Já sonhei muitas vezes com essa
situação, ficar na mira de um disparo de arma e... Bang!
Nunca
fui de ficar olhando os minutos passando para ir pra casa, de largar logo o
trabalho, subir no ônibus da empresa e passar quase duas horas rodando pra
voltar pra casa, mas naquele dia a vontade de chegar logo em casa era maior que
tudo.
Saímos
no horário e logo estávamos rodando a rodovia que ligava a cidade que ficava a
empresa e minha cidade. Esse trajeto foi muito tranquilo. A maioria dos colegas
dormia e roncava a vontade, eu estava esperto demais pra dormir e então resolvi
sentar no último banco do ônibus com outro colega e fazer o trajeto
conversando.
Chegamos
à minha cidade e alguns colegas já começavam a descer, então entramos num certo
bairro para deixar mais uma colega. O bairro ficava no alto da cidade e era
famoso por ser um bairro complicado, como o meu. Mas fama de bairro é assim
mesmo, uma vez que começou por qualquer motivo, sempre fica como se fosse uma
cicatriz.
Estávamos
fazendo uma curva pra entrar numa rua principal e deixar mais uma colega. O
ônibus estava com poucos passageiros naquele momento. Eu ainda estava sentado
ao lado do colega, conversando e dando muitas risadas sobre nosso cotidiano na
empresa. O motorista desacelerou e parou na esquina de uma quadra, olhou para
os lados para entrar na rua principal, onde morava a colega, quando eu e o
amigo ouvimos uma gritaria e vimos um homem correndo em direção ao ônibus, mas
precisamente em direção a janela onde nós estávamos.
Essa
pessoa que corria em nossa direção não vinha só. Atrás dele corria outro, com a
cabeça encoberta por um capuz de blusa, deixando impossível identificá-lo. Este
segundo homem trazia uma arma na mão e na nossa reta de frente para nós há uns
dez metros, levantou a arma e disparou duas vezes.
O
susto foi muito grande, chegamos a ver a fumaça sair da boca da arma.
Imediatamente o colega gritou:
-
Todos pro chão, é tiro, é tiro.
O
desespero foi total. Os colegas tentavam se jogar no chão do ônibus, mas muito
ainda com o cinto de segurança não conseguiam destravá-lo de nervoso. O
motorista chocado não saia do lugar e gritamos desesperadamente para ele andar
e sair dali. Então ele despertou da paralisia e colocou o ônibus pra rodar.
Eu
ainda estava sentado e paralisado, então olhei para trás e vi o primeiro homem
cair no chão e o segundo se aproximar e executá-lo. Depois de vê-lo morto olhou
para o ônibus que se afastava, olhou-me levantou a arma e...
Sentei-me
na cama rapidamente, muito suado, nervoso, com a respiração disparada e comecei
a procurar o furo da bala. Então percebi que estava em meu quarto e que não
havia acontecido nada.
O
episódio do sonho acontecera no dia anterior e eu estava em casa, vivo e bem,
mas a imagem continuava viva em minha memória. Ela nunca desapareceu mais.
Que
Deus o tenha.
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