quarta-feira, 25 de julho de 2012

Um toque de Paz.


Conheci Lurdinha no ônibus, após uma conturbada viagem, retornando do aeroporto para casa.
Uma senhora simpática e sorridente que me fez companhia até São José dos Campos. Desculpem-me, mas nunca poderia tentar definir sua idade para que possam imaginá-la, pensem apenas que era uma senhora simpática de cabelos claros.

Assim que entrei no ônibus havia um rapaz conversando com ela, pedi licença para sentar ao seu lado, que gentilmente dispensou o rapaz que a havia acompanhado até ali e voltaria pra casa. Seu genro. E disse:
- Pode ir. Agora estou em boa companhia, com esse belo rapaz. - Sou eu... rsrs
Assim que o ônibus saiu perguntou-me como foi a viagem e prontamente respondi que fora perfeita. Não contei os transtornos. Jamais incomodaria aquela doce senhora com minhas trapalhadas.
Ela prontamente, muito falante, começou a dizer que eu devia acreditar em meus planos, pois dariam certo. Perguntou-me sobre meu trabalho.
Ouviu atentamente eu falar  sobre o controle que envolve o plantio e colheita das florestas de eucalipto, resumidamente é claro.
Depois, falou de sua vida, seu marido, um conhecido "faz tudo" de Caraguá. Segundo ela muito requisitado na região. Um mecânico de manutenção aposentado. Ela... Era a sua secretária e ele adorava falar aos clientes que namorava sua secretária. Demais.
Contou-me vários casos e acontecimentos engraçados que talvez um dia eu converta alguns em textos dividindo com vocês. Quando estávamos tomando o acesso para entrar em são José dos Campos e direcionar a rodoviária, pegou em meu braço e disse-me:
- Vai descer, eu sei. Mas quero que saiba que o caminho que escolheu te fará muito feliz. Não ligue para as dores e sim para o que elas te construirão. A cada obstáculo que tiver pela frente, enfrentem juntos e conseguirão. Todos os demais também assimilarão no seu devido tempo. Seja como o eucalipto que cultivas. Permita a raiz se aprofundar em busca de minerais que fortalecerá sua base. Enfrente o vento contra, para criar estabilidade em sua volta. Respire por tuas folhas e se alimente por sua raiz. Ambas são da melhor qualidade, dadas por quem te ama muito, Nosso Senhor. Vá em paz.
Cheguei na rodoviária ainda sem fôlego. Desci as escadas do ônibus de pernas bambas, depois de ouvir as palavras de Lurdinha. Aquela senhora entrou em minha alma, fez um carinho e a deixou mais feliz.
Voltei-me após o último degrau para vê-la e acenar... Não foi possível, as portas se fecharam e o ônibus se foi.

Seja também, muito feliz Lurdinha... Muito obrigado.

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