Há muito e muitos anos atrás, me deparei com algo que me fez
refletir... O homem sem medo.
Na época era um jovem ativo, questionador
e chegou as minhas mãos um livro de histórias em quadrinhos, um gibi. Não me
lembro como o consegui. Relevem, faz quase quarenta anos...
Seu nome era Matt Murdock, também
conhecido como Demolidor. Calma, já vou relacionar...
Ele foi o primeiro homem sem medo que
conheci e gostei muito. Um deficiente visual, que acabava com os bandidos. Mas
o que realmente me fez comprar muitos gibis desse personagem de Stan Lee, foi
esse herói não ter medo de nada.
O que fez ele para se tornar assim, o
homem sem medo, foi o difícil convívio com sua deficiência e o assassinato de
seu pai. Mando do Rei do Crime.
Quando comecei a ler suas histórias,
entendi que poderia ser igual, não ter medo. Tínhamos algo em comum, então
poderia me tornar também um homem sem medo. Devorei suas histórias. Mal a
revista chegava as bancas e lá estava eu a comprando.
Deixei de lado, traumas, vergonhas,
constrangimentos e parti pra luta. Não pensem que vesti uma máscara e sai por
aí dando porrada a torto e direito. Ao contrário. Tirei minha máscara de
coitado e aceitei todo e qualquer desafio que vinha pela frente. Acredito que
até me dei bem. Mas continuava com medo.
Não conseguia ser Matt Murdock.
Lutava contra preconceitos, cuidados
extremos e até impossibilidades físicas. Como no caso do meu adorado voleibol. Mas não
vencia o medo.
Não sei ao certo como aconteceu. Talvez sejam
meus vários anos ligados e dedicados a igreja católica, somados com as
dificuldades que a vida insistia em colocar no meu caminho. Um exemplo que sempre
conto aos colegas, foi meu primeiro emprego fichado, foi quase assim:
Meu Mano véio trabalhava em uma
metalúrgica e eu acabara de sair de uma cirurgia, quando surgiu uma vaga no
almoxarifado. Ele me avisou e conversou com o chefe dele, que mandou-me ir para
uma entrevista. Era uma época complicada, ninguém aceitava um funcionário que
usasse bengala (estava em recuperação da cirurgia). Então fui de bengala até
perto da empresa, a escondi num terreno baldio, que tinha ao lado da empresa e Mano
véio ajudou-me a entrar na empresa. Como entrei atrás dele, ninguém percebeu o
quanto eu mancava. Consegui a vaga. Depois dei um jeito e terminei ficando.
Voltemos ao Demolidor e ao medo.
Apesar de te-lo enfrentado por diversas
vezes, o medo, ele era um fantasma que sempre me rodeava, então o venci. Como?
Encontrei-me com Ele. Verdade... Já escrevi aqui meu lema de vida, (Olhai os lírios do campo...) e foi através Dele, que comecei realmente a viver sem medo.
Foi incrível. Não percebi quando se deu,
mas de repente percebi que não precisava mais me preocupar com nada,
absolutamente nada. Ele sempre coloca as coisas no meu caminho. Preciso de uma
coisa e ela acontece.
Como consegui? Eu apenas o aceitei e
deixei minha vida em suas mãos.
Por quantas coisas lutei, dediquei,
sacrifiquei e esforcei-me ao máximo e não consegui nada. Agora sem maiores esforços,
elas acontecem. Basta que eu precise e melhor ainda, nem preciso pedir.
Esse é o maior inimigo do homem, o medo.
Perdi meu medo de qualquer coisa.
Corajoso, valente... Não. Ainda sou um borra-botas, mas sem medo da vida.
Não me preocupo com nada que seja físico,
nenhuma necessidade material, só em experimentar a vida e aceitar tudo que Ele
me oferece nela.
Hoje sou um homem sem medo.
Ele me basta. Quem é Ele... Pra quem ainda não sabe... É Deus.
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