Domingo, dia de futebol... Que nada, o meu é no sábado mesmo.
Torcer por um time
como meu Santo André não é fácil. Tem que ser apaixonado mesmo.
O nosso time havia
começado o campeonato muito mal, ficou várias rodadas entre os últimos. Mas
depois da troca do treinador, não perdeu mais.
Minha vontade foi
de levantar às cinco da manhã, pegar um ônibus pra rodoviária de
Caçapava, de lá outro para o Terminal Tietê, em São Paulo. Pegaria o metrô até
a estação da Luz, ali, um trem até a estação Brás, um baldeio até a estação
Santo André, mais um ônibus até as proximidades do estádio Celso
Daniel, uma pequena caminhada e pronto. Aí era só comprar os amendoins e soltar
a adrenalina. Mas fiquei por aqui mesmo. Fazer o que...
Como o jogo seria às
dez da manhã, fui correndo ao centro da cidade e voltei mais rápido ainda.
Cinco para as dez, já estava conectado na internet procurando a transmissão.
Parei tudo e o
coração começou a acelerar. Começou o jogo.
Ontem, depois de
um empate e três vitórias no campeonato, enfrentamos o São Carlos, lanterninha
da competição. Seria fácil... Mais três pontinhos e "Pra cima e
Avente!" na classificação.
Lanterninha???
O time de São
Carlos jogou como se fossem o primeiro na tabela e saíram na frente
do marcador. Pronto... Começou o sufoco, o nervosismo apareceu. O pior é que
não tinha um amendoinzinho ou um velhinho, pra reclamar, comentar, xingar o
juiz e assim relaxar.
Opa! Xingar o juiz
não! Ele arrumou um pênalti pra nós, Santo Juiz. Todo mundo, locutor,
comentarista, repórter de campo, torcida adversária, jogadores,
contestaram dizendo que não foi. Não tô nem aí, empatamos. Agora é só virar o
placar.
Ainda antes do intervalo,
aproveitei pra adiantar algumas coisas na casa, afinal alguém teria que arrumar
toda a bagunça da semana e sem tirar os olhos do jogo, liguei pra minha querida.
Deu sorte. Já no final do primeiro tempo saiu mais um gol pra nós... Gooooooool. Gritei, pulando com o celular
na mão, mas ela nem escutou já tinha desligado.
E não é que o
ex-Santo Juiz também arrumou um pênalti pra eles? Acho que no intervalo alguém
lhe falou da besteira que tinha feito e então, compensou. Maledito Juiz.
Sentei-me, fiz
figa, e lembrei Schopenhauer... "Erra, erra, erra, erra, erra..." Ele
acertou. Empataram.
Mas um andreense
não desiste nunca. Abri uma cerveja e peguei uma batatinha.
Ainda tínhamos tempo. Gritei como se estivesse na arquibancada: -
"VAMOS LÁ! PRA CIMA DELES!"
E não é que deu
certo... Marcamos mais um, viramos o jogo novamente. Gooooooooooool.
E lá foi minhas batatinhas por todo lado. Apesar do sufoco
que nos impuseram, nos minutos finais, saímos com mais uma vitória.
Tive que fazer
coro com a torcida via internet...
"O campão
voltou, o campeão voltou..."
Como é bom ser
andreense...
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Por isso deixei de ser corinthiana. Viva o Ramalhão!!!!!!
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