Enquanto assistia a participação do Brasil, no vôlei de praia masculino nos jogos olímpicos de Londres, percebi a dificuldade de um senhor de bastante idade para chegar às arquibancadas, amparado por dois voluntários treinados para o evento, conseguiu subir sem maiores problemas. Imediatamente pensei no Rio 2016, mas me assustei ao lembrar que teremos outro evento tão importante quanto, mais próximo a "Copa do Mundo" de futebol.
Porque a preocupação?
Bem tive que pegar avião recentemente à Salvador, então senti o quanto estamos despreparados pra lidar com condições adversas a "normalidade" que vivemos.
Vamos por partes.
Logo na compra de meu bilhete na internet, em nenhum campo dos sites que procurei, tinha qualquer referência sobre as necessidades especiais de embarque ou acessibilidade de quem estava fazendo sua reserva.
No embarque de São Paulo à Salvador, tive que pegar um ônibus no terminal de embarque para chegar até ao avião e só fomos informados como embarcar na aeronave, através de gritos, por nosso condutor quando chegamos até ela.
"Quem tem os números de poltrona até o nº16 embarca pela frente os demais por trás"
Qual era meu número? Sei lá. O bilhete estava dentro de minha mochila nas costas.
Lei de Murphy, foi pela frente, meu número era o nº17.
Pra entrar tínhamos que subir uma escadaria com degraus pequenos, mal iluminados, de madrugada e com crianças empurrando pra chegar primeiro. Tente fazer isso com uma muleta, bengala ou com 80 anos.
Notei que ninguém da tripulação se aproximou de um dos três passageiros deficientes que identifiquei, para saber de suas possíveis necessidades, principalmente para o uso dos banheiros.
Em Salvador descemos na pista e tivemos que andar uma enormidade até a área de despacho das malas, apareceu alguém do aeroporto para ver a necessidades de transporte de Pessoas com Necessidades Especiais? Não.
Além dessas desatenções, tivemos também a falta de educação dos próprios passageiros, que na ânsia de chegar logo e pegar suas malas atropelam quem está lento pelo caminho. Histórias fidedigna, em Salvador, do embarque de uma senhora cadeirante, por essas tais escadarias de embarque. Ela foi levada até dentro da nave por dois passageiros voluntários, que fizeram cadeirinha cruzando os braços a carregando escadas acima. Humilhante... Cadê a acessibilidade?
Só pode ser brincadeira desses representantes de nosso país, bater no peito e dizer que faremos uma Olimpíada melhor que os britânicos.
É simplesmente ridículo ouvir tamanha besteira.
Vergonhoso as nossas condições pra o tamanho dos eventos que receberemos.
É lógico que no fim dará certo... Do jeitinho brasileiro.
Exagero?
Você que irá viajar, pegar ônibus, metrô ou avião comece a reparar nesses detalhes e verá que estamos distantes e despreparados para tamanha responsabilidade tão próxima.
Alguém tem um saco pra cabeça?
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