domingo, 7 de setembro de 2014

Na mira da bala

Já sonhei muitas vezes com essa situação, ficar na mira de um disparo de arma e... Bang!
Nunca fui de ficar olhando os minutos passando para ir pra casa, de largar logo o trabalho, subir no ônibus da empresa e passar quase duas horas rodando pra voltar pra casa, mas naquele dia a vontade de chegar logo em casa era maior que tudo.
Saímos no horário e logo estávamos rodando a rodovia que ligava a cidade que ficava a empresa e minha cidade. Esse trajeto foi muito tranquilo. A maioria dos colegas dormia e roncava a vontade, eu estava esperto demais pra dormir e então resolvi sentar no último banco do ônibus com outro colega e fazer o trajeto conversando.
Chegamos à minha cidade e alguns colegas já começavam a descer, então entramos num certo bairro para deixar mais uma colega. O bairro ficava no alto da cidade e era famoso por ser um bairro complicado, como o meu. Mas fama de bairro é assim mesmo, uma vez que começou por qualquer motivo, sempre fica como se fosse uma cicatriz.
Estávamos fazendo uma curva pra entrar numa rua principal e deixar mais uma colega. O ônibus estava com poucos passageiros naquele momento. Eu ainda estava sentado ao lado do colega, conversando e dando muitas risadas sobre nosso cotidiano na empresa. O motorista desacelerou e parou na esquina de uma quadra, olhou para os lados para entrar na rua principal, onde morava a colega, quando eu e o amigo ouvimos uma gritaria e vimos um homem correndo em direção ao ônibus, mas precisamente em direção a janela onde nós estávamos.
Essa pessoa que corria em nossa direção não vinha só. Atrás dele corria outro, com a cabeça encoberta por um capuz de blusa, deixando impossível identificá-lo. Este segundo homem trazia uma arma na mão e na nossa reta de frente para nós há uns dez metros, levantou a arma e disparou duas vezes.
O susto foi muito grande, chegamos a ver a fumaça sair da boca da arma. Imediatamente o colega gritou:
- Todos pro chão, é tiro, é tiro.
O desespero foi total. Os colegas tentavam se jogar no chão do ônibus, mas muito ainda com o cinto de segurança não conseguiam destravá-lo de nervoso. O motorista chocado não saia do lugar e gritamos desesperadamente para ele andar e sair dali. Então ele despertou da paralisia e colocou o ônibus pra rodar.
Eu ainda estava sentado e paralisado, então olhei para trás e vi o primeiro homem cair no chão e o segundo se aproximar e executá-lo. Depois de vê-lo morto olhou para o ônibus que se afastava, olhou-me levantou a arma e...
Sentei-me na cama rapidamente, muito suado, nervoso, com a respiração disparada e comecei a procurar o furo da bala. Então percebi que estava em meu quarto e que não havia acontecido nada.
O episódio do sonho acontecera no dia anterior e eu estava em casa, vivo e bem, mas a imagem continuava viva em minha memória. Ela nunca desapareceu mais.
Que Deus o tenha.

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