Teria apenas 15 minutos para
fazer a prova, senão, entraria bem.
Primeiro
porque se não o fizesse neste tempo, perderia o ônibus de volta para casa.
Consequência: Dormiria na rodoviária. Segundo, porque precisava de uma nota boa
para ficar mais tranquilo na disciplina.
Tirei a
tarde de domingo para preparar um resumo da disciplina, assim, teria mais
facilidade de estudar para aquela prova. Para ser sincero, a coisa já começou
errada. Eita disciplina mal ensinada. O professor, era tão confuso que para
explicar a globalização, ele contou a história de um caminhão que tombou antes
de atravessar uma fronteira internacional. Espero que você tenha entendido a
lógica dele, porque eu nunca saberia te explicar. Coisa de doido mesmo.
A noite
começava a chegar encerrando o domingo, quando terminei. Li e reli. Dei-me por
satisfeito. Acreditei que sairia bem na prova, então fui me banhar e dormir.
Precisaria estar muito bem no outro dia, para chegar e arrebentar na prova...
ou pelo menos atingir a média pedida. Também resolvia.
Logo que
cheguei à empresa, pela manhã, imprimi a página de estudo e relaxei.
Comentei
com os colegas de trabalho a importância da prova e, que teria que me sair
muito bem, por isso me preparara no domingo inteiro e estudaria no ônibus, na
volta da sede da empresa até a faculdade.
Acho que
estava demonstrando certa apreensão, pois no almoço, alguns colegas diziam para
eu relaxar, que tudo daria certo.
Volta e
meia, quando precisava ir ao banheiro, passava a mão no estudo e aproveitava
para ler. O banheiro é o melhor lugar do mundo para ler. Assim foi meu dia.
Da empresa
até a cidade em que eu faria a prova, levaríamos pelo menos uma hora e quarenta
minutos. Tempo suficiente para ler, reler e me preparar. Como sempre sento no
primeiro banco, logo atrás do motorista, relaxei e me preparei para a viagem,
ouvindo um bom rock pelo celular.
Quando
entramos na rodovia que levava até a outra cidade, como já não haveria a
trepidação costumeira dos bairros, abri bem a janela ao meu lado, respirei
fundo e peguei minha folha de estudo. Assim que a tirei, coloquei-a no colo
enquanto fechava a mochila. Assim que voltei à posição confortável, peguei a
folha do estudo e..
Uma rajada
de vento, vindo da janela oposta ao meu banco, levou minha folha de estudo para
fora do ônibus. Fiquei por alguns segundos olhando entre as minhas mãos vazias
e a janela do colega ao lado, sem entender o que aconteceu. Só então olhei para
fora da janela e vi meu estudo voando solto pela rodovia, ficando a centenas de
metros longe de mim.
Sentei
recostando na poltrona, calado e sem reação e olhei para o lado. O colega se
contorcia de rir e disse-me:
- Como você
consegue fazer essas coisas?
Bem, na
verdade ele tem certa razão, acontecem algumas coisas comigo que não consigo
explicar. Quanto a prova.... Bem, não tinha mais jeito para estudar. Como
conseguir ler algumas vezes no banheiro, torci para que desse certo, que caísse
o que eu consegui guardar. Na pior das hipóteses teria pelo menos, uns quinze
minutos para rever a matéria na própria faculdade. A prova seria na segunda
parte, depois da vídeoaula.
Quando não
está para dar certo.... Não dá mesmo. O projetor da sala não funcionou e então
anteciparam a prova. Por um lado, era bom, não perderia mais o ônibus. Estaria
livre de dormir na rodoviária. Quanto a prova... Seja o que Deus quiser.
E Ele quis,
consegui fazer a prova rapidamente e até com uma surpreendente facilidade e até
passei umas colinhas para os colegas. Bem o resultado foi dentro do esperado.
Nota limite. Dei-me bem. Agora, os colegas para quem passei a cola.... Bem, só
os verei na próxima semana, até lá estou a salvo.
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