sábado, 2 de março de 2013

O lençol II - Minha Avatar

Acessar o lençol I - Mui amigo

Após contar para minha querida a presepada que fiz ao comprar um lençol errado para um amigo, ela sugeriu que eu comprasse um para nós também.

Ela estava na casa da minha sogra e só voltaria no fim de semana. Como era início da semana, pediu ainda que eu deixasse o lençol de molho para tirar a goma. Queria vê-lo arrumadinho na cama e estreá-lo comigo no sábado. Senti um clima.

Quando ia desligar o celular, ela me chamou rapidamente para dizer algo importante:

— Amor, não compre amarelo, pode ter estampas estranhas... rsrs.

Muito engraçadinha da parte dela. Desliguei o celular ouvindo, ao fundo, suas gargalhadas.

Fui às compras no mesmo dia. Dessa vez, nada poderia dar errado: li e reli a embalagem, pedi ajuda ao vendedor, liguei para ela, e juntos escolhemos a cor. Nada de amarelo, nada de estampa. Ela adorou a minha sugestão: azul. Conferido, pago e levado para casa.

Nem preciso dizer da minha ansiedade para que chegasse o sábado.

Enfim, chegou. E com ele, o meu amor.

Conversamos até tarde. Ela me contou as novidades, falou dos pais, enquanto tomávamos um vinho — para criar um clima e estrear o novo lençol. E lá fomos nós para o quarto.

(Deixemos aqui um pouco de mistério. Só digo que ela adorou o lençol.)

No dia seguinte, levantei-me primeiro e preparei o café. Enquanto lia o jornal, vi que ela acordou, pegou sua toalha branca predileta — aquela que dizia ser "fofa como nuvem" — e foi tomar banho.

Passados uns quinze minutos, escutei do banheiro:

— Meu Deus! O que aconteceu comigo?

Larguei o jornal e prestei atenção.

— Não pode ser! Amor, vem cá, rápido!

Corri até o banheiro.

— Olha só minha toalha! Está toda azulada! Você deixou o lençol de molho para tirar a goma, como te pedi?

Lençol... Goma... Caracas! Esqueci-me. Acho que minha careta me entregou.

Bem, com o estrago feito, o que restava dizer?

— Esqueci, querida... Mas você está ainda mais lindinha, minha Avatar.

Nem preciso dizer a resposta. O bicho pegou.

O problema maior foi quando percebemos que nossos pés e mãos também estavam azulados.

Demorou quase uma semana para a tinta sair da gente.

Nem posso mais brincar com o assunto. Quando chamo minha Avatar de brincadeira, ela se aborrece...

— Tá bom... desculpa. Não é Avatar... é querida.

— Minha Smurfette?

Piada infeliz. Resultado: uma semana de castigo. (Se é que me entendem.)

 


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