domingo, 28 de outubro de 2012

Andarilho XV - Reencontros


Estava tonto demais, com a cabeça muito confusa...
Primeiro passei aquele susto com Jorge, depois encontro Marlene e seu irmão que eram os verdadeiros donos de Dingo, digo, Tobi. Um cão que encontrei muito longe daqui e mesmo assim, tão distante de tudo, aparece na minha frente Carlos, um amigo que deu carona no inicio de minha jornada e contou-me sua incrível história. Mais uma coincidência ou eu estava ficando maluco?
Não me segurei, sai em sua direção e o chamei. Com os olhos fundos e semblante triste, ele não me reconheceu de imediato, mas então sorriu, então estiquei lhe a mão cumprimentando-o e já perguntando o que ele fazia por ali.
Mais uma coincidência e tremenda surpresa, o Dr. Gustavo era quem o havia ajudado naquele momento difícil de sua história, era o homem do prédio da luz azul. Trocamos mais algumas palavras e ele entrou com sua família no velório.
Lentamente retornei ao meu lugar de partida, ainda muito confuso com tudo aquilo. Dingo não se mexera, ainda estava sentado no mesmo lugar. Tentei coordenar minhas ideias, pegara a carona com Carlos até a cidade de Cruzeiro, ainda em São Paulo e encontrara Dingo Pança na divisa entre São Paulo e Rio. Depois disso tudo muito longe, encontrei Jorge, o vendedor de redes, que me fez seguir por esse caminho distante, até que encontrasse Marlene e seu irmão, que eram donos de Dingo.
E agora mais essa surpresa de Carlos. O que mais estava por vir?
Sentei-me ao lado de Dingo, o acariciando e tentando entender tudo aquilo sem tirar os olhos da entrada do velório.
Marlene saíra novamente, olhou em nossa direção e sorriu, começou então a caminhar em nossa direção. Ameacei levantar, mas ela fez sinal pra que ficasse ali, aproximou e sentou-se ao meu lado.
-Não gostas disso não é? Eu também não.
Antes que eu pudesse responder-lhe algo, ela colocou sua mão sobre a cabeça de Dingo tocando levemente minha mão. Recolhi minha mão e ela sorriu.
Estava um tanto abatida, mas conseguia manter um tímido sorriso nos lábios.
Questionei-a sobre Carlos e ela ficou surpresa com a história que nos envolveu, mas não o conhecia e disse surpresa também pela afinidade dele com seu avô. Então lhe contei a história da luz azul.
Ainda acariciando Dingo, ficou feliz em saber que seu avô havia ajudado aquele homem e que o reconhecimento de seu ato, trouxera alguém de tão distante pra despedir-se dele.
Perguntou-me sobre meu futuro, para onde iria ou o que eu buscava. Não soube responder e percebi um desaponto quando ela baixou a cabeça. Foi quando ficou séria e olhou-me.
- O que é isso na coleira do Tobi?
Olhei, parecia um papel fixado na parte interna da coleira, soltei a coleira de seu pescoço e vi um pequeno papel fixado com um grampo. Jorge.
Lembrei imediatamente de suas palavras, lembrando-me enquanto colocava seu presente no pescoço de Dingo, que deveria uma semana depois retirá-la para lavá-la. Ele tinha premeditado tudo.
"Desculpe amigo, mas ainda preciso de você, está tudo descrito naquela caixa do correio. Basta se identificar e te darão a chave. Por favor, me ajude. "
Olhei para Marlene e disse:
- Preciso partir já.







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