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Quem
trabalha com manutenção, sabe das enormes complicações e do cuidado ao
executar suas atividades. Se não se proteger corretamente, corre o risco de
machucar-se em acidentes.
Meu
colega Tavares, é lógico que um nome fictício, por mais que tenha tido o cuidado,
terminou por machucar-se em uma atividade rotineira em casa. Dizem os "mui
amigos", que foi lavando louça. Eca! Malvados esses colegas. Isso é pior
que rogar pragas. Mas acontece.
Tavares
é um cara cuidadoso, mas infelizmente quebrou seu dedo mínimo da mão direita,
quando fazia um conserto em casa. Isso refletiu no trabalho também e ele foi
afastado por alguns dias.
Quando
retornou, ficou fazendo alguns dias de fisioterapia, exercícios leves, mas
andava ainda com o dedo em riste, não conseguia dobrá-lo.
Tudo
que fazia com a mão, lá estava o dedinho em pé. Um charme. Diziam os mesmos
colegas.
Mas,
apesar da dificuldade do colega em trabalhar dessa forma, lá foi ele fazer
novas atividades em casa. Dessa vez, algo menos penoso. Sua tarefa era fazer um
pequeno reboco, em um novo cômodo de sua casa.
A
iluminação naquele espaço não era das melhores, porém, havia uma janela que
estava aberta e teria claridade suficiente para cumprir sua missão. E assim
começou.
Um
pouco apressado para não perder a hora do almoço, foi acelerando até que
terminou a primeira parede. Nem olhou para trás, saiu e foi limpar-se para o
almoço.
Na
volta, já satisfeito, foi apreciar se serviço. Quando olhou, percebeu alguns
riscos de leve no reboque. Estava em toda parte. Muito bravo e resmungando,
pegou a esponja, molhou a parede e acertou tudo novamente.
Na
sua cabeça, enquanto saiu para o almoço, alguém fez aquela arte atrapalhando
seu serviço. Quando a mulher foi levar-lhe um suco, reclamou:
—
Deixei tudo aqui pronto e quando voltei do almoço estava cheio de riscos. Se
não foi o menino, — seu filho menor — foi o cachorro.
Sua
mulher achou estranha a reclamação do marido, afinal, o menino estava na escola
e o cachorro na corrente. Mas não discutiu e voltou para suas tarefas do lar.
Na
hora do café da tarde, novamente ele parou e foi comer um bolo delicioso que
sua esposa fez.
Quando
retornou, novamente a parede estava toda riscada, de leve, mas estava.
Agora
não! Ele mal saiu e voltou. Não era possível alguém entrar e
fazer aquilo.
Muito
bravo novamente, foi falar com a esposa.
—
Alguém fez de novo. Não posso sair um minuto!
Voltou,
molhou a parede e começou a acertá-la. Logo depois apareceu sua esposa enquanto
ele já havia deixado metade da parede pronta. Ela trazia na mão uma lanterna.
—
Querido venha ver isso.
O
conserto que ele acabara de fazer estava novamente riscado. Ele parou e olhou
para os riscos e depois para suas ferramentas sem entender o que acontecia. Ela
com muita paciência e jeito, mostrou-lhe o dedinho todo sujo de massa e só
então ele entendeu. Enquanto ele ia acertando, o dedinho em riste, ainda dormente,
tocava a parede e riscava tudo.
Tavares
abraçou sua esposa e caíram na gargalhada.
Quando
nos contou essa façanha, um colega comentou:
-
Estica também o indicador, assim irão pensar que você é metaleiro. É nós!
uhuuuuu!
Colegas
de trabalho... Nunca perdem uma chance.
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