que estava praticamente pronto, Deixa que eu conto, esse só de contos, estava também em fase final, tentarei retomá-lo, quem sabe criando alguma coisa nova para adicionar.

Concurso, talvez me inspire ou aceite algum desafio, mas é pouco improvável.

Por fim, quero retomar a saga de minha família. Cheguei a escrever alguns textos, mas se foram com os fragmentos de meu estraçalhado aparelho, que voou mais de cinco metros, desceu uma escada  de cinco degraus e se desalinhou todo no meio de minha sala. Quebrou-se todinho o coitado que tanto me serviu.

Sem choro nem vela, ou notebook, cheguei em 2024 e tenho muito o que contar, pode contar com isso.

Se leu... Abraços.

domingo, 2 de abril de 2023

6.0... Quem diria...

 Se você está surpreso com uma nova postagem minha, imagine eu...

2022 foi um ano complicado. Problemas mil, desesperos casuais, as paixões ficaram mais intensas, saudades pelas enormes distâncias, quase nada escrevi e perdas difíceis de assimilar. Profissionalmente... Nem sei se foi criado novas palavras para definir. Digamos... ficamos no mesmo.

Bem, sobrevivi a tudo isso e tive que soprar duas velinhas azuis cintilantes que faziam questão de me lembrar os 60 anos. Não que isso me incomode, ao contrário, adorei fazer 60, mas vamos as comemorações.

60 anos não é pra qualquer um, com certeza.

Os mais engraçadinhos disseram: "cê sentou hein", " agora já é da terceira idade", " já posso te chamar de velhinho?". E por aí vai. Nem ligo. Afinal chegar aos 60 é para poucos e sei que eles me adoram.

Enfim, teve bolo, piadas, chapeuzinho e adorei tudo.

Confesso que levei dois duros golpes e que ainda não assimilei completamente. Se não fui a knockdow, foi por pouco. Dobrei os joelhos e quase fui ao chão ( desculpe essa expressão do boxe, mas realmente quase me senti desfalecer), mas estou de pé novamente. Não tão firme, não tão forte, mas estou. Se demorei a escrever sobre os 60 anos, deve-se a isso, porém, ainda estou aqui e pronto pra mais um round.

Gosta de ler? Ainda que seja minhas sandices ... Estou de volta.

Obrigado.

Parabéns para mim, nessa data querida... O resto é só deixar passar o tempo. Santo remédio.


domingo, 2 de outubro de 2022

Eleições 2022

 E chegou as eleições 2022.

Eu sinceramente esperava uma eleição mais "sob controle" ,mas não rolou.

Sabia que estava ali, no fio da navalha, no limite do possível ou quem sabe... que tudo daria certo.

Cheguei cedo na minha seção e votei tranquilo. 

Deputado Federal... Confirma.

Deputado Estadual... Confirma.

Uma pausa para verificar se o conferente da seção que me acompanhava com os olhos, garantia que eu não usaria o celular...

Governador... Confirma.

Senador... Confirma.

Presidente... Fé... Confirma.

Acabou? Será?

Partimos dali. O restante do dia passou de boa. Mamãe veio almoçar comigo, saímos e comemos tranquilos. Ou quase...

Costela perfeita, pirão apimentado delicioso, cerveja super gelada e assim foi, das 13 as 21hs.

Então, quando eu já respirava aliviado que o dia terminaria, que tudo parecia ir bem, veio o desande...

- Quero que fulano ganhe, porque sicrano é ladrão.

Bastou essa frase, não minha, sem significado algum para mim e acabou-se o mundo. Fui largado para trás, simplesmente abandonado, esquecido e ignorado..

Só porque um achava que o outro era melhor. E eu que lute.

É claro que não gostei de ser deixado como segundo plano e que não deixarei assim... Mas, como é horrível o sabor de saber que não valo nada.

Não tenho idade para mais essa. Só me resta...