terça-feira, 30 de setembro de 2014

Irmãos unidos... Quer dizer, mais ou menos.

A guerra estava instituída. Não tinha mais jeito, desta batalha só sairia um com vida.
Aquela semana prometia. Começaram trocando tapas na cabeça, bem distante dos olhos da mãe. É claro que ela os chamou atenção, mas também é certo que ninguém ouviu. Afastaram-se fitando um ao outro, com caras de pouco amigos.
No outro dia mais um desencontro, agora na frente do pai. Foi descuidar um pouco e lá estavam os dois trocando ameaças. O pai chegou junto, pensando estar no controle, mas que nada. Um prometia pegar o no fim de semana.
No terceiro e quarto dia não foi diferente, apesar dos pais chamarem a atenção, prometer uns beliscões ou ainda ameaçar de não deixá-los sair no sábado. Cegos e surdos às ameaças dos pais, os dois irmãos continuavam a prometer coisas feias e mais brigas para o fim de semana.
Na sexta-feira, já quase insuportável o clima de guerra entre os dois, a mãe os chamou e colocou um a frente do outro. Deu conselhos, pediu com carinho e por final, dando se por vencida, prometeu acertar as coisas quando o pai chegasse do trabalho. Deram sorte, justamente naquele dia o pai se atrasou e quando ele chegou os dois já estavam na cama.
O sábado amanheceu com um brilho diferente, seria um grande dia.
O primeiro menino acordou, esfregou os olhos e saiu para o banheiro. Como fez bastante barulho, terminou acordando o outro, que já resmungou.
- Palhaço. De você não passa.
Este segundo vendo que o irmão estava no banheiro, foi para a cozinha verificar que delicioso cheiro era aquele que invadia a casa toda.
Quando o primeiro saiu do banheiro e chegou na cozinha, a troca de olhar entre eles foi percebido pela mãe.
- Pelo amor de Deus, meninos. Logo cedo.
A porta que dava para o quintal se abriu e apareceu o pai, com aquele velho chapéu cinza na cabeça e o já conhecido colete azul. Os meninos se olharam e no mesmo momento gritaram:
- Pescaria!
Saíram correndo a abraçaram o pai e de mãos dadas foram em disparadas, dando gargalhadas para a garagem.
Da cozinha pai e mãe, tomavam café e escutavam os meninos preparando seus materiais de pesca.
- Como eles se dão bem, não é querida?
- Hum, hum...
Isso sempre funcionava para trazer a harmonia para aquela casa.

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