Cuidado! Se der mole eles levam mesmo.
Já vi roubarem de tudo...
Tem coisas que não dá pra acreditar, mas sempre tem alguém pra
superar e fazer "diferente". Roubar a lua como na animação, "Meu
malvado favorito", já não duvido que um dia possa acontecer.
Há muitos anos atrás soube do roubo do cérebro de Albert Einstein,
fiquei de boca aberta. Quem roubaria o cérebro do gênio? Até acreditava que
o cérebro havia sido enterrado com o corpo e jamais que fosse
separado deste. Mas, com a desculpa de analisar aquele cérebro incrível, o
patologista que realizou a autópsia, roubou o cérebro e levou para sua casa.
Anos depois, seus descendentes queria devolver o que sobrou de cérebro do gênio
para a família, que se recusou a receber. Pode isso?
Já na Rússia, um cara até tentou roubar, mas entrou bem. Foi
tentar roubar uma cabeleireira e se de mal. Ela o dominou e o manteve três
dias algemado e sendo obrigado a satisfazê-la sexualmente. Resultado: Os dois
foram presos. Ele pela tentativa de roubo e ela por estrupo... Vai vendo.
Arrastão em praias, bares, restaurantes, condomínios entre outros,
já não é mais novidade. Quando menos se espera acontece.
Estava eu sentado na mureta da escola, isso é claro há anos
e anos atrás, namorando quando chegaram dois homens, na verdade um era da minha
idade e o outro bem mais velho.
- Não façam nada, é um assalto. Mê deem a grana!
- Calma cara, só tenho uns trocados.
- Passe o relógio vocês dois.
Eu estava com o meu adiantamento no bolso. Tinha acabado de
receber, quando minha namorada me ligou marcando o encontro em frente à escola
dela. Não dava tempo de passar em casa, então, fui direto. Mesmo assim puxei
apenas uma nota do bolso e saiu uma nota de cinco. Não sei quanto ela poderia
valer hoje, mas naquela época, era uma grana boa demais pra jogar na mão dos
assaltantes, mas fazer oque?
Pegaram a grana, nossos relógios e foram andando, enquanto fazia
sinal de silêncio para nós.
Estava falando para minha namorada da grana do adiantamento,
quando eles pararam ao longe, apontaram para nós e começaram a voltar. Ficamos
paralisados. O que fariam agora? Não deu nem tempo para fugirmos.
Rapidamente tirei o restante da grana e joguei num furo do bloco
onde estávamos sentados. Assim que chegou perto o mais velho apontou o dedo pra
mim e disse:
- Rapaz, fica de pé. Deixa-me ver uma coisa...
Pensei, ferrou. Tô morto... Ele olhou-me dos pés a cabeça, sacou
os relógios do bolso, a grana e me devolveu.
- Desculpe a gente só tá roubando porque precisamos muito mesmo.
Desculpa.
Mesmo sem entender nada, os chamei quando já tinham virado as
costas e caminhado alguns passos. Eles pararam se olharam e voltaram. Minha
namorada perguntava-me baixinho se eu estava louco. Então chegaram bem perto,
olhando para os lados, sem entenderem nada e perguntaram:
- Que foi cara, já não te devolvi tudo? O que você quer?
- Caras, se vocês estão precisando dê grana mesmo, pegue essa que
me devolveu. Não seria um roubo, eu estou te dando.
Eles olharam espantados e o mais novo pegou o dinheiro da minha
mão e começaram a se afastar, enquanto eu perguntava:
- Por que me devolveram tudo?
- Não sabíamos que você era assim...
Aceleraram e sumiram na esquina da quadra. Levou algum tempo pra
entender o que queriam dizer com aquilo. Nem todo mundo é tão ruim assim e tem
situações que ultrapassam nossa capacidade de reagir.
Espero que eles não tenham roubado mais, apesar de achar difícil
que isso não ter acontecido.
O porquê de me devolverem a grana?
Ah! Com certeza vocês não me conhecem...
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