Visions

Foi num dia em que o sol já se escondia,

Sentei as margens de um rio de águas claras.

E de olhos fechados, ouvia o que o silêncio me dizia.

Foram minutos de uma paz rara.

Estava tudo tão tranqüilo que eu até adormeci...

Comecei a enxergar uma neblina brilhante.

Com um perfume suave, que eu jamais senti.

Vi os traços de uma verdadeira rainha,

Só que a forte luz não me deixou ver seu semblante.

E quando o brilho enfraqueceu, eu a olhei

Mas pingos de chuva me acertaram, então acordei.

Corri para debaixo de uma arvore e vi as correntezas.

E por entre o caminho das águas, se formou outra vez aquela beleza.

Faltando pouco para conhecer seu rosto.

Um lendário unicórnio atravessou o rio, desfazendo seu formato.

Voltei pra casa tranqüilo e um pouco chateado,

Por não conseguir entender o que o destino queria ter me mostrado.

Pedi pra Deus pra me ajudar a tê-la do meu lado,

E nem sei se o meu pedido foi aceito ou negado.

E de repente, um anjo com grandes asas douradas

Aproximou-se e disse que me ajudaria a entender o porquê dessas visões:

Fez me olhar para dentro de uma nuvem prateada,

Que continha o segredo das cinco dimensões.

Vi seu rosto pela primeira vez, você estava sentada e sorriu pra mim,

Aliás, como você sempre me fez.

Fiquei confuso, mas também a cumprimentei assim.

O anjo fechou a nuvem como se fosse um livro, e disse que era a hora de eu voltar.

E sem dizer pra onde, ele estalou os dedos, me fazendo desmaiar.

Fernando Padilha
Capão Bonito - SP

Senti como se meu corpo estivesse numa queda livre.

Até que uma energia estranha me fez parar.

E quando acordei estava cercado de bebês.

Tinha nascido de novo,

Pois havia morrido há um mês...