sábado, 24 de março de 2012

Geraldo

Quando soube da morte de Chico Anysio fiz questão de publicar algumas palavras pela importância que ele teve no cenário artístico brasileiro e que trouxe aos nossos lábios por anos, sorrisos e gargalhadas, mas a morte sorrateira e ardilosa que é, reservava mais atividades no decorrer dos dias, trazendo mais sentimentos de perda e tristeza.
Essa "Irmã Morte", como Francisco de Assis costumava chamar, não fez por menos, andando livre e solta pelos cantos do mundo exercendo sua atividade, tinha em sua rotina de trabalho uma passagem aqui pelos lados de Jacareí/SP.
Rapidamente, quando todos estavam distraídos, confiantes que a vida correria tranquilamente, ela veio invadiu minha cidade, meu bairro e de surpresa arrebatou meu amigo. 
De uma forma súbita, tramada, sem mandar um sinal sequer. Apenas o fez sentir-se mal e o ludibriou a encaminhar-se ao posto de saúde do bairro para checar o que acontecia, mas precisa como é quando tem que realizar uma tarefa, não o deixou chegar ao destino e o derrubou no meio do caminho, levando-o de nós.
Tudo bem... Ela fez a tarefa que lhe cabia e nós temos que fazer a nossa parte, despedindo de nosso amigo, estendendo os braços aos familiares e sermos solidários na dor.
Meu amigo, um palmeirense incorrigível, esperançoso no "verdão" de agora, pescador dos melhores e nem tanto com as piadinhas que sempre fazia questão de contar nos nossos encontros ocasionais, trabalhador incansável da capela que freqüentava, parceiro das lutas de melhoria do bairro, adorador do cultivo e da terra, foi-se levado pela "dama de preto" cumpridora eficaz dos desígnios de Deus.
Tudo bem, entendo a tarefa da "irmã morte fatal", mas ela, por mais dedicada e eficiente em sua dolorosa tarefa, conseguiu levar apenas sua vida, deixando-nos com as lembranças que já se mistura com a saudade deste bom pai, cidadão, empenhado discípulo da capela de meu bairro e bom amigo de prosas.
Só me resta agora dar o adeus ao bom amigo Geraldo, que fique em paz.