terça-feira, 16 de outubro de 2012

Eu, já velhinho.

Quando eu ficar velhinho,
pensarei...
Não consigo mais fazer
muitas das coisas que adoro.
Ficarei mais cri-cri e baixinho,
verei as coisas lentamente acontecer,
e por mais que imploro,
nada consigo retroceder.
Deixarei minhas pescarias,
que tanto me divertem.
As pernas não reagem e
Então as coisas se invertem.
Quem eu cuidava, cuidará de mim.
Quem eu levava pra ver o "Ramalhão"
com muita razão,
evitará me levar ao estádio, preocupado,
Mas sei que estará ao meu lado,
quando ficar fraco o meu coração.
Nada de voleibol ou corridas.
Além da TV, minha amiga,
o máximo que conseguirei, sem me fazer mal,
Ainda que lentamente,
é ter o controle e mudar o canal.
Mas quando eu ficar velhinho,
Nada mais importará. Guerras,
Jovens prontos a enlouquecer,
economia mentirosa e burra,
quem levou a surra... Ou
quem conseguiu sobreviver?
Nada me importará
Desde que, mesmo enrugado, grisalho e fraco,
encostado como um saco
sem ninguém entender
viverei sorrindo.
Sabendo como é lindo,
Se, quando eu ficar, velhinho
Ao meu lado estiver você.
Sou Freitas


Um comentário:

  1. Sem palavras diante de uma realidade tão crua,dita com palavras tão nuas.Mesmo traduzindo emoções que são só suas, falam por milhões de apaixonados. Parabéns!

    ResponderExcluir

Obrigado por comentar. Seu comentário e opiniões são muito importante para melhorar o blog.Se não quiser deixar... Fazer o que...