domingo, 8 de setembro de 2013

Por cinco minutos

Esse sai por dois "reaus"
Por cinco minutos, perdi o ônibus.
Depois de um bom tempo teria novamente que dormir na rodoviária.
É muito desgastante e incomodo, mas fazer o quê? Não tinha outra opção. Ainda bem que estava preparado. Sempre conto com o risco de não conseguir chegar no horário e ter que virar a noite ali na rodoviária.
Apesar do desgaste, fico tranquilo. Por ali há segurança, apesar de não ter conforto algum.
Normalmente como um lanche, que dessa vez havia trago do trabalho, lia algum livro um pouco e por fim, tiro um cochilo. Não é nada bom, porém, também não é o fim do mundo.
depois de lanchar e ler um pouco, lá pelas 24h, chegou o sono. Então debrucei-me sobre minha mochila e cochilei.
Acordei assustado, sem noção do tempo e um pouco desorientado. O relógio digital, de luzes vermelhas, marcavam 2h da madrugada. Olhei para os lados e não havia ninguém. Ninguém mesmo.
Onde estariam os policiais, que sempre estão por aqui?
Não encontrei nem os funcionários da limpeza que sempre circulam o hall, esfregando e encerando o piso. Até a única lanchonete, que atravessa a noite atendendo as poucas pessoas que como eu, dorme por ali, também estava fechada. Tudo muito estranho...
Olhei para os terminais e nenhum ônibus estava partindo ou chegando, nenhum estacionado nas paradas. 
Eu estava só.
Todos, absolutamente todos, haviam sumidos.
Levantei-me ainda sonolento e fui ao guichê de vendas de passagens. Apesar de estarem abertos e com os terminais ligados, mostrando os lugares para venda, não havia ninguém operando.
Chamei por alguém... E nada.
Direcionei-me ao terminal de informações. Olhei por sobre o vidro de atendimento e estava vazio. Senti de repente, uma enorme agonia. Eu estava completamente só na maior rodoviária da região.
Não havia taxistas ou carregadores de bagagens. Nada de vigilante ou de viajantes. Ninguém dormindo pelos bancos, como eu. Não havia mais ninguém por ali.
Comecei a ficar nervoso e chamei novamente por alguém. Apenas o silêncio respondeu.
Fui ao banheiro, entrei em silêncio. Olhei por toda parte e nada de achar alguém. O desespero já começava a tomar conta de mim. Sentia-me sufocado, como se alguém estivesse apertando minha garganta.
Já estava sentado, de olhos fechados, orando em um banco bem escondido, quando senti uma mão em meu ombro. Assustei-me.
Abri meus olhos e o vi.
- Olá meu amigo. Vamos tomar um café?
Era Willian, meu amigo de outra aventura.
Eu estava apenas sonhando e por pouco não perdi a saída do ônibus.
Levantei-me e o cumprimentei. E lá fomos nós tomar um café de dois "reaus".
Quem é bom sempre aparece.
Dessa vez desmaiei de canseira. 
Por mais cinco minutos quase perdi outro ônibus.

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