Adoro junho. Pra mim, o mês das delicias, das festas juninas, vinho quente, quentão, paçoca, fogueira... Tudo de bom, sô!
Quando vi, na porta da geladeira, o convite da escolinha de minha filha, vibrei... Vamos à festa!
Mas, parece que só eu estava no clima. A filhota estava relutante em ir. Não queria vestir seu vestido xadrez, colocar seu chapéu com tranças. (Na verdade, também não gostei do chapéu. Suas tranças loirinhas são mais lindas) e, muito menos ir dançar quadrilha.
La fui eu, com meu doutorado de quatro filhos, usar a psicologia de pai com ela.
Falei do meu tempo, de sua beleza, da alegria, das coleguinhas que dançariam, que tudo seria perfeito e que ela ficaria feliz vivendo tudo isso. Não sei se funcionou, mas lá fomos nós.
Peguei um chapéu de palha na entrada do "arraiá", a agitação estava a desejar, as músicas não ajudavam... A filhinha ainda de cara fechada, principalmente por causa de meu chapéu. Segurei em sua mãozinha e a arrastei pra barraca da pescaria. É hora de divertir.
Como pescador nato, dei todas as dicas a ela pra pescarmos o peixinho de um urso caramelo lindo, com um coração no peito escrito "Sou seu". Ah... Seria mesmo.
Tentamos umas dez fichas e só ganhamos carrinhos e joguinhos. Até que chegou um moleque sardentinho, com uma carinha de levado, roupas típicas e nem pediu licença. Empoleirou na cerca da barraca, pescou um peixinho roxo e levou o nosso ursinho com uma ficha só... Vai vendo...
Sem problemas. Saímos de lá e a levei com a mãe, pra barraca de bolos e doces. Ali nos demos bem, só delicias. Até que deu uma animada.
Chegou à hora da quadrilha. Pronto, começaram os problemas.
Adivinha quem era o par dela? Isso mesmo o sardentinho.
Ela já foi à contra gosto e, enquanto ele a puxava pela mão, ela caminhava olhando pra trás e balançando a cabeça negativamente.
Acho que descobri porque ela não queria vir e muito menos dançar.
Foi legal, ela dançava e não tirava os olhos de nós, nem olhava para o parceiro.
Quando acabou a apresentação, fui buscá-la todo animado com meu chapéu de palha e um milho cozido na mão.
- E ai filhinha apreciou o sacolejo? Tava "bunita" de mais sô, uma belezura.
- Pai deixa de ser caipira. Acabou, vamos embora.
Olhei pra mãe que deu com os ombros a sorrir... Acho que as crianças não apreciam as coisas gostosas de nosso tempo.
Acho que ela está crescendo.
Bem... Peguei meu chapéu, arriamos nossas coisas e lascamos correndo de "vorta" pro nosso ranchinho.
- Pai, para.
Vai vendo...
legal..um casal perfeito acompanhando a filhinha na festinha caipira da escola..vale uma foto..cade??
ResponderExcluirObrigado por comentar. Você tem razão faltou mesmo, acho que foi de medo de aparecer a carinha sardentinha alguém ao fundo... Rsrs, abraço.
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