sábado, 3 de agosto de 2013

Gladiador

Não tinha mais forças nos braços, mas não desistia. Continuava lutando.
Naquela altura, toda minha força e vitalidade me abandonavam. Sabia que iria sucumbir e ser derrotado.
Ainda assim, levantei meus olhos para o céu e pedi mais um pouco de resistência. Precisava aguentar mais um pouco. Pelo menos até que a ajuda chegasse.
Mais um golpe certeiro e derrubei mais um inimigo.
Vi quando seu corpo caiu inerte no chão e a terra solta por nossas sandálias colou em seu rosto sujo de sangue. Este não mais levantaria e feriria mais algum irmão.
Não sei mais o que enxergava, tudo para mim era faísca do choque das espadas e na seguida escutava o barulho ensurdecedor do metal se chocando. Sentia meu braço vibrar com o choque e voltar contra meu próprio corpo.
Estávamos invadindo cada vez mais o espaço do inimigo. As minhas costas sabia que milhares me seguiam.
Quando os olhei do alto da colina, sabia que aquela seria minha última batalha. Eram quase cinco vezes mais. Estavam muito melhor equipados, mas sabia que apesar de tudo isso, eles não tinham nossa coragem e determinação.
Avançamos mais...
De onde estava, rodeado de centenas de soldados, pude ver seu general. Ele trazia na cabeça um elmo reluzente, prata, com penas vermelhas saindo da frente da cabeça, indo pelo centro até sua nuca. Como moicano.
Nos ombros, sua capa balançava acompanhando o movimento de seu corpo ao desferir golpes com sua espada. No peito trazia uma proteção, estampado o brasão de seu império. Império...
Muito lutei. Muitos amigos eu perdi por causa deste império.
Precisava avançar mais e ir ao seu encontro. Tinha que derrotá-lo e quem sabe assim fazer com que seus seguidores recuassem ao ver seu líder cair.
Outro golpe certeiro, mas um inimigo que cai.
Pelo meu rosto, o suor que escorria se encontrava com o sangue espirrado de minhas vítimas. Algumas vezes entravam nos olhos ardendo e confundindo minha visão. Olhos esses que recusavam a imagem que se fazia a minha frente. Milhares de homens caídos sem vida. 
Cheguei mais próximo do ícone inimigo. Já trocávamos olhares e sabíamos o encontro estava próximo. Ele já não mais carregava sua capa e o penacho moicano estava deformado. Tinha certeza que ele também estava cansado, exausto da batalha.
Enfim o último homem entre nós caiu. Estávamos frente a frente. Apenas ele e eu.
Paramos por um segundo e nos olhamos. Ele sorriu. Eu apertei os olhos e segui em sua direção.
Nossas espadas chocaram-se e ouvimos seu estrondo.
Podemos neste momento sentir a força de cada um. Demos um passo atrás e voltamos a nos confrontar.
Trocamos mais golpes, mas foram atacados e defendidos igualmente. 
Parecia que estávamos sós no campo de batalha. Ninguém se aproximava. Pareciam assistir aquela disputa.
Novos choques e quase o acertei. Ele desviou no último momento.
Eu já não sabia como aguentava aqueles golpes desferidos com ódio e força. 
Continuávamos iguais até que ao dar um passo para trás, na tentativa de desviar de sua lâmina, tropecei em um corpo inerte no chão. Caiu desajeitado na terra e sentir seu sabor ao invadir minha boca. Ainda tonto e desorientado virei-me e pude ver o inimigo sobre mim.
O general, já muito cansado e ofegante, apontava sua espada sobre minha garganta. Com a boca marcada pelo sangue gritou:
- Acabou! Você foi derrotado e vai deixar esse mundo.
Levantou sua espada e com toda sua força deu o golpe fatal.
Assustado eu abri os olhos, apalpei-me em busca da ferida. Suado e com a respiração acelerada, percebi...
Havia novamente dormido com o notebook ligado. Preciso terminar de ver logo essa série Spartacus...

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