sábado, 24 de novembro de 2012

Relaxando com a Tina

Fim de semana. Só tranquilidade...

Assistindo a um programa na TV sobre meditação, relaxamento e yoga, resolvi tentar um dos métodos ensinados.
Como ando muito cansado com a alta demanda no trabalho, parecia uma boa oportunidade para relaxar.

Preparei-me e segui as instruções do professor:

"Relaxe. Fique numa posição confortável e desligue-se de tudo..."

Muito bom, pensei. Respirei fundo e me ajeitei no sofá.

Foi quando começou:
Ouvi um som forte. Era a banda Cachorro Grande — meu toque de celular.
Peguei o telefone: era da prestadora de serviços. Desliguei rapidinho.

Voltei ao exercício:

"Agora que está relaxado, mexa os dedos dos pés e das mãos para senti-los, um a um..."

Humm... perdi uma parte.
Sentei de novo, fechei os olhos e recomecei.

Mas, claro, chegou a filhota caçula.
Parou bem na frente da TV e pediu grana para ir ao cinema.
Levantei-me, peguei a carteira, perguntei quanto era, dei o dinheiro.

— E pra pipoca, pai?

Suspirei. Peguei outra nota e entreguei.
Finalmente, sentei-me novamente.

"Agora que já estão mais relaxados, vamos ao próximo exercício: coloquem os pés na tina..."

Onde?! Tina? Que Tina?
Droga... perdi outra parte. Vamos lá, foco no relaxamento.

Caracas! Chamaram no portão.
E adivinha? Ninguém atende.

Lá fui eu, ainda mexendo com os dedos das mãos e dos pés, até a janela:

— Meu filhote não tá! — gritei.

— Ô, pai... Eu tô aqui no quintal! — ele respondeu.

Incrível. Em casa, ninguém atende ao telefone ou ao portão — só eu.

Respirei fundo e tentei voltar ao exercício:

"Muito bem, agora vocês já devem estar com a tina, sentindo a água até a cintura... Vamos seguir para a 'Paz Superior'..."

Com a Tina? Água até a cintura? Caracas, desse jeito vão me afogar e eu nem percebo!
Respira... Expira... Vamos continuar.

"Agora vamos ao exercício final: a 'Paz do Espírito'. Respirem, expirem... Agora deixem a água sair..."

Fechei os olhos e tentei visualizar.
Imaginei a tal Tina comigo na piscina, de biquíni, água até a cintura.
Respirei, expirei... E, de repente, senti a água querer sair!

Abri os olhos assustado e corri para o banheiro.
Surpresa: o filhote mais velho já estava lá.

Implorei, negociei, ele saiu reclamando, e enfim consegui... Ufa.

Voltei à sala, ainda meio atordoado, tentando terminar o programa.

"Então, estão melhores com os exercícios? Ótimo. Até amanhã!"

Fiquei olhando para a TV, sem entender nada.

Foi quando outra filhota entrou e perguntou:

— Pai, você não olhou o leite?

— Leite? Que leite?

Ela olhou para a TV, viu os créditos do programa e comentou:

— Pare de assistir esses programas de meditação e relaxamento. Você já anda muito desligado.

Olhei para a tela e, então, entendi:
Mostravam uma tina de água... uma bacia!

Não era "a Tina".

Ela tem razão. Preciso me ligar mais.

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