Fim de semana. Só tranquilidade...
Assistindo a um programa na TV sobre meditação, relaxamento e yoga, resolvi tentar um dos métodos ensinados.
Como ando muito cansado com a alta demanda no trabalho, parecia uma boa oportunidade para relaxar.
Preparei-me e segui as instruções do professor:
"Relaxe. Fique numa posição confortável e desligue-se de tudo..."
Muito bom, pensei. Respirei fundo e me ajeitei no sofá.
Foi quando começou:
Ouvi um som forte. Era a banda Cachorro Grande — meu toque de celular.
Peguei o telefone: era da prestadora de serviços. Desliguei rapidinho.
Voltei ao exercício:
"Agora que está relaxado, mexa os dedos dos pés e das mãos para senti-los, um a um..."
Humm... perdi uma parte.
Sentei de novo, fechei os olhos e recomecei.
Mas, claro, chegou a filhota caçula.
Parou bem na frente da TV e pediu grana para ir ao cinema.
Levantei-me, peguei a carteira, perguntei quanto era, dei o dinheiro.
— E pra pipoca, pai?
Suspirei. Peguei outra nota e entreguei.
Finalmente, sentei-me novamente.
"Agora que já estão mais relaxados, vamos ao próximo exercício: coloquem os pés na tina..."
Onde?! Tina? Que Tina?
Droga... perdi outra parte. Vamos lá, foco no relaxamento.
Caracas! Chamaram no portão.
E adivinha? Ninguém atende.
Lá fui eu, ainda mexendo com os dedos das mãos e dos pés, até a janela:
— Meu filhote não tá! — gritei.
— Ô, pai... Eu tô aqui no quintal! — ele respondeu.
Incrível. Em casa, ninguém atende ao telefone ou ao portão — só eu.
Respirei fundo e tentei voltar ao exercício:
"Muito bem, agora vocês já devem estar com a tina, sentindo a água até a cintura... Vamos seguir para a 'Paz Superior'..."
Com a Tina? Água até a cintura? Caracas, desse jeito vão me afogar e eu nem percebo!
Respira... Expira... Vamos continuar.
"Agora vamos ao exercício final: a 'Paz do Espírito'. Respirem, expirem... Agora deixem a água sair..."
Fechei os olhos e tentei visualizar.
Imaginei a tal Tina comigo na piscina, de biquíni, água até a cintura.
Respirei, expirei... E, de repente, senti a água querer sair!
Abri os olhos assustado e corri para o banheiro.
Surpresa: o filhote mais velho já estava lá.
Implorei, negociei, ele saiu reclamando, e enfim consegui... Ufa.
Voltei à sala, ainda meio atordoado, tentando terminar o programa.
"Então, estão melhores com os exercícios? Ótimo. Até amanhã!"
Fiquei olhando para a TV, sem entender nada.
Foi quando outra filhota entrou e perguntou:
— Pai, você não olhou o leite?
— Leite? Que leite?
Ela olhou para a TV, viu os créditos do programa e comentou:
— Pare de assistir esses programas de meditação e relaxamento. Você já anda muito desligado.
Olhei para a tela e, então, entendi:
Mostravam uma tina de água... uma bacia!
Não era "a Tina".
Ela tem razão. Preciso me ligar mais.
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