Desde muito pequeno, sempre acreditei que em alguma hora eu me tornaria um príncipe e acharia minha princesa. Talvez nem precisasse matar um dragão, sumir com uma bruxa, enfrentar numa batalha até a morte ou algum terrível vilão.
Mas acho que, em algum momento, algo deu errado.
Conforme fui crescendo, vi que a tão vida fácil de príncipe, com papai sempre bancando tudo, não ia rolar... Perdi meu pai com 4 anos. No meu sonho em busca da minha princesa, esse foi o primeiro obstáculo e talvez, o que mais senti, durante muitos anos.
Mas naquele tempo não me preocupava com princesas. No máximo era com aquela gatinha que geralmente tinha um guardião feito cão de guarda, que chamava de irmão ou um dragão feroz que chamava de pai. E eu, com minha coragem de um rapaz de 12 anos, sonhando. É claro que o primeiro amor a gente nunca esquece.
Isso, mais do que tudo que envolva um homem e uma mulher ou princesa, é uma verdade. Lá se vão 37 anos e até hoje sei o seu nome e sobrenome. E quem nunca digitou no Google o nome de alguém, só pra ver se encontrava. Apenas pra saber se era possível depois de tanto tempo. Eu não a encontrei.
Passou-se mais algum tempo é lá estava ela. A mesma? É claro que não. Essa era a minha Cinderela. Não aquela do sapatinho de cristal, mas aquela que limpava a casa pra ganhar uns trocos. Limpou-me também de seu caminho.
Mais uns anos e enfim a encontrei.
Não... Não era a primeira, nem a segunda, era outra princesa. E pelos lindos cabelos achei que fosse Rapunzel. Mas não foram somente as tranças que ela deu a outro concorrente... Fiquei sozinho novamente.
Mais alguns anos, eu feito um cavaleiro errante em busca de uma Dulcinéia, achei outra princesa.
Branquinha, meiga, linda... O único problema era que ela já tinha alguns anõezinhos. Eram 4, menos mal. O caçador era um pai pra lá de bravo e que percebeu que a bruxa má, sua mãe, também se encantara por mim...
Nem precisei de um cavalo branco pra sumir dali.
Já estava cansado de procurar minha princesa pelo mundo e já voltava para o aconchego de minha lagoa, quando a vi.
Talvez não fosse tão bondosa, quanto a Cinderela e provavelmente nenhum espelho diria que ela era a mais bela daquele reino, como a Branca de Neve. Muito menos alguém a condenaria a um sono eterno, como a Bela Adormecida, só por ciúmes.
Mas eu sabia, era minha princesa...
Saltei para bem perto dela. Então uma voz grave me falou...
- Sai pra lá! Oh sapo feio.
Eca!!!! Era um homem vestido de mulher.
"Sartei" de banda pra dentro da lagoa...
Tô fora! Prefiro continuar como sapo mesmo.
Princesas...
Vai vendo... Croach!
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar. Seu comentário e opiniões são muito importante para melhorar o blog.Se não quiser deixar... Fazer o que...