quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Roubos e roubadas


Já vi roubarem de tudo… Tem coisas que parecem inacreditáveis, mas sempre tem alguém pronto para superar os limites e fazer "diferente". Roubar a lua, como no filme Meu Malvado Favorito? Hoje, já não duvido que algo assim possa acontecer.

Há muitos anos, soube de um roubo que me deixou de boca aberta: o cérebro de Albert Einstein. Quem teria coragem de roubar o cérebro de um gênio? Eu achava que o cérebro havia sido enterrado com o corpo de Einstein e que jamais seria separado dele. Mas, com a desculpa de "analisar" aquele cérebro incrível, o patologista que fez a autópsia acabou roubando-o e levando para sua casa. Anos depois, os descendentes desse patologista tentaram devolver o que restava do cérebro para a família de Einstein, que se recusou a aceitá-lo. Pode isso?

Na Rússia, aconteceu algo ainda mais estranho. Um sujeito tentou assaltar uma cabeleireira. Tentou, mas deu mal. Ela o dominou e o manteve algemado por três dias, obrigando-o a satisfazê-la sexualmente. Resultado: ambos foram presos. Ele, pela tentativa de roubo; ela, por estupro. Vai vendo…

Arrastões em praias, bares, restaurantes, condomínios… Já não é mais novidade. Quando menos se espera, acontece.

Eu me lembro de uma situação, faz muitos e muitos anos, quando estava sentado na mureta da escola, namorando. Dois homens chegaram até nós, um da minha idade e o outro bem mais velho.

— Não façam nada, é um assalto! Mê deem a grana!

— Calma, cara, só tenho uns trocados…

— Passe o relógio, vocês dois!

Eu estava com meu adiantamento no bolso. Tinha acabado de receber, e minha namorada me ligou, marcando o encontro em frente à escola dela. Não dava tempo de passar em casa, então fui direto. Mesmo assim, só puxei uma nota do bolso. Uma nota de cinco. Não sei quanto ela valeria hoje, mas, naquela época, era uma grana boa demais para entregar aos assaltantes. Mas, o que fazer?

Eles pegaram a grana, nossos relógios e foram andando, fazendo sinal de silêncio. Estava falando para minha namorada sobre o adiantamento que eu tinha recebido, quando eles pararam a alguns metros de distância. Apontaram para nós e começaram a voltar. Ficamos paralisados. O que iriam fazer agora? Nem deu tempo de fugirmos.

Sem pensar, tirei o restante da grana e a joguei num buraco no bloco onde estávamos sentados. Quando se aproximaram, o mais velho me apontou o dedo e disse:

— Rapaz, fica de pé. Deixa eu ver uma coisa…

Eu pensei: "Ferrou. Tô morto…"

Ele me olhou dos pés à cabeça, pegou os relógios, a grana e, para minha surpresa, me devolveu tudo.

— Desculpa, a gente só está roubando porque precisamos muito disso. Desculpa.

Confesso que não entendi nada. Chamei-os quando já estavam virando as costas e começando a andar para longe. Eles pararam, se olharam e voltaram.

Minha namorada me perguntou baixinho, surpresa:

— Você está louco?

Eles chegaram mais perto, olharam para os lados, desconfiados, e perguntaram:

— O que foi, cara? Já não te devolvi tudo? O que você quer?

— Caras, se vocês estão precisando, peguem a grana que me devolveram. Não seria roubo, eu estou dando.

Eles olharam para mim, espantados, e o mais novo pegou o dinheiro da minha mão. Começaram a se afastar, enquanto eu perguntava:

— Por que me devolveram tudo?

— Não sabíamos que você era assim…

Aceleraram o passo e desapareceram na esquina. Eu fiquei ali, parado, tentando entender o que eles queriam dizer com aquilo. Nem todo mundo é tão ruim assim. Às vezes, as situações são tão extremas que ultrapassam nossa capacidade de reagir.

Espero que eles não tenham roubado mais. Mas, sendo sincero, acho difícil acreditar que não o tenham feito.

E sobre o porquê de me devolverem a grana?

Ah, com certeza, vocês não me conhecem…





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