O protesto, o afronto aberto, sempre marcaram o mundo, mas no esporte trás um impacto a mais. Feito discretamente, geralmente através da individualidade, produz um estrondo gigantesco ainda que com o silêncio absoluto.
Esse ato aconteceu nos jogos olímpicos da Alemanha em 1936, quando então um único homem, Jesse Owens, um atleta norte-americano negro, calou um “poderoso” líder e uma nação, desbancando sua raça “pura”, ganhando 4 medalhas de ouro dentro dos domínios do então chanceler Hitler.
Jogos Olímpicos do México, em 1968, aconteceu quando dois atletas corredores norte-americanos, ao subiram no pódio para receberem as honradas, pela vitória autentica e legítima, medalhas de ouro e bronze, levantaram o punho com luvas negras. Tal ato foi em evocação a luta do movimento negro, fervente naqueles dias, no “democrático e livre”, Estados Unidos, é claro, foram punidos com a perda das medalhas.
Em se tratando de democracia, tivemos um famoso movimento no futebol com a “Democracia Corintiana”, idealizada por cartola do clube e liderada pelo jogador/Dr. Sócrates. O clube entrou em campo, nos anos 80 com faixas e camisas pedindo eleições diretas. O jogador na época afirmou publicamente que deixaria o país se a emenda em favor das diretas não fosse aprovada. E assim aconteceu.
Neste ano também tivemos um ato assim, que lembraram esses momentos históricos mundiais do esporte, dessa vez contra um brasileiro. No Mundial de esportes aquáticos de Xangai, o queniano Jason Dunford, foi protagonista ao fazer um gesto que dificilmente será esquecido no esporte mundial. O brasileiro Cesar Cielo que estava voltando as competições após de uma absolvição de envolvimento com doping e venceu os 50 metros borboleta. Muitos outros competidores, como o queniano, acharam muito branda a punição contra o brasileiro, flagrado no exame antidoping, servindo de mau exemplo e incentivo a prática. O queniano já fora da piscina, de cabeça baixa, virou os polegares para baixo movimentando a mão, em sinal de protesto contra o vencedor da prova e o público fortaleceu o gesto com vaias. O brasileiro foi apenas advertido no Brasil, não sendo suspenso como acontecera com outros atletas em diversos esportes.
A resposta do brasileiro? Medalha de ouro.
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