quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Querida, cheguei!

Estava em frente, mas do outro lado da rua. Já se passara pelo menos uns 15 minutos...
Escutei um barulho no portão e vi um rapaz sair... É ele, mas não tem problema, saiu mesmo sem vontade atravessou a movimentada avenida, passou por mim, bem ao lado que sai do caminho para não tocá-lo, enquanto sorri de cabeça baixa, vi que não me reconheceu. Normal nunca me viu.
Respiro fundo de novo, como se criando coragem, não preciso a tenho o suficiente para estar ali. Não avisei que chegaria, é claro, assim acontecem às surpresas. Puxei mais a frente à aba do boné, acertei melhor os óculos escuros e fui ao encontro do mesmo portão que o rapaz saiu.
Uma senhora faladeira, saia afobada e nem respondeu ao meu "bom dia", mas deixou-me entrar inconseqüente de quem seria.
Informei-me com uma pessoa qual seria a porta certa, ainda sorrindo me direcionei a ela.
Parei... Novamente respirei.
Levantei o punho e parei...
De repente passou como um filme toda nossa história, as conversas, o charme jogado, as entre linhas escritas, a curiosidade do ver, até uma espera que parecia eterna, olhando para uma escadaria numa terra longe e neutra.
O encontro, o toque, um respiração ofegante...
Mais um respiro... Toc, toc, toc
O ranger de uma porta, parece trazer uma avalanche de sentimentos...
Ela vai se abrindo lentamente, estou pronto pra dizer...
- Querida cheguei!
Então me aparece um homem meio que dormindo ainda e diz.
- O que você quer?
Surpresa!!!
Diante de minha mudez, fecha a porta novamente.
Caracas, era só falar o nome dela e pronto.
Relutante, eu levanto o punho novamente.
Toc, toc, toc.
Uma senhora aparece dessa vez. Olha-me de cima a baixo, olha a mochila que trago nos ombros, me encara e mais uma vez a voz não saiu, ela séria então me diz.
- Não quero comprar nada.
E a porta é fechada de novo.
Novamente, nenhuma palavra conseguiu ultrapassar a garganta, raspar nos dentes e sair da boca.
De novo deu-me um branco...
Dei dois passos pra trás, acertei tudo novamente, boné, óculos, alças, respirei e fui novamente com o punho fechado em direção a porta. Então antes que eu a tocasse ela abriu-se...
Desta vez três pessoas vieram de uma só vez... E lá estava ela a frente de todos...
Engoli a saliva e disse:
- Querida cheguei.

(Se aconteceu ou acontecerá, não sei. Só sei que foi assim...)

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